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O desafio da metáfora:
Ler e moldar a organização
 
Apresentação PowerPoint: (ApresentacaoPG.ppt)

Introdução :: A Metáfora :: Caso prático: Multico m
Interpretar a Multicom :: Desenvolver uma leitura detalhada

Uso de quadros Dominantes :: Ler Organizações :: Conclusão

Introdução

    O uso de metáforas é uma das melhores formas de analizar uma organização. A metáfora fornece formas de ver a organização de várias prespectivas, realçar os vários problemas, e formas de os solucionar. Durante todo o livro "Images of Organization", Morgan analiza as organizações do ponto de vista de várias metádoras diferentes. Este trabalho pretende solucionar o desafio de integrar todas essas metáforas, de forma a ter uma visão o mais completa possível de uma data organização e, como passo seguinte, moldar e resolver os problemas da organização. Foi baseado no livro de Morgan referido, principalmente na introdução (análise da natureza da metáfora), e depois o capítulo 10 ("The Challange of Metaphor") e ("Reading and Shaping Organizational Life").


 

A Metáfora

    Antes de começar a usar a metáfora, é bom compreender a sua natureza, vantagens e limitações. Tomemos exemplo na frase: "Aquele Homem é um Leão". Ao usar esta metáfora estamos a tentar realçar os aspectos no homem que mais se parecem com o Leão (a sua força, coragem, etc.), retirando ênfase a todos os outros. No final de cada capítulo relativo a uma metáfora, Morgan tinha que mostrar quais os pontos fortes e fracos dessa mesma metáfora. Assim não só viamos as conclusões que se podiam tirar, mas também e os perigos e limitações em ver uma organização desse ponto de vista. Isto deve-se ao facto de a metáfora, ao criar formas de ver, cria automaticamente formas de não ver. Por tudo isto é tão importante aprender a usar as varias metáforas de uma forma integradora.



Ler e moldar a organização "Metaforicamente"
    Como já foi dito, metáforas diferentes, cobrem dimensões diferentes e por isso devemos usar várias metáforas de modo a ter uma visão mais completa. Assim podemos dizer que uma organização é uma máquina, organismo, cérebro, cultura, instrumento de domínio, prisão psíquica e sistema político.
    Parece contraditório dizer que uma organização é um organismo, e estuda-la como organismo, e no momento seguinte dizer que é uma máquina, e estuda-la como se fosse uma máquina. A verdade é que um objecto pode ser analizado como sendo várias coisas. Um bom exemplo disso é o caso do estudo do fotão. Quando estudado como partícula, verificou-se que este se comportava como tal, e assim foram tiradas muitas outras conclusões. Apesar disto, o fotão também pode ser estudado com onda, sendo verificado apresenta características ondolatórias.
    Um dos grandes perigos do uso da metáfora é a nossa tendência para encontrar aquilo que procuramos, ou seja, se usarmos apenas a metáfora da organização como sistema político, só veremos as forças políticas, ou até problemas deste tipo que de facto não existem, ou não são significativos. Apesar de devermos usar várias metáforas, temos que ter cuidado com as que escolhemos, ou seja, podemos (como no caso referido) estudar o fotão como partícula ou como onda, mas nunca como ameixa. Em todo o caso a lista de metáforas usadas no livro de Morgan não está de todo esgotada ou completa. Podemos sempre arranjar novas metáforas, desde que sejam válidas, para ajudar a detectar e resolver problemas da organização.
    Poderiamos ficar eternamente analizando uma organização e vendo como as metáforas podem ser adequadas, mas isso de nada valia em termos práticos. As metáforas devem ser usadas sempre com o objectivo saber como melhor actuar sobre uma organização.



Caso prático: A Multicom

    Nada melhor para ver como poderemos usar estas metáforas que um caso prático. No livro de Morgan é-nos apresentado o caso da "Multicom".

    A Multicom foi uma empresa de relações públicas fundada por quatro pessoas: Jaime, Olinda, Maria e Francisco. Jaime e Olinda foram quem tiveram a ideia de sair da empresa em que trabalhavam para fundar uma nova, de acordo com princípios e ideias que achavam ser melhores. Junto com eles trouxeram a Maria e o Francisco. Jaime e Olinda detinham 40% de share cada, enquanto Maria e Francisco apenas 10% cada um.

Primeiros anos da Multicom:
    Nos primeiros dois anos as coisas foram correndo bem. Cada empregado tinha a sua própria carteira de clientes, com quem tratava directamente, ou seja, todos tinham que saber fazer quase tudo. As tarefas iam sendo distribuidas de acordo com os projectos que fossem aparecendo. Grande parte do tempo era assim pensado fora do local de trabalho, junto dos clientes. Era portanto uma organização centrada no cliente. Havia uma cultura de "work hard, play hard" bem marcada na organização. Todos os empregados eram muito empenhados, fazendo muitas horas extraordinárias. Regularmente a empresa organizava festas em que todos os empregados podiam divertir-se e conviver uns outros. Muitas vezes os próprios clientes eram convidados, o que fazia tranparecer ainda mais para o exterior a energia, divertimento e empenho que caracterizava esta organização.
    Tudo isto fez com que a Multicom fosse crescendo bastante bem, e os dirigentes podia estar optimistas em relação ao futuro, também baseados nos clientes que se foram fidelizando ao empregado responsável pela sua conta, e consequentemente à organização.

Mudança na Multicom:
    Jaime e Olinda, principais detentores da empresa, começaram a ter mais responsabilidades familiares, o que os colocava um pouco à parte em relação à filosofia "work hard, play hard". Reuniam-se para tomar algumas decisões sozinhos sem consultar a Maria nem o Francisco.
Começaram ainda a sentir o desejo de controlar melhor a empresa, ou seja arranjar mecanismos de saber melhor o que é que os empregados andavam realmente a fazer. Tentaram obter mais controlo sobre as saídas dos empregados do escritório, bem como das permutações entre projectos. Para isto tudo precisavam de burocratizar alguns processos. Já tanto a Maria como o Francisco sentiam-se bem com o estado actual da empresa, e achavam que era o melhor para o crescimento da Multicom.
     Apesar disso, o Jaime e Olinda, como detentores de 80% da empresa tinham sempre a última palavra, contra Maria e Francisco, com apenas 20%.  

A Media 2000
    A rotura foi inevitável. Maria e Francisco decidiram criar uma nova empresa, a Média 2000, com os mesmos princípios da antiga Multicom. Com eles trouxeram bastantes empregados que estavam também descontentes com a mudança na antiga empresa, e consequentemente bastantes clientes.