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Realmente se formos a notar, existem algumas decisões no mundo dos negócios 
que só podem ter vindo de um sentimento de que iriam resultar em sucesso.
Estou a falar de situações em que a nova ideia não tinha qualquer base em
experiências anteriores, e não havia hipotese de testar se iria resultar ou
não. Mas o que é certo, é que houve alguém que SABIA que iria ter sucesso.
Essas decisões vieram dos instintos, se calhar com um surto de genialidade e
criatividade.
Por exemplo Howard Schultz quando de repente, em Italia, pensou que os
americanos eram mesmo capazes de pagar $3 por um café, causando a grande
expanção da Starbucks.

As questões agora são: como é estes instintos "funcionam"? Como se ganham?
Como usa-los?

Várias pesquisas em àreas que vão desde a economia até à psicologia e
neurologia começam a mostrar que estes actos aparentemente irreflectidos e
até irracionais constituem uma verdadeira fonte de conhecimento, que resulta
de um processamento da informação a um nível muito mais sofisticado que o
próprio pensamento consciente.

Os segredos para ser um gestor com bons instintos parecem ser:

Prática: os instintos são basicamente uma forma de reconhecimento de padrões.
Quanto mais desisões se tomar, mais padrões serão reconhecidos.

Aprender a ouvir: Não se deve bloquear o que os instintos estão a querer dizer
com aquilo que a razão teima em impôr.

Contar histórias: Para ajudar a libertar o pensamento, pode-se por exemplo
imaginar que estamos perante um problema académico, que a situação diz
respeito a outra pessoa, ou até que o projecto falhou e que estás em reunião
com a equipa para ver o que correu mal.

Criar pensadores com instinto: Por vezes são os chefes ou superiores que
inibem os instintos dos seus empregados. Em vez de responder com um "Não
tenho a certeza...", usar "Conta mais...".


Segundo Dave Snowden (director do novo centro de complexiadade organizacional
da IBM), os problemas podem ser de 4 tipos:

1- O problema tem muitas regras. Neste caso o que se deve fazer é tentar
encontrar a melhor regra e aplica-la.

2- O problema é complicado. Deve-se tentar partir o problema em outros mais
pequenos, e resolver esses primeiro.

Até aqui as abordagem mais tradicionais funcionam mais ou menos bem.

3- O problema é complexo. Para os casos em que o ambiente está em constante
mudança, e existem muitas variaveis, sendo impossível considerar todas ao
mesmo tempo. Não se pode partir o problema, já que todas as partes mais
influenciam e são influenciadas por todo o sistema.

4- A situação é caótica. Quando uma empresa está totalmente destruturada, sem
capacidade de tomar decisões. Aqui o melhor a fazer é ir tomando pequenos
passos que tenham grande probabiblidade de sucesso, de modo a se poder ganhar
confiança para as grandes.

Nestes últimos dois tipos de problemas, a abordagem do tipo: analizar o
problema, procurar alternativas e prever resultados é praticamente
impossível, sendo que a única hipotese é deixar que as ideias surjam do
fundo, ficando-se pela ideia que parece que irá resultar melhor... mesmo que
não se saiba muito bem porquê.


Por fim, gostaria de deixar algumas perguntas talvez para espicaçar o debate:

Será que isto dos instintos é mesmo factor decisivo para se ser um bom gestor?
Como poderemos fazer com que o ensino desenvolva mais os "gut feelings", em
vez do uso puro da razão?
Sendo assim, em que ramo do saber poderiamos incluir a gestão? Arte, ciência,
ou até, como mistura destas duas, uma engenharia?