Quem não te tem ... chora!
Olhei-te um dia, e
Prometi a mim mesmo
Guardar a tua imagem
Onde ninguém conseguiu chegar.
Desde que te vi, ao longe,
Sem cor e sem brilho,
Julguei conseguir pintar-te,
Espelhar aquilo que vai
Dentro de ti e que te serve tão bem.
Alguém persistiu para que,
Não brilhasses, não tivesses a cor
Que tanta gente adora, incluindo-me.
Quando te conheci, um dia,
Quis logo começar o meu trabalho,
Sabia que árduo mas estava decidido
A vincar-te o coração, de forma,
Que nunca mais saisse.
Ainda agora, estou a conhecer-te, e
Não posso apontar essa marca;
Ora me admiras e queres,
Ora me afastas e magoas.
A tua forma de ver as coisas
Tem um formato esquisito;
A tua personalidade forte
Torna tudo mais difícil, se calhar,
Difícil demais, e a teimosia
Não ajuda nada.
Dizes que queres isto, e
Logo a seguir o contrário é quem persiste;
Será sempre coincidência, ou
É isso que queres, o contrário?
Nem me atrevo a uma resposta,
Já que nem tu sabes o que queres.
Chegas a humedecer-me os olhos
Com tais actos mas, a balança
Aponta para uma gargalhada
Que nem os teus mais próximos
Conseguem suster.
Os teus desatinos são tantos,
O amuar é constante
E só tu não te vês ao espelho,
Só tu queres continuar aquilo
Que te dá tanto sabor a comandar.
Chego a conclusões infinitas
Que têm uma coisa em comum,
Não é ele que te segura,
Que te faz mexer o corpo,
És tu que crias essa ilusão, e
Estás exausta de ser quem manda.
Tens o medo de que,
Alguém te comande e isso,
É que faz uma impressão terrível.
Um desvaneio teu, daqueles
Que bem gostas de fazer,
Caiu-te mal.
Não pensaste as consequências,
Quiseste mais uma vez fazer
Aquilo que talvez procuras esconder,
Porém eu não sou bem como outros, . . .
Eu tenho sentimentos, que outros
Querem deitar fora, de forma a que nada fosse.
Aquilo que fizeste, magoou-me, e
Eu prometi o silêncio, pois
É dessa forma que ainda te consigo tocar,
Fazer pensar e quem sabe . . .
Chorar as saudades que te causo.
Deixo também vincado,
Que o meu orgulho não é fácil
E como te prometi,
Hás-de superar a teimosia idiota, bem como
A personalidade forte, que
Persistem em não deixar
O teu coração falar de mim.
tcosta@student.dei.uc.pt