"Manual de Pirotecnia - Luz"

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Os artefatos pirotécnicos são essencialmente produtores de luz. Assim sua aplicação depende da intensidade e tempo de produção de luz.
O uso em iluminação e sinalização corresponde a inúmeros artefatos, compreendidos dentro dos limites:
Para iluminação: 80 a l milhão CD, tempo de 7 s a 5m, e peso de 0,3 a 3 kg.
Para sinalização: 10 a 100 mil CD, tempo de 6s a l h, e peso de 0,005 a l kg.
Como regra , quanto maior o tempo , menor a luz. Na área militar ha artefatos simplescomo armadilhas iluminativas com 40 mil CD e pecas especiais como Fotoflash que iluminam um quilometro quadrado.
Para sinalização ha pecas de 2 gramas com 5 mil CD e pecas flutuantes, como faróis, que emitem 50 CD por uma hora.

Nestes casos a visibilidade é muito importante. E devemos entender como visibilidade o efeito produzido no olho humano, pelas emissões do pirotécnico. Esse efeito é dependente das condições atmosféricas, o que permite melhorar a perceptibilidade através de uma adequação entre a fonte luminosa e o ambiente.

Em principio, quanto mais curto é o comprimento de onda da luz menor será a transmissão no ar e consequentemente maior a perda nas partículas de pó e umidade do ar.
Por isso, para condições diversas convém considerar detalhes de contraste, cor, reflexibilidade e persistência, quando se deseja otimizar o efeito de iluminação ou sinalização.

Esses requisitos determinam particularidades de composição e preparo desses artefatos.


NA PRATICA

Na fabricacao de artefatos pirotecnicos luminosos para sinalizadores, pecas militares eoutros, as principais etapas sao:
Preparo
Preparar a matéria prima significa conferir a qualidade química, o grau de umidade, o teor de acidez, e a composição exata. O nitrato de potássio, p.e., pode ter 10% de nitrato de sódio misturado, ocasionando deliquecencias indesejáveis.Moer , secar, e evitar oxidação são etapas de preparo.

 

Mistura
Consiste em agregar os produtos entre si para obter uma mescla física evitando a combinação química e as reações prematuras. Cada composição tem um ordem de mistura, sendo a regra básica acrescentar o oxidante lentamente no total dos combustiveis.Assim como se acrescenta o acido a'agua. Isso evita acidentes graves, caso venha a ocorrer inflamação involuntária.
Alguns produtos devem sofrer homogenizacao antes de receber os demais. Na produção de PN faz-se uma homogenizacao do carvão e enxofre antes de colocar o oxidante.
Óleos e resinas dependem de tratamentos de pulverização separados. Quando usa-se uma resina com catalisador, acrescenta o catalisador na resina e depois colocam-se os outros produtos.
A mistura deve ser feita em peneiras simples de malha igual a soma dos diâmetros dos diversos grãos que compõem o misto.Usar peneira malha60 para misturar 3 produtos de malha 80 não resulta em boa mescla. Melhor seria usar peneira de malha 30 ou 40.
O uso de tambores com esferas pode ser útil nos mistos iluminativos rápidos. Trata-se de solução adequada a aceleração de mistos lentos, desde que insensíveis a fricção e golpes. A batedeira é indispensável com aglomerantes líquidos ou viscosos.
O cone misturados em "V"ou "Y"exige cuidados com a densidade dos materiais, e com acidentes resultantes da mistura pó-ar.
Os tambores tipo drageadores(similares a um pneu de caminhão) tem aplicação em misturas que solicitam calor concomitantemente
por sopro ou condução.
Prensagem

A acomodação dos mistos em seu corpo de uso, é feita normalmente por derrame quando ha adesivos, ou por compactacao mecanica, principalmente prensagem, na ausência de aglomerantes fortes.
Prensas lentas , hidráulicas, são de uso mais difundido. O comportamento do manômetro deve ser observado para saber-se a pressão total que o embolo da prensa exerce sobre a mistura.

Manter a pressão exata por cm2 de mistura é fator determinante. Regra geral: sabendo-se a pressão total exercida, divide-se pela área quadrada da seção transversal da vela, para obter a prensagem em kg por cm2.
A pressao varia entre 400 e 1200 kg por centimetro quadrado. Polvora negra 700 kgCm2- Mistos de Cor: 1000 kgCm2 . Mais pressao mais lenta a queima,[ até 20% . eaté l5% mais de Candelas.] Fachos, Sinais deSalvamento, Estrelas etc 900 a 1000 KgCm2. Terra para isolamento 400 KgCm2. Motor -foguete 700
KgCm2.

A figura ilustra o tubo de metal ou matriz onde se coloca o tubo de papelao que recebe o misto. Um puncão serve para comprimir o misto Serve tambem para expulsar o tubo prensado de dentro da matriz. A tampa inferior da matriz , ou base , é removivel. Na frente da prensa hidraulica, protegendo o operador ha uma chapa metalica. .
.
Os incrementos não devem ser maiores em altura que o diâmetro ou seção do corpo, se deseja-se regularidade de queima da vela. O uso de durometros é eficaz no CQ (controle de qualidade). Não se deve prensar a próxima camada sobre a superfície vítrea da anterior. Punções cônicos ou desenhados aumentam a superfície de contato entre as camadas, ou incrementos, melhorando a regularidade da queima.
O de pó de vidro, impalpável, tipo aerosil (malha 500) na mistura facilita a fluidez de carregamnento do material em matrizes estreitas ou rebuscadas. , mas não é muito usado.
Misturas que possuem mã homogenizacao pela presença de partículas muito grandes ou pesadas, não podem sofrer vibrações, pois separam-se as partículas, criando núcleos indesejáveis na vela. Normalmente os incrementos ou camadas são dosadas volumetricamente, com auxilio de colheres próprias. O ideal é que cada camada corresponda a uma fração , em peso da vela total.

Escorva

Nos iluminativos, o iniciador ascende uma mistura colocada sobre a face superior do corpo prensado. Essa mistura pode ser colocada através de adesivos ou em uma armação separada. Uma tela de algodao, p.e., impregnada, ou discos de cartão com perfurações cheias de misto. Esta mescla, sobreposto ao corpo da vela é chamado de escorva. É de fácil acendimento, sem compactacao e resistente ao ambiente.
Escorva e fite-faire tem essencialmente a mesma funcão.
Para a escorva o uso de produtos simples é mais recomendada. Isso garante o acendimento em qualquer circunstancia. Pólvora negra preparada é de alta confiabilidade. As misturas complexas, na escorva, costuma trair o resultado final.

Acabamento


Ao fim da confecção da vela, o acabamento é necessário ao ganho de durabilidade. Usam-se vernizes para evitar a umidade, e envolucros para atenuar choques térmicos e outros.
O processo descrito aplica-se a maioria dos artefatos iluminativos, na sua parte essencial: a vela.
Essa vela resulta assim de camadas de mistos. Iniciando por um extremo a primeira camada é a escorva , a segunda o traçado, e as seguintes são o próprio misto iluminativo.
O sistema de camadas é essencial a um calculo de calor produzido. Quanto maior o poder iluminativo, maior é a dificuldade de ascender e manter acesa a vela. As camadas permitem um controle no aproveitamento do calor, mantendo sob cuidado a aceleração da queima .
Como o efeito iluminativo é proporcional a quantia de produto em combustão , por segundo, uma mesma mistura acelerada produz mais luz, mas desperdiça material. Com camadas iniciais fortes, toda a vela queima mais rápido. Ha um escalonamento térmico a ser respeitado. Para evitar desperdícios, as camadas inicias devem ser proporcionalmente lentas. As ultimas também, pois elas se aproveitam do calor gerado durante toda a queima da vela. Assim logra-se mais tempo de iluminação.
Os incrementos centrais é que costumam ser mais rápidos e portanto o ponto de referencia para o projeto da vela.No projeto a diretriz é fabricar o
misto básico, acrescentando aceleradores ou retardadores conforme a sua posição ao longo da vela.
Na pratica fazemos assim . Preparamos o misto basico.Digamos 60 % de nitrato, 30% de combustível e l0% de aglutinantes. Escolhemos o corpo desejado e prensamos por igual. Todas as camadas iguais. Queimamos e anotamos a velocidade , intensidade e outros. Depois vamos para a adequação. Para acelerar a queima colocamos um iniciador mais forte, e maior quantidade de traçado.. Podemos fazer alguns incrementos mais rápidos colocando aceleradores nessas porções, intercalando com camadas de misto normal. Ou podemos retardar a queima da vela com camadas retardadas e um iniciador mais fraco. Diminuímos a proporção e quantidade do traçado.
Em conclusão, uma vela não é exatamente igual , de ponta a ponta . Ela é uma combinação de mistos, para que possamos obter o efeito desejado. Um exemplo que deixa isso bem claro, é a bengala dos fogos de artifícios, que possuí camadas de cores diferentes e também pólvora simples de modo que quando a vela queima ,a luz pisca em cores diferentes e emite tiros.

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RESUMINDO
Escolhidos os produtos quimicos, conforme a formula, preparamos esses produtos, moendo, secando e peneirando separados. Pesamos cada um separado, e visturamos em um recipiente, na ordem. Passamos na peneira varias vezes para misturar-los e homogenizar.Essa mescla é o
misto. Depois colocamos em uma embalagem ,ou prensamos em matrizes, ou acomodamos em tubos. É a vela. Depois colocamos o iniciador ou escorva. Tudo isso é a parte ativa do artefato pirotecnico.
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Mistos Brancos

Produto formula 1 formula 2 formula3
Nitrato de Bario 590 49 57
Aluminio Escuro 120 10 11
Magnesio 180 9 10
Polvora ternaria 70 22 15
OleoLinhaça 40 2 2
Gilsonite Pó(betume) - 8 2


Em Fogos de Artificio uma formula usada é :
Nitrato de Bário 30 = Alumínio Escuro 8 = Trisulfeto de Antimônio 24 =Enxofre 20 = Salitre (nitrato de potássio) 72 =.
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Misto Azul
Produto .............Formula 1............... Formula 2
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Clorato de Potássio 65 ............................70
Sulfato Cobre Anidro 18..........................20
PVC........................ 4.............................. 2
Lactose ...................10............................. 8
Nos mistos azuis a luz deve ser fraca (menos de l0 mil CD). Sem clorato a solucão é usar Nitrato de Bario, com sais de cobre e cobre metalico em pó.
Ativadores opticos , como hexacloro, PVC etc. sao importantes. Magnesio eAluminio não são bem vindos.

Misto Verde
Produto ..................Formula 1........................ Formula 2
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Magnésio ....................170 ....................................14
Nitrato de Bário ..........700 ....................................64
PVC ...........................50 ......................................14
Pólvora Ternária...........30....................................... -
Óleo Linhaça ...............30....................................... 2
Gilsonite ........................- ........................................6
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Pós metálicos de cobre malha 50/l00 (2%) é benvindo.
Hexacloretano pode substituir PVC como fonte de Cloro.



Os resíduos, restos de mistos, devem ser espalhados na terra em terreno aberto,á intempérie. Nunca deixe amontoados nos cantos ou enterrado aos montes em valas ou poços .Evite queimar. No terreno eles se dissolvem .Amontoados geram explosões.

Inflamabilidade de resinas e gomas

Considerando a velocidade de queima , comparativamente , em centimetros por minuto, podemos verificar que nem todas as resinas sinteticas sao boas para pirotecnia. O ideal é fazer testes com as resinas que se tem disposniveis. As colas, e adesivos.

Resina- .......Velocidade de queima (Os valores são referenciais apenas)
Poliester ........1 a 3
PVC.............. 2.5 a 4
ABS............... 0.8
Acetato Celulose 4 a 6
Celofane.......... 5 a 8
Rayon.............. 2.5 a 4
Polietileno........ 0.2 a l
Os coopolimeros de Cloreto e e Acetato de Vinila , dissolvido em acetona tem bons resultados(Hostaflex l3l)