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Biografia

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Rádio

Björk

Universidade

Wong Kar-Wai

Um texto...
(Outro, inacabado)

n. 15-Fev-1979 (22 anos)

Estudante de Engenharia Informática

Paixões: Rádio, Informática, Comunicações, Conversar, Escrever, Ler, Viajar e Namorar

Projectos: Programador Informático, Animador de Rádio e Colaborador na Imprensa

Nascido em Coimbra a 15 de Fevereiro de 1979, Miguel Anjo logo se notabilizou por não ser nenhum anjo. Veio viver para os arredores de Lisboa pouco tempo depois de nascer.

Esteve internado de dia no Infantário "A Pedrita" até aos 6 anos, quando foi promovido a estudante para a Escola Primária da Brandoa e mais tarde para a Escola Primária de Alfornelos. Logo aos 6 anos teve o primeiro computador, um Amstrad 1512, com duas drives de 5 1/4 e sem disco rígido, computador que mantém funcional para jogar o melhor jogo de sempre que é o Microsoft Decathlon. Praticou durante 2 anos natação na TAP e no Benfica e mais tarde tentou praticar ténis igualmente no clube da Luz. Na 3ª classe teve a sua primeira paixão. Durante a 4ª classe impingiram o ensino do alemão na Escola Alemã de Lisboa, onde nada aprendeu e tudo odiou. Iniciou aos 9 anos a sua curta mas brilhante carreira de atletismo no magnífico Paroquial da Brandoa, treinado pelo sobejamente conhecido Sr. "Tata". Ao longo das férias dos quatro anos primários de escola conhece Marrocos e França, as duas viagens mais desinteressantes que fez.

Entrou para a Escola Preparatória de Alfornelos onde esteve durante 5 anos. No aniverário dos seus 12 anos deu o seu primeiro beijo à colega que foi a sua 2ª paixão. No atletismo ia progredindo ficando com as melhores marcas de 11,64m no triplo-salto e 15,4s nos 100m barreiras que lhe garantiram o 7º lugar no «ranking» nacional de iniciados do ano em ambas as disciplinas. Na escola as suas melhores disciplinas foram matemática até ao 8º ano, com nota 5 em todos os períodos e Físico-Quimicas no 8º e 9º anos também com nota 5. No 9º ano conheceu outra colega que viria a namorar durante quase 2 anos e meio. Igualmente durante o nono ano descobre o ciber-espaço e, utilizando um modem de 2400bps, liga a 23 de Janeiro de 1994 para a Cats BBS e depois para outros BBS. Ouve também pela primeira vez o que é a internet. Por falta de tempo desiste do atletismo, numa altura em que corria pelo CDUL. Em termos de viagens, faz mais de 10 mil quilómetros em cerca 15 viagens de avião e reconhece Paris, visita Madrid, vai aos Açores, ama a costa Leste dos Estados Unidos e Canadá, passa o Natal na Madeira e Porto Santo.

No 10º ano vai para a Escola Secundária de Benfica, fazendo parte da turma de Desporto. Torna-se Co-Sysop (operador de sistema) da Visus BBS, tratando da parte dos boletins. Escreve também no jornal Record uma reportagem sobre a meia-maratona de Setúbal. Começa a ouvir cada vez mais rádio. Termina a sua primeira meia-maratona com o tempo de 1h59m em Coimbra. Nas férias, conhece uma futura grande amiga na Foz do Arelho, com quem pode sempre contar.

Passa para o 11º ano e vicia-se em rádio. Começa a deixar de ver televisão. Escreve várias cartas para o jornal "Público", sobre a situação dos estudantes. Escreve outro artigo no jornal Record, desta vez sobre a Meia-Maratora da Nazaré. Cria com um grupo de 10 amigos A Telefonia Virtual, a primeira revista de rádio em Portugal, onde se torna colaborador. Descobre, após uma viagem à Alemanha, que é meio-judeu e visita por duas vezes a sinagoga de Lisboa.Visita também outro país de origem judaica, Israel. Coloca a revista Atletismo na Internet.

Entra para o 12º ano onde tem uma forte e passageira paixão, tão passageira como o namoro que pouco mais de um mês durou. Outra meia-maratona, desta vez em Lisboa, colocando a melhor marca pessoal em 1h57m. Em Dezembro tem a sua primeira "grave" lesão, uma entorse que lhe impossibilita de correr durante algumas semanas. Um Natal mais, desta vez passado em banhos de mar no Porto Santo, onde fica apaixonado pela paz, calma e solidão, àgua e ar a temperaturas amenas. Nessa pequena maravilhosa ilha faz a sua brilhante estreia em corridas de S. Silvestre, classificando-se em 3º lugar, logo após o pai. Mais um ano se inicia, cria uma conferência na Fidonet portuguesa de nome Judaica_36, dedicada ao judaísmo e apaixona-se, uma louca paixão, ainda em segredo, que só com o tempo se pode confirmar ou desmentir. E desmentiu-se. Passa mais um aniversário, é maior de idade. Segue a escola, árduamente com notas não muito altas. Sobre A Telefonia Virtual fazem-lhe uma entrevista para o "Público" e vai à televisão falar da revista que criara, 8 meses antes, com os amigos da rádio. Mais outra "meia" e 1h53m, recorde! As aulas terminaram, as notas saíram e com 10 a física, bem favorecido, e outra dezena a biologia, onde merecia mais, irá agora fazer os exames. Exames esses que tiveram como resultados: 9 (8,5) a DGD, 9 (9,1) a Física, 11 (11,2) a Biologia e Português e 14 (14,1) a Matemática. Isto deu média de 12,5 este ano, 13,33 nos três anos. Para a faculdade a média que contou, já com as específicas de Matemática e Física, ficou pelos 12,3. Irá ser bastante difícil cumprir o objectivo. A ver vamos. Nas corridas, desistiu, numa prova de 50km nocturnos (iniciou-se às 0h), pelos 30km, eram 6 da manhã. Passou na mesma toda a noite na montanha, por estradões, a correr, andar e... ouvir rádio. Às 7h, na companhia dos bombeiros, toca um cálice de whisky. A Telefonia Virtual fez também um ano de vida e realizou-se um almoço com várias personalidades do meio rádio, com acesas discussões sobre o serviço público de radiodifusão. Queria terminar o 12º ano e entrar para o Técnico para o curso de Engenharia Informática.

Mas apenas conseguiu a Universidade de Coimbra e para lá se moveu, de malas e bagagens para a cidade dos estudantes. Uma passagem difícil, esta para a faculdade. Cadeiras horríveis, professores piores e pouco tempo para se divertir. Entretanto, em Dezembro faz uma viagem de sonho a um paraíso que afinal não o é assim tanto: ilha de O'ahu, no Havai. Muitas horas de viagem em cada sentido para passear de calções e t-shirt em pleno Dezembro, tomar banho no pacífico e fazer a primeira maratona. Foram 7h18m a andar e correr (só os dois últimos quilómetros) muito cansativos mas engraçados. Desta vez o Natal é passado no Algarve, em ambiente familiar. Vai iniciar-se o ano da Expo e de grandes mudanças para Portugal. Vamos ver se também para ele também.

A vida vai-se entretanto habituando a Coimbra deixando para trás qualquer vontade de tranferência para o Técnico em Lisboa. O primeiro semestre termina com duas cadeiras em cinco passadas, uma, Sistemas Digitais e Computadores I com 12 valores e Programação e Algoritmos I com 15. Mais uma noite à porta do departamento para as incrições nas turmas práticas. Um exame, de condução, passado à primeira e por isso desde Março que está habilitado a conduzir. O carro, esse, só chegará após as férias da Páscoa. O segundo semestre tem professores melhores, sem dúvida, mas em (des)compensação a complexidade aumenta. Em finais de Março dá um salto, um salto que há anos perseguia, de 54 metros de altura, preso por um elástico, isso, Bungee Jumping. Adorou e sonha por mais. Adorou igualmente a Queima das Fitas, a maior festa estudantil do ano. Foram várias noites feitas dia, com concertos, cerveja e muita dança. Conhece mais gente, diverte-se imenso. Faz curso de técnico na Rádio Universidade de Coimbra, onde pensa colaborar durante algum tempo. O ano termina, mais duas cadeiras feitas, novamente com 12 e com 15 e, ainda por cima, a parte II das que tinha feito no primeiro semestre. Numas férias passadas no essencial na Foz do Arelho, onde mais dança, conversa e lembra amizades, visita também, como não poderia deixar de ser, o novo orgulho nacional que é a Expo. Muito bem conseguida, deambuleia por lá 4 dias. Em Setembro, numa viagem surpresa, vai à Alemanha, onde anda meia-maratona e a Munique onde participa na Festa da Cerveja e apanha a primeira bebedeira, com mais de dois litros de cerveja bebidos. Exames de Setembro não trazem novidades, infelizmente. Termina a Expo, começa novo ano.

Já é padrinho de um caloiro que irá ser bem praxado. Vai sonhando igualmente por fazer cadeiras e quem sabe mais tarde algum curso de jornalismo e comunicação social, matéria que o fascina cada vez mais. Ingressa no atletismo da Associação Académica, é técnico na Rádio Universidade e cada vez tem menos tempo livre. Vê um concerto com 15 anos de atraso: Bauhaus, no eu melhor. Vê-o no novo pavilhão Multiusos, no Parque da Nações. Dia de S. Martinho e uma relação torna-se amorosa. Apaixona-se novamente, uma colega do atletismo, de nome Ana Abreu. Uma relação bem forte. O Natal é passado em Coimbra, o ano também. O aniversário é em Lisboa. As provas de atletismo que faz não mostram melhoras no triplo-salto, mas trazem novas marcas: 7,61 (60m), 24,60 (200m), 39,40 (300m). No final do primeiro semestre pode dar-se por contente, conclui cinco cadeiras em sete inscritas e ainda espera um resultado. Os outros foram: 15 - Eng. Software; 13 - Matemática Discreta; 10 - Cálculo Infinitesimal I, Electrónica e Circuitos, Programação e Algoritmos III. O segundo semestre não anuncia resultados como estes. No entanto nem foi mau de todo: fez quatro cadeiras em seis e as notas foram: 17 - Interacção com o Utilizador; 15 - Introdução à Inteligência Artificial; 12 - Instrumentação Digital; 10 - Tópicos de Física Moderna. Entretanto foi na Páscoa à África do Sul e Moçambique, passando por Londres, que em apenas duas horas se tornou a melhor parte da viagem. Mas não esquecerá as paisagens paradisíacas de Moçambique. Em Setembro, mais uma vez não houve resultados positivos. 

Novo ano, vida nova. Passo agora a escrever na primeira pessoa. Fiquei agarrado por uma cadeira ao segundo ano. Agarrado é uma forma de expressão, porque na verdade eu inscrevi-me nas cadeiras do terceiro ano e nas atrasadas. Para além disso estudei como nunca, culpa da Mar, que não me para te chatear com idas à missa que eu odeio. Aliás, fiquei a odiar a religião católica, os padres, as igrejas e as missas. Não sei como nos tempos que correm se pode acreditar num tipo ou entidade ou seja o que for que não é real, só mesmo por falta de confiança do que existe e na própria pessoa. Pronto, desabafei! Mas estava a dizer que as notas não são más este primeiro semestre do terceiro ano. Para já: 17 - Engenharia do Conhecimento; 16 - Base de Dados I; 11 - Arquitectura de Computadores, Introdução às Redes e Serviços de Comunicação. Espero a nota de Álgebra com esperança de ser desta e preparo-me para estudar para o exame de recurso de estatística. Ah, o Natal foi no Algarve e a passagem de ano em casa do brasileiro. Tivemos fogo de artifício e tudo! Passei também uns dias com a Ana em Lisboa, sendo uma das noites na Pousada da Juventude de Catalazede, em Oeiras. Agora tenho dormido pouco e trabalhado muito para o projecto de Sistemas Operativos, que não me fica como quero. Enfim. Acho que esta actualização foi muito tola, mas há quase um ano que não mexia aqui. 

O tempo passa, os dias correm e nada se escreve. As matemáticas continuam por fazer mas as outras notas sobem. Dois 18 este semestre! A Base de Dados II e a Comunicação Técnica e Profissional. Depois um 12 e um 13. Ano 2000! Fui a Paris na Páscoa, continuo sem gostar. Fui depois a uma actividade de desportos radicais na Roménia, com estudantes de toda a Europa. Espectacular, experiência a repetir. Voltei a fazer bungee jumping, 60 metros! Experimentei parapente. Bebi muito, dormi pouco, diverti-me imenso. Depois estudei e no Verão, ai no Verão... Verão diferente, pouca praia. Só foi Agosto, mas comecei com dois dias na Costa da Caparica, depois apanhei um comboio sozinho e passei por Coimbra, V. N. Cerveira, V. N. Foz Côa e Castelo Branco, retomando a Lisboa. Conheci sempre gente, em cada paragem, em vários comboios. Vários austríacos, uma alemã, uma belga, duas alemãs e uma australiana e um espanhol, três portuguesas, um português. Já está o rascunho feito da próxima viagem, ao sul do país. Depois... Depois fui à Serra da Estrela, mais 34km até à Torre. Logo depois apanhei o avião para os Estados Unidos e revisitei Boston e Nova Iorque. Que cidades! Adoro! Amo. Esta vez de Nova Iorque ficou a CowParade. Regressei e cá estou. Fui convidado por um professor a trabalhar num projecto de Base de Dados e devo estar prestes a entrar em serviço. Também entrei para o Núcleo de Estudantes de Engenharia Informática e para o LAGE (Laboratório de Gestão) do meu departamento. O atletismo praticamente se transformou em manutenção e musculação e a rádio aos poucos foi desaparecendo. Infelizmente. Este ano o trabalho ainda vai ser mais, o tempo menos... Como vou aguentar? Tenho ainda que fazer as matemáticas. Por vezes fico triste e com medo. Mas deve valer a pena tentar. Até outro dia.

O tempo passa, corre mais rápido que o a luz. Estamos em 2001, quase no final. Ouço música no meu computador portátil que comprei com as poupanças de mais de meio ano de trabalho no IPN e também webmaster da página do departamento, com o Tiago e ainda dinheiro que sobrou do melhor verão de sempre, passado a investigar, a viajar e a divertir. Com base perto de Genebra, estive 13 semanas no CERN a trabalhar num projecto com Oracle 9i e Java. Enquanto isso aproveitei para viajar, fui a Veneza, a Lyon, a Bruxelas e a mais lugares na Suíça. Vi dois concertos da Björk em Lausanne, finalmente! Conheci centenas de pessoas de todas as nacionalidades, dos Estados Unidos ao Paquistão passando por qualquer metro quadrado da Europa incluindo a cor portuguesa. Antes do Verão terminei mais um ano com notas não muito más mas apenas 4 cadeiras feitas no segundo semestre. Continuo com 5 cadeiras atrasadas. Comecei, como disse a trabalhar no Departamento, onde tenho agora o meu próprio gabinete. Para além do CERN, em Fevereiro fiz a segunda melhor viagem de sempre (após Nova Iorque), fui ao deserto do Sahara, a um campo de refugiados do Sahara Ocidental. Vivi lá 5 noites praticamente sem água, só com um banho e com uma prova de meia maratona para além das inúmeras experiências que me foram permitidas. Na Queima das Fitas foi o meu ano de quartanista no cortejo e fui no carro. Foi uma experiência indescritível, embora tenha terminado num estado de alcolémia não muito aconselhado e a chorar que nem um doido. Após cerca de 5 anos revi a colega do 9º ano, ela estava na mesma e afinal continuamos amigos. Continuando o flashback, ainda em Dezembro de 2000 fui dar a segunda volta de comboio, desta pelo Sul. Tomei em Lisboa e segui para Badajoz, V. R. Santo António (passando por Sevilha e Huelva sob um enorme temporal), Lagos, Évora (lotação esgotada) e regresso. Foi novamente uma óptima experiência e ficou a vontade de ir à China, de comboio, desde Lisboa, no próximo Verão, talvez acompanhado com o Tiago. De regresso a este ano, recomecei as aulas com três semanas de atraso o que não foi fácil e a ver vamos de não vai fazer mazelas. Ah! Exames de época especial, três, três chumbos. Na Latada passei com o Tiago um caloiro e seguiu-se a noite no estádio até às tantas, como há muito não fazia. Agora comprei o portátil, tenho mais trabalho que nunca (mas isso é sempre!) e ainda faço fins de semana especiais em Lisboa, onde revejo várias amizades. Para o próximo ano já está programada uma repetição da viagem ao Sahara e vai uma segunda experiência na maratona, desta vez em Londres.

Miguel Anjo
24-Novembro-2001