Conheci-o numa sala de cinema em inícios de 1996, quando fui espreitar um filme "chinês", 'Chung King Express'. O som e o barulho de California Dreamin' dentro de fim fizeram apaixonar-me por aquelas imagens imparáveis, o movimento contínuo e saltitante, mais rápido que as cores.No cinema King, logo na altura, apeteceu-me ver novamente, rir, imaginar, criar, tudo o que este filme consegue sem se notar. A história para cada um pode ser diferente, mas é sempre a melhor. Um ano depois e na sua sequela vi Fallen Angels, com a mesma companhia e riqueza e genialidade de filmagem, em que o título diz muita coisa, ao contrário da maioria das outras películas. Wong Kar-Wai consegue transportar-nos para um Hong Kong mágico, imparável e sonhador, em que o inesperado acontece, em que a imaginação é o prato forte para se ter uma boa ideia do filme. Revivi entretanto o primeiro filme novamente no cinema e depois em casa, e de facto é notável o trabalho deste realizador. Mais tarde uma história completamente diferente: Happy Together, passada desta na Argentina. Em 2001, o melhor actor em Cannes pertence a um filme de Kar-Wai. O filme é In Mood for Love. A não perder por nada deste mundo.

 Miguel Anjo
6-Março-1999