|
"Manual
de Pirotecnia - Escada Térmica" VOLTAR | PÀGINA
ANTERIOR
| PÀGINA
SEGUINTE
Ha uma diferença entre escada térmica e trem de fogo
que nem sempre é observada.
A escada é uma sequencia de queimas capazes de produzir
calor em linha ascendente.
O trem de fogo é uma linha de transmissão e distribuição
de fogo com tempo e calor iguais.
Qualquer artefato pirotécnico inicia-se por uma fonte de
calor pequena. Pode ser um squib, ou fósforo, ou uma
chama. São meios que exigem pouco esforço. Um squib
pode começar com um pilha comum de lanterna. Um fósforo
pelo simples atrito manual.Todavia a parte principal do
artefato não é sensível a esse pequeno numero de
calorias, nem esta localizado no ponto onde elas se
produzem.
É necessário portanto transportar o fogo, e aumentar-lo
para que o artefato inicie a queima.
Nos fogos de artificio populares, usa-se fósforos para
iniciar as baladas coloridas. Nos artefatos pirotécnicos
maiores usa-se um estopim aceso por diversos sistemas,
inclusive espoletas. Nos altos explosivos, parte-se de um
squib, estopim hidráulico e reforcadores.
A escada , quando feita de camadas, como moedas
sobrepostas, faz o trabalho do trem . A cada camada que o
fogo passa a temperatura se eleva.
O trem de fogo apenas transporta o feito da combustão de
um ponto geográfico a outro, sejam 10 cm ou 200 metros.
O tempo do transporte é importante, principalmente,
quando é ramificado.
A situação mais comum é a instalação de um circuito
pirotécnico onde achamos escadas e trens combinados., um
bom sistema p.e., é o usado em foguetes meteorologicos.
Estes foguetes possuem alem do
servo-comando elétrico, um circuito pirotécnico que tem
a finalidade de garantir a separação de alguns
estagios,e abrir seções, tais como o compartimento do
paraquedas.
O procedimento usado para separar-se um conjunto preso ao
foguete é soltar os parafusos que o prendem. E para
tanto esses parafusos possuem um orifício axial onde ha
uma carga explosiva, e um vinco de cizalhamento.
O circuito , começa no centro do foguete com um squib,
iniciador de uma camada de pólvora, que passa para uma
pastilha de ferro-silicio. É uma escada. O squib iniciou
com uma temperatura de 100*, e no final da pastilha a
temperatura esta em torno de 800*. Desse ponto o fogo
passa para um cordão de pólvora ou estopim (hidráulico)
até uma bifurcação. Nesse ponto temos uma pastilha
reforcadora para garantir a iniciação dos ramais. É
outro degrau da escada.Os cordões seguem ate a flange
dos parafusos. Nova bifurcação e outra escada dentro do
parafuso. Uma escorva que aceita o fogo e o explosivo que
rompe o parafuso.
Acendendo
No dia a dia , as vezes é necessário ascender um
artefato antigo , envelhecido e oxidado. Para isso usa-se
uma estopim sobre a escorva original , já degenerada
pelo tempo. Coloca-se um punhado de pólvora e o artefato
não ascende . Coloca-se mais pólvora negra e não
ascende .
Posta a pólvora encima do artefato, quanto mais pólvora
mais rápida a queima e menos calor transmitido. Mais pólvora
acelera a reação e desperdiça energia. Assim o
procedimento aconselhável é usar uma escada feita com
um estopim e uma misto iluminativo qualquer , de produção
recente que queime em 2 ou 3 segundos a uma temperatura
elevada (600*). Com isso a camada oxidada do artefato
destroe-se e a queima da vela inicia-se.
O aumento de polvora,gera uma explosao, no lugar da
queima.
Um erro comum é exatamente aumentar-se a quantidade de
polvora ou escorva em artefatos que devem sair acessos de
um lançador de tiro. Nos foguetes e rojoes (com
sinalizadores ou fogos de artificios )p.e. , n o momento
do tiro o artefato ascende e sai queimando . Aumentar a
quantidade de escorva quase sempre resulta em uma
deflagração. Mais rápida devido a maior quantidade de
material. Nesse caso o artefato simplesmente não
funciona. A velocidade maior desperdiça o calor
produzido. O correto é manter a produção de calor por
uma tempo maior.
Outro fator importante é a estabilidade da escada.
O primeiro degrau, que recebe o fogo,deve ser mais
resistente as condições ambientais. Os degraus
seguintes são menos atingidos pelas umidade e outros
fatores externos. A sensibilidade do segundo e terceiro
degraus é menos importante que a sua capacidade de
elevar a produção de calor.
Compatibilidade
PÓLVORA NEGRA É O MELHOR ACENDEDOR DE PÓLVORA
NEGRA.
Assim como o magnésio é o melhor acendedor de magnésio.
A compatibilidade deve ser rigorosamente observada. O uso
de produtos diferentes exige a compatibilidade das
camadas de elementos comuns , capazes de agenciar a
transmissão do fogo de um campo a outro.
Em um vela , com varias camadas , as camadas adjacentes,
não podem ser incompatíveis. Não podemos prensar em
uma vela uma camada de pólvora negra, com outra de misto
cloratado. .Mistos feitos com clorato de potassio reagem
instatanemente com os produtos do misto feito com
nitratos, ascendendo ou explodindo. ( Pagina 20 e 21)
É medida cautela, possuir mesclados no segundo degrau
,partículas do principal composto do primeiro degrau. E
para isso é necessário que as camadas sejam compatíveis.
Na iniciação de uma vela, usa-se como primeira camada o
"firts-faire", ou escorva . Em seguida , como
segunda camada esta o traçado, e logo o misto iniciador.
Exemplificando: a escorva é pólvora negra pura; o traçado
é 50% de pólvora negra e 50% de misto de nitrato de bário/carvão/silício;
e o misto é nitrato de bário/carvão /magnésio.
Em fogos de artificios é muito comum colocar incrementos
de tracado no meio da vela para iniciar mistos de cor
diferente na mesma vela (bengalas)
Traçado
O traçado é a mistura de dois mistos, ou duas composições
compatíveis.
Quando temos duas etapas seqüentes, p.e.,um misto
vermelho que passa o fogo para um misto verde, sendo os
dois a base de nitratos, ha compatibilidade. Assim para
garantir o acendimento do misto verde , usa-se misturar
um pouco de misto vermelho na primeira parte do misto
verde.
O traçado é uma mistura independente , ou seja um misto
traçado. Resultado da mistura de um ou mais componentes
do misto que vem com o fogo , no misto que recebe o fogo.
Pode-se misturar um pouco de pólvora também. É comum
referir-se ao traçado como uma mistura do misto que vai
queimar, com 10% de pólvora negra. em pó.
Depotagem
Sempre que usamos um foguete para transportar uma peca
pirotecnica , temos duas acoes necessarias: 1) Acender o
artefato. - 2) Separar o artefato do foguete.
Para realizar essas duas acoes usamos de um rastilho ou
trem de fogo e uma carga de depotagem . No lancamento do
foguete ascende-se tambem o trem de fogo que conta tempo
até o momento em que deve-se deflagar a carga explosiva
que ( ascende e) separa o foguete do artefato.
Em um foguete de vara comum, o motor foguete queima até
o fim e (passa fogo ao rastilho que queima por 1 ou 2
segundos e ) ascende uma carga de depotagem que ascende a
bomba de cores e explode lancando a bomba longe do
foguete. Nos foguetes de sinalizacao terminada a queima
do grào ( motor-foguete) ascende-se o rastilho que logo
ascende a carga de depotagem encarregada de criar chama
para ascender o sinal e gases para expulsar o sinal e o
paraquedas para fora do corpo do foguete.
O rastilho é um trem de fogo. Pode ser polvora prensada,
ou um pedaco de estopim. A carga de depotagem é um
recipiente ( de tecido, ou feltro , ou papel, ou pastilha
) de polvora negra . A quantidade de polvora depende do
uso. Uma carga grande não só separa como rompe e
danifica o artefato. Uma carga pequena não consegue
promover a separacao. Nos foguetes sinalizadores a carga
é de 1 grama. Na GIL a carga pode ser 50 gramas.
Paraquedas lanacados de foguetes, que nao abrem, quase
sempre é defeito da carga de depotagem mal dosada.
Estrelas ou bombas mal depotadas, queiman dentro do corpo
do foguete, ou saem sem ascender.
O poder de gases e o calor da chama da depotagem é
importantissimo.
|
|