Rexel cresce com novas aquisições
A distribuidora francesa de material eléctrico quer duplicar os 13% de quota que detém no mercado nacional – Adaptado apartir do artigo com o mesmo título, que a jornalista Helena C. Peralta assina na revista Exame de 12 setembro de 2000.
Portugal foi o primeiro país onde a Rexel, líder mundial de distribuição de material eléctronico, iniciou a sua internacionalização em 1995. Como era um mercado pequeno, a actividade no nosso país manteve-se estagnada durante alguns anos. Nos últimos tempos porém, o crescimento da Rexel Portugal, filial da empresa francesa pertencente ao grupo Pinault-Printemps-Redout (PPR), acelerou – no primeiro semestre deste ano as vendas subiram 20%. Um crescimento a que não é estranha a aposta numa agressiva política de aquisições. De uma assentada, a distribuidora de material eléctrico comprou a Seivil, em Vila Franca de Xira, tendo em vista o reforço da sua posição nessa zona, e a empresa Marques e Antunes , em Torres Vedras.
Com cerca de 13% de quota e uma facturação de 9.8 milhões de contos no último exercício, a Rexel é líder de mercado em Portugal. Ainda assim, os responsáveis da companhia não se dão por satisfeitos. Alain Redheuil, presidente internacional do grupo Rexel, diz que Portugal oferece ainda um grande potencial de crescimento, nomeadamente na área de passam por duplicar a actividade no nosso país. Possivelmente dentro de doi ou três recuperação de edifícios, um dos segmentos mais fortes da empresa. Os seus objectivos anos, aquota de mercado deverá estar no dobro.
Ainda que Redheuil afirme que o crescimento interno é
muito importante, esta conquista de mercado deverá continuar pela
via das aquisições. “É claro que queremos continuar
a crescer através de novas aquisições”, diz. Sem querer
referir nomes, o gestor francês afirma estar a analisar algumas hipóteses
para o mercado nacional.
O crescimento do grupo vai ser sustentado pelo novo centro
de distribuição de material eléctrico, a ser construído
no Montijo. O investimento de 1 milhão de contos neste projecto
vai proporcionar o incremento das vendas, com o maior número possível
de referências em stock. Segundo Alain Redheuil, este vai ser o mais
moderno centro de distribuição da Rexel na Península
Ibérica. “ É um centro de distribuição de última
geração, muito sofisticado, tal como já temos em França,
Inglaterra e Estados Unidos”, acrescenta. Sem este investimento, as probabilidades
de continuar a crescer no mercado nacional afiguravam-se escassas. “Somos
os primeiros do sector, mas não somos suficientemente grandes”,
reconhece Redheuil. A explicação é simples: a dimensão
actual da filial portuguesa não permite introduzir com facilidade
tudo o que a companhia tem de mais moderno e os sistemas de software que
instalam não podem ser optmizados ao máximo.
O grupo em Portugal
O grupo dispõe actualmente em Portugal de duas sociedades de distribuição especializadas, a Mectel e a Tecnitel, com 16 agências comerciais , e duas empresas prestadoras de serviços, a Sisteng e a a TLD –Telecomunicações e Domótica. A primeira, especializou-se na integração de sistemas em ambiente industrial e na gestão técnica centralizada. A segunda, dedica-se à concepção e instalação de redes informáticas complexas e sistemas de gestão de edifícios.
A nivel internacional, a Rexel está presente em mais de 30 países, com actividade nos cinco continentes. Há pouco tempo, reforçou a sua dilerança mundial com a aquisição do grupo canadiano Westburne, fortemente implantado no mercado norte-americano. Nos Estados Unidos este sector é muito fragmentado. As três maiores empresas juntas têm menos de 10% do mercado, daí que as aquisições e fusões sejam necessárias para conquistar quota. Na Europa , as atenções dos seu responsáveis estão igualmente concentradas no mercado espanhol, ainda não completamente coberto pela rede da Rexel. Alain Redheuil explica que a companhia já é forte em Barcelona – onde dispõe de um centro de distribuiçãoa norte da capital da Catalunha – e está a crescer na área de Madrid, onde está a construir um centro de distribuição. Para já, a posta passa pelo crescimento pela via interna (abertura de novas filiais), conclui Redheuil. As aquisições em Espanha não estão postas de lado, apenas ficarão para mais tarde.
Frederico Lopes
Geni Gome
Sónia Coimbra