O que é o Movimento Humanista?

O ideário do Novo Humanismo

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Da corrente de opinião à acção

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Uma estrutura humana em desenvolvimento

  Da corrente de opinião à acção

O Movimento Humanista não oferece às pessoas respostas pré-elaboradas, antes cria simplesmente condições e propõe modos de acção que habilitam os interessados a encontrar por si mesmos soluções para os respectivos conflitos e a pô-las em prática. Por isso, convida todos a reflectir e a decidir em que condições querem viver e o que estão dispostos a fazer para conseguir essas condições. Além disso, o Movimento Humanista possibilita uma acção conjunta. Para isso, é importante reestabelecer a comunicação e a coesão entre as pessoas.

I. Pensar globalmente; actuar pontualmente...

Opiniões do Movimento Humanista sobre o momento actual e sobre a acção pessoal

1. O momento actual

Há uma mudança veloz no mundo, motorizada pela revolução tecnológica, que está a chocar com as estruturas estabelecidas e com a formação e os hábitos de vida das sociedades e dos indivíduos.

Este desfasamento gera crises progressivas em todos os campos e não há razão para supôr que se vão deter, antes pelo contrário, tenderão a incrementar-se.

O carácter inesperado dos acontecimentos impede de prever que direcção tomarão os factos, as pessoas que nos rodeiam e, em suma, a nossa própria vida.

Muitas das coisas que pensávamos e acreditávamos já não nos servem. Também não estão à vista soluções que provenham de umas instituições, de uns dirigentes e de uns indivíduos que, precisamente, geraram o caos actual. É necessário que uma nova força social se apresente, questione pela raiz todos os factores que contribuem para o estado desastroso das condições actuais e mobilize os sectores mais amplos e mais discriminados para a tomada do poder real.

2. A acção pessoal

As mudanças inesperadas levam-nos a ponderar seriamente a necessidade de direccionar, de dar coerência à nossa própria vida. Ao fim e ao cabo, o tema mais importante para cada ser humano é saber se quer continuar a viver e em que condições quer fazê-lo. É evidente que quer viver sem estar submetido a violências e injustiças. O que não é claro é até que ponto cada pessoa está disposta a lutar pelas condições em que quer viver e muito menos nítido aparece o interesse por conseguir para outros essas mesmas condições. No momento actual, o Humnaismo destaca a obrigação moral de todo o ser humano de lutar contra a violência e a injustiça crescentes.

Nenhuma pessoa está isolada, todas vivem em situação, vivem em relação com outros, produzindo e recebendo contradições. Poderia acontecer que alguém quisesse saír dessas contradições que experimenta dolorosamente e dar coerência à sua vida. Essa intenção não poderá ser cumprida sem ter em conta os outros. As mudanças que produz alguém relacionado connosco modificam a nossa situação e outro tanto lhe ocorre com as mudanças que nós produzimos. Desde logo, é maior a influência do meio sobre nós que a inversa. Mas as nossas intenções podem estar direccionadas para modificar a situação em que vivemos e para influír em meios mais amplos. Portanto, teremos que levar a cabo acções constantes e progressivas com outras pessoas, multiplicando influências na mesma direcção.

Para trabalhar fazendo frente a estes problemas, teremos que dar direcção à nossa vida, procurando a coerência entre o que pensamos, sentimos e fazemos. Como não estamos isolados, essa coerência terá que chegar a outros, tratando-os do modo que desejamos para nós. Estas duas propostas, de coerência e reciprocidade no trato, não podem ser cumpridas rigorosamente, mas constituem ideais que servem de referência permanente à nossa acção.

Vivemos em relação imediata com outros e é juntos a outros como temos que actuar para dar direcção favorável à nossa situação. Esta não é uma questão psicológica, uma questão que se possa arranjar na cabeça isolada dos indivíduos, este é um tema relacionado com a situação em que vivemos. A acção deve ser desenvolvida ali onde haja possibilidades concretas de transformar situações junto a outras pessoas.

Chegamos à conclusão de que o positivo para nós e para o nosso meio imediato deve ser ampliado a toda a sociedade. Juntos a outros que coincidem na mesma direcção, implementaremos os meios mais adequados para que uma nova solidariedade encontre o seu rumo. Por isso, mesmo actuando tão especificamente no nosso meio imediato, não perderemos de vista uma situação global que afecta a todos os seres humanos e que requer a nossa ajuda, assim como nós precisamos da ajuda dos demais.

II. Actuar organizadamente

As frentes de acção com base em conflitos

O Movimento Humanista dinamiza frentes de acção no campo laboral, habitacional, gremial, político e cultural com a intenção de ir assumindo um carácter cada vez mais amplo. Frente de acção é toda a organização de luta que aglutina membros de um sector social com base na defesa dos seus interesses. Ao proceder assim, o Movimento Humanista cria condições de inserção para as diferentes forças, grupos e indivíduos progressistas, sem que estes percam a sua identidade nem as suas características particulares. O objectivo de tal acção consiste em promover a união de forças capazes de influír crescentemente sobre vastas camadas da população, orientando a transformação social.

As frentes organizam-se, no campo laboral e gremial, em torno de comissões de trabalhadores; no campo habitacional e vicinal, em torno de centros de comunicação e acção social; no campo político, cultural e estudantil, em torno de linhas e tendências que aprofundam a acção dos núcleos respectivos em direcção humanista. Esta última ideia é compatível com partidos e agrupamentos culturais que fazem parte do Movimento Humanista.

Actualmente as pessoas sentem que não podem levar a cabo uma acção transformadora coerente porque as antigas formas de luta que conheciam fracassaram e porque a desintegração do tecido social impede a mobilização de grandes conjuntos humanos. No entanto, hoje mais do que nunca, é necessário tomar nas nossas mãos uma parcela, por pequena que seja, do nosso destino, já que está à vista a incapacidade e/ou o desinteresse dos nossos dirigentes políticos e económicos em promover o bem-estar geral. Eles deveriam saber que, para se conformar uma sociedade com possibilidades evolutivas, se tem de dar prioridade à educação e à saúde da população. No entanto, hoje em dia, cada vez se vai concentrando mais a riqueza e o poder, ao mesmo tempo que se vai progressivamente descartando o ser humano e destruindo o ambiente.

Por isso, torna-se necessário empreender uma revolução social que mude drasticamente as condições de vida do povo; uma revolução política que modifique a estrutura do poder; em suma, uma revolução humana que crie os seus próprios modelos em substituição dos decadentes valores actuais.

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