Tricanas...
Tão bem falante a tricaninha ai rosa,
Toda de preto, a fina meia clara!
Ouvi-la, é logo Coimbra e Santa Clara,
vai de encanto e de água saudosa.
A arte de pôr o lenço, a arte rara
Do chal lançar! Em sua fala graciosa
Vê-se a Tricana a alminha de amorosa.
Ouvi-la, é logo Coimbra e Santa Clara.
Não, Coimbra não muda. É sempre, é ainda
O bruxo val, a tricaninha Linda,
No ardor de Abril os rouxinóis velando.
A suave noite em flor!...Moço, e cismando,Camões!
É a vossa fala camoniana
Que arrulha e ri na boca da Tricana.
Alberto Osório de Campos
A hora da Tricana ir buscar àgua à fonte.
Olhai, elas lá vão de cântaro à cabeça,
Com um ar senhoril altivo, de condessa,
Caminham a cantar, atravessando a ponte,
Enquanto a noite cerra aos poucos o horizonte.
E nesta hora sem por, toda melancólica,
Essa canção ingénua canção é cheia de poesia