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"Manual
de Pirotecnia - Projecto" VOLTAR | PÀGINA
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No projeto de um artefato pirotécnico
primeiro determinamos a sua utilidade.
Digamos que queremos matar pernilongos.
Juntamos serragem como combustível a uma quantidade
igual de nitrato , como oxidante. Acrescentamos como
utilitário um inseticida sublimavél qualquer. Prensamos
, cortamos e temos a conhecida "Espiral" ou
cobrinha .
Digamos que queremos iluminar:
Juntamos um combustível orgânico com um oxidante forte,
e por cima um utilitário feito de fios finos de magnésio
metalico.Colocamos em um recipiente transparente e temos
o conhecido FLASH-CUBE destacável das maquinas fotográficas.
Na " Espiral" o misto base fornece o calor que
"evapora" e espalha junto com a fumaça o
produto inseticida. A forma prensada é o veiculo.
No "Flash-cube" a "espoleta" feita de
oxidante/combustível, com o aperto do "gatilho"detona
e incandesce a esponja metálica de magnésio que queima
produzindo a luz forte. O estojo transparente é o receptáculo.
Ao final temos:
ARTEFATO
PIROTÉCNICO
=
OXIDANTE + COMBUSTÍVEL + UTILITÁRIO
+ VEICULO OU RECEPTÁCULO
O veiculo ou receptáculo complementa ou faz o efeito do
produto químico utilitário
Exemplificando:
Um tiro, (o som) é obtido por:
OXIDANTE + COMBUSTÍVEL = CALOR
UTILITÁRIO = GÁS
+ RECEPTÁCULO = CONFINAMENTO
Sem o receptáculo não ha som . Nos casos de "tiro"
o misto base é rápido de queima (pólvora)
e o gás se liberta do utilitário (
enxofre ) rompendo o receptáculo para causar o som.
______________________________________________________
Resumindo
Em um artefato pirotécnico temos um combustível
reagindo com um oxidante sobre
um utilitário que faz o trabalho desejado
complementado por um receptáculo ou veiculo.
______________________________________________________
NA PRATICA
Nem sempre um artefato pirotécnico é tão bem definido
como nestes exemplos.
No geral é uma combinação mais complexa. Sempre vamos
ter estas quatro partes (combustível- oxidante - utilitário
- receptáculo) mas elas podem se confundir entre si.
Um produto colocado como utilitário
para ser o responsável pelo efeito pretendido, pode ser
também combustível. Pode ser também o
próprio produto usado como oxidante.
Nas luzes vermelhas o utilitário vermelho
vem do Estrôncio que é o oxidante nitrato
de estrôncio. Um produto só.
Em um formula complicada podemos ter produtos químicos
que se prestam para fazer o oferto e para produzir a
queima . E até como
embalagem . Nos artefatos fumigenos negros, a resina
de poliester fornece o carbono que deixa a fumaça
preta (utilitário), alimenta a combustão
(combustível) reagindo com o oxidante
para produzir calor, e mantém o misto duro como um bloco
de plástico (receptáculo).
Quando projetamos um foguete o que queremos é forca para
transporte. Usamos uma pólvora dentro de um recipiente
,que por efeito de reação desloca-se no espaço. Quando
projetamos um show pirotécnico queremos espetáculo
bonito e agradável. Usamos mistos com luzes coloridas
que impressionam, com a pólvora para dar os tiros para o
alto.
Numa simples pedra de isqueiro o que queremos é uma
fagulha de calor que inflame a mistura gas-ar.
Portanto , sabendo o que queremos, determinado o uso,
optamos pela velocidade de queima , escolhendo pólvora
ou misto. Acrescentamos os utilitários, que vão
produzir gás, fumaça , calor, luz , etc. Procuramos
adequar em uma embalagem ou veiculo
apropriado ao uso , que (faca ou) complemente o efeito
pretendido.
Balanço de Oxigênio
Para uma certa quantidade de combustível
necessitamos de um quantidade certa de oxigênio. Com
isso conseguimos queimar todo o combustível. Se faltar
oxigênio, a queima não se completa.
Chamamos de balanço de oxigênio a esse equilíbrio
entre a quantidade de combustível e a quantidade de oxigênio
necessário para oxidá-lo completamente.
Vejamos quanto oxigênio ha nos oxidantes e quanto oxigênio
falta nos combustíveis. Coeficientes em gramas ; Oxigênio
Liquido(+) 100
COMBUSTÍVEIS oxig......................... OXIDANTES
oxig.
==========================================
Serragem - 116........................................
Nitratos Estrôncio + 38
Enxofre - 99................................................
" Sódio + 47
Magnésio - 65.............................................
" Potássio + 40
Alumínio - 89..............................................
" Cálcio + 48
Celulose Papel - 118...................................
" Litio + 58
Carvão - 266
.............................................." Amônio
+ 20
Óleo Rícino - 268
........................................" Bário +
31
Parafina -_ 344 .........................................Clorato
Potássio + 39
Farinha Cereais - 132......................................."
Bário + 31
Açúcar - 112.............................................Perclorato
Bário + 33
Óleo Combustível - 324...............................
" Potássio + 40
Explosivos
...................................................."
Amônio + 27
Nitrocelulose - 25
........................................" Sódio +
46
Trotil - 74...................................................
Peroxido Bário + 9
Dinitrotolueno -114..........................................."
Sódio + 20
Nitroglicerina + 3,5..........................................
" Cálcio + 22
________________________________________________________
Exemplo;
Para a queima equilibrada de l00grs. de Amatol (
Explosivo):
Oxigênio(+)20 % x 100
94 = 78,8 Nitrato de Amônio
Oxigênio(-) 74% x 100
94 = 21,2 Trotil ( TNT)
74 gr. de Nitrato de Amônio
20 gr. deTrotil (T N T )
94
Com isso podemos chegar ao:
Misto
Padrão
Usando o magnésio metálico, como combustível,
podemos fazer uma tabela onde calculamos a formula de
modo que todo o magnésio se transforme em oxido de magnésio
porque na composição existe todo o oxigênio requerido,
independentemente de fatores externos, como o ar atmosférico.
Isto é matéria de química quantitativa.
Nesta tabela , mostra-se as proporções, para obter o máximo
de rendimento de um misto, quimicamente falando.
Misto |
vemelho |
amarelo |
verde |
branco |
observação |
Nitrato de |
estroncio |
sodio |
bario |
potassio |
|
Quantidade |
63,5% |
58,3% |
68,8% |
62,5% |
malha
60 |
Magnesio |
36,5% |
41,8% |
31,8% |
37,5% |
125m A |
Vela-Tubo |
6,5 |
6,5 |
6,5 |
6,5 |
SeçãoCm2 |
Prensado |
1 |
1 |
1 |
1 |
Ton.Cm2 |
Tempo de Queima |
7,7 |
13,1 |
5,1 |
6,9 |
Polegadas por minuto |
Eficiencia de Luz |
12,500 |
15,500 |
14,000 |
8,000 |
Candelas segundo/grs. |
Calor |
1.881 |
2.060 |
1.606 |
1.760 |
Cal/grs. |
Luminosidad |
50.000 |
102.000 |
45.000 |
27.500 |
Cd/Pol 2 |
CalorInicial |
600 |
630 |
670 |
660 |
Temperatura |
Iniciação |
|
|
|
|
|
Grs. PN |
.>5 |
0,5 |
>5 |
1,5 |
Pol.Negra |
O importante é determinar se o misto tem oxigênio
alem do necessário. Caso mais comun. Ou se ele tem menos
oxigênio que o necessário para queimar todo o combustível.
Neste caso ele deverá aproveitar o oxigênio da
atmosfera para completar a combustão.
Na pólvora negra o equilíbrio percebe-se fácil, porque
na falta de oxigênio sobra um cinza de carvão, após a
queima. Nas polvoras , espoletas e similares deve-se ter
sempre mais oxigênio do que onecessário. Nos fogos de
artificio, chuvas de prata ou ouro, o oxidante é tão
pouco que a brasa ou fagulha necessita do ar para
queimar, enquanto vai caindo.
Ha produtos, como a nitrocelulose, que já contem o oxigênio
na própria molécula do produto. A maioria dos
explosivos químicos são assim . Não ha como variar. Em
pirotecnia , como a agregação é mecânica, ajusta-se o
balanço, ou equilíbrio , como melhor convir.
Concluindo: convém determinar se ha oxigênio suficiente
no misto para completar a queima, sem necessitar do ar
atmosférico, e portanto se todo o combustível esta de
fato sendo utilizado para o efeito desejado.
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