NOTÍCIA HISTÓRICA DE VISEU

        Pouco se sabe das primeiras origens de Viseu. São irrelevantes as fontes da historiografia clássica, a Arqueologia nunca empreendeu um estudo senão o dos fortuitos achados. E nenhum mosteiro guardou qualquer valioso Tombo ou Arquivo.A própria origem do seu nome resta inexplicada.
    Todavia a colina da Sé, o cimo e a encosta do nascente hão-de ter sido refúgio e morada breve de pastores e cultivadores de um núcleo castrejo provável.

    Quando o invasor romano se afirmou senhor deste território, no séc.II a.C., deram-se alterações substânciais no aglomerado urbano e na ordenação económica que uma rede viária, de importância documentada em restos de calçada e marcos miliários, apoiou com energia.
    Um segundo núcleo de habitações gerou-se na parte baixa da cidade que se desenvolve paralelamente ao da colina.

No período da monarquia suévico-visigótica a cidade tinha uma importância que a fez escolher para cabeça de bispado. Data de 569 (Sínodo de Braga) a primeira assinatura de um Bispo de Viseu. 
 

      Mas do séc.VIII ao séc.XI a cidade sofre o vai-vem destrutivo das raízes de mouros e cristãos até ser definitivamente conquistada por Fernando Magno em 1057.  
      É também obscura a história da cidade nos séc.XII e XIII. Do séc.XII deve datar a primeira Sé românica sobre a qual se construiu a Sé actual. 

       De 1112 a 1119 aqui viveu S.Teotónio. Em 1123 Dona Teresa concede à cidade o primeiro foral.  
       Nos séc.XIV a XVI a parte alta da cidade torna-se o verdadeiro centro do desenvolvimento e tem então grande importância a colónia judaica estabelecida na cidade.  
  
       Em 1411 o Infante D.Henrique é Duque de Viseu e em 1472 estão adiantadas as obras que D.Afonso V manda executar para fechar a cidade de muros que não irão dispôr de torres nem de ameias.  
 

 
Monumento ao Bispo Alves Martins
 "A mais bela estátua de Viseu"
       No séc.XVI, ao tempo de D.João III já a cidade extravasara os muros.
 
    À riqueza agrícola juntara-se o favor da transumância e a importância comercial que a Feira Franca documenta.  

È também a época de um notável florescimento artístico com a escola de pintores de que Vasco Fernandes (Grão Vasco) é o maior e o fomento de importantes obras arquitectónicas. 

 
Viseu com as Sete Torres
   Do séc.XVII até meados do séc.XIX a cidade preencherá sobretudo os espaços vazios criados na sua lenta urbanização e nestes dois séculos vai singularizar-se com abundância tal de monumentos - igrejas, capelas, palácios ou fontes - que bem poderia chamar-se cidade princesa do barroco.  
       As invasões francesas no princípio do séc.XIX e as lutas liberais posteriores fizeram-se sentir grandemente.
       No fim do século abriram-se novas vias, a cidade alargou o seu leque, hoje em expansão, valorizando-a o privilégio da localização central no planalto beirão, os foros administativos de capital de província e cabeça de distrito, tornando-a obrigatório centro de convergência ou de passagem que lhe acarretaram uma feição comercial muito característica. 
  PRINCIPAL  ANTERIOR