É Preciso Renascer

Somos a Igreja de Cristo. Somos as Pedras Vivas.

Acabamos de viver o tempo favorável para a conversão.

Num dos domingos da Quaresma que acabam de passar, cantávamos numa das Eucaristias: - "Irmãos convertei o vosso coração à Boa Nova, mudai de vida. Sabei que Deus vos ama".

Tem sido para mim doloroso sentir quanto os cristãos pertencentes à mesma Igreja vivem em conflito aberto e se digladiam por situações quantas vezes mesquinhas, esquecendo que todos, pelo baptismo, fazemos parte dela, tendo Jesus Cristo como cabeça. Ela, a Igreja, não é pertença exclusiva desta ou daquela pessoa, mas tão somente de Cristo, tendo-nos a nós, por colaboradores directos e imprescindíveis.

Foi aquele tempo em que se nos impunha a obrigação de parar. Parar para reflectir sobre aquilo que, em nós, à nossa volta ou na nossa comunidade, estava mal ou menos bem e, com sentido critico, coragem e decisão, fazermos a nossa radiografia e porque não, vermos o que andava mal no nosso grupo de amigos conhecidos e conterrâneos, por ventura na nossa paróquia, procurando ajudar a corrigir com achegas oportunas mas humildes.

Somos o movimento mais recente que chegou à paróquia.

Viemos com propósitos bem definidos de, não ocupando o lugar de ninguém, mas somente o nosso, ajudar na medida das nossas possibilidades e com as limitações próprias de quem começa, contribuir para a progressão sempre necessária da Igreja que se quer em movimento e nunca satisfeita com a que está a fazer.

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Foi nosso propósito não nos acomodarmos às situações. Queremos sentir o peso que temos pelo facto de sermos baptizados. Desejamos sentir-nos inquietos e inquietar quantos nos rodeiam lembrando o compromisso que temos de ser cristãos. Se por ventura, ou pelo calor da lareira, pensando que o que faz ou fez é suficiente para levar a cabo a sua missão, valeu a pena o nosso "ALERTA".

Queremos dizer que temos falta, tal como Jesus Cristo, de Trabalhadores para a messe. Sentimos que nos faltam chefes para, responsavelmente aceitarmos o desafio que é cada vez maior e ao qual temos dificuldades em responder em tantas solicitações que cada vez mais nos são feitas. A porta está aberta, claro que há regras mínimas a exigir mas, quando se está disponível, tudo podemos.

Contudo, não deixaremos de exigir que não nos sejam criados obstáculos que nos impeçam de fazer avançar este movimento que visa preparar e lançar para a vida rapazes e raparigas, tendo sempre em vista os grandes objectivos que o nosso fundador Baden Powell idealizou e para os quais nós aceitamos colaborar.

A Quaresma foi o tempo próprio para equacionarmos tudo o que em nosso entender precisava de mudança. Foi tempo de advento, espero que se soubemos que era somente necessário o esforço dos outros, ele teve que começar por nós. E terá sido desolador que tudo tivesse ficado na mesma. A nossa conversão teve que começar, antes de tudo, por um sério exame de consciência em que, corajosamente, descemos ao mais profundo do nosso íntimo, arrancámos aquilo que nos impedia de ser "Pedra viva do Templo do Senhor", avaliámos criteriosamente o que tivemos de mudar na nossa vida; fora com estas disposições, que procurámos dar uma nova dinâmica à nossa paróquia que gostaríamos de ver mais activa, impulsioná-la para que seja e tenha o seu lugar o que, sem o meu e o teu contributo, nunca iria acontecer.

É que, meus amigos, nós somos todos muito importantes para pôr em marcha o projecto de Deus. Fazemos parte dele e aquilo que nós não fizemos fica mesmo por fazer.

É preciso renascer. E eu começo a pensar que muitos de nós podemos não ter estado atentos a esta exigência que nos foi feita.

E se não o fizemos? Todos nós recordemos o que antigamente se dizia aquando do "desarrisca", confissão pela altura da Quaresma; que, quando não o fazíamos até à Páscoa, podíamos fazê-lo nos quarenta dias seguintes até à ascensão do Senhor.

Amigo, aproveita também esta "deixa". Vamos P’rá Frente. "sabei que Deus nos Ama" Ele está connosco e espera-nos mais do que isso. Ele conta connosco. Então, por que esperamos? Ele não vai faltar a esse encontro importante da nossa vida e, olha, Ele o disse: Tudo o que pedires, meu Pai concerde-ti-á.

Demo-nos as mãos e avancemos. O mundo precisa de nós. A Palhaça que tanto amamos, cada qual à sua maneira, (e não falamos a linguagem dos políticos), não nos perdoaria se não fizéssemos os possíveis e impossíveis para que fosse um espaço em que Cristo mais uma vez saísse vitorioso.

Que uma vez, decididamente, arranjemos tempo, coragem e poder de decisão para pôr no seu devido lugar a nossa vida e nos dispusermos a alterar os nosso propósitos, festejemos e vamos continuar a festejar as renovações feitas do nosso baptismo e do grande acontecimento impor, da ressurreição de Cristo, ressuscitando também cada um de nós para vivermos com alegria este tempo Santo da Páscoa.

O Assistente Adjunto

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