PALCO 1

8 - Sexta-feira

dEUS

Estamos perante uma das grandes surpresas do dito "meio alternativo" europeu. Chegam da Bélgica e são inovadores ao conjugarem géneros musicais como o Rock, o Pop e o Jazz, chegando por vezes a dar aos temas traços que fazem lembrar música étnica e sons bastante estranhos que se associam muito bem, resultando num rock muito bem feito, cantado a várias vozes e com solos muito bem trabalhados, entre músicas que não se limitam a três, quatro acordes e exibem várias secções distintas dentro do próprio tema; as letras, essas, são trabalhadas em função da voz e da música.

Saltaram do anonimato graças a um single de nome "Suds and Soda" do seu primeiro longa duração "Worst Case Scenario" e receberam os mais rasgados elogios da imprensa musical inglesa (qu e não costuma ser branda com bandas alternativas de outra nacionalidade!). Depois o fantástico "In a Bar Under The Sea" colocou-os na posição de destaque que eles sempre mereceram .
Quanto ao muito ansiado próximo trabalho, espera-se uma sonoridade ainda mais heterogénea em virtude das influências que os elementos têm experimentado por "outras bandas", aliás, é mesmo por isso que está mais demorado!Porque "nem só de pão vive o homem", e nem só do projecto dEUS vivem os seus vários elementos, as suas capacidades criativas levam-nos a procurar sempre novos caminhos e novas formas de se expressarem artisticamente ;

Tom Barman, que se encarrega das seis cordas e da vocalização é dos poucos que parece dedicar-se quase a 100% a esta banda, apesar de dar uma "mãozinha" aos "General Electric". Julle de Borgher, para além de se ocupar da bateria (e não só) dedica parte do seu tempo à pintura, onde tem já um nome bastante reconhecido, chegou a aventurar-se com outros companheiros de banda num projecto paralelo, os "Moondog Jr.", por altura do primeiro disco desta banda, o "Jintro Travels The World In a Skirt". Stef Kamil Carlens, baixista que também canta é o exemplo de versatilidade; continua a liderar os "Moondog Jr.", que já existiam na altura em que os dEUS se formaram e que agora recentemente mudaram de nome para "Zi ta Swoon", no último trabalho de nome "Music Inspired by Sunrise, a Film by F.W.Murnau", lançado pela "Play It Again Sam". Para além disso ainda toca com os "Kiss my Jazz", outra banda paralela de alguns elementos dos dEUS que j&aacut e; lançou dois bons discos, pela "Knitting Factory Works".

Stef, após a gravação do segundo àlbum("In a Bar Under The Sea") saíu da banda, mas isso não quer dizer que não volte a fazer músicas com esta banda, tem mesmo chegado a tocar em a lguns concertos, mas normalmente é substituído pelo novo baixista Danny Mommens. Klaas Janzoons, por sua vez é mais dado ao violino e às teclas e também não quis ficar só por uma banda. Dá uma agradável ajuda nos ex-"Moondog Jr", agora Zita Swoon. Danny Mommens, que entrou para substituir Stef no baixo, também é conhecido por Danny Cool Rocket e também trabalha com outras duas bandas de nome tENERIFE e Sex Machines. Rudy Trouve, guitarrista desde o início, viu-se forçado a sair por motivos pessoais, continuando a colaborar nos "Kiss My Jazz" e fazendo a maior parte do trabalho artístico que rodeia os dEUS, desde os desenhos e pinturas dos álbuns às t-shirts, sendo notória a sua capacidade na pintura. Pode colaborar nos próximos trabalhos da banda pois continua de óptimas relações com os restantes elementos. Craig Ward, entrou na banda para substituir Rudy na guitarra, para além de colaborar com os "Kiss my Jazz"; como curiosidade pode ainda referir-se que é de naturalidade escocesa. Em concerto já convenceram os portugueses que são das melhores bandas em palco. A Aula Magna em ambiente apoteótico em 1997 provou-o, num espectáculo com mais de duas horas e meia e com três encores. V oltaram pouco tempo depois a território luso, para participarem no Festival Sudoeste em Agosto passado, com uma excelente prestação, apesar de se ter debatido com inúmeros problemas técnicos. Agora voltam ao primeiro loc al em que Portugal os pôde ver. Foi há 3 anos quando vieram a uma Queima as Fitas com um disco gravado e muito boa vontade, não chegaram a ser cabeças de cartaz, mas surpreenderam aqueles crentes que os quiseram ouvir, e present earam-nos com uma actuação simplesmente fabulosa.

Este ano faz-se justiça aos dEUS, que vão encabeçar a primeira noite da maior e mais tradicional festa estudantil portuguesa, com um concerto enérgico e musicalmente evoluído.

Discografia:

1994- "Worst Case Scenario"

1995- "My sister is my clock"

1996- "In a Bar, under the Sea"


Mão Morta

O que é que se pode dizer mais de uma banda liderada pelo carismático Adolfo Luxúria Canibal que se mantém firme numa carreira que só nomes de culto conseguem aguentar, fiéis a si próprios.
Como disse Adolfo ao Blitz, por altura da edição de "Vénus em Chamas" "Podíamos ter feitos quinze Budapestes..." É por isso que esta banda continua a surpreender com trabalhos como "Müller no Hotel Heissicher Höf" e este último "Já há m uito tempo que nesta latrina o ar se vai tornando irrespirável", o primeiro com traduções do malogrado dramaturgo alemão Heiner Müller. Este último é fortemente inspirado por textos do movimento Situacionista.


Com uma discografia que já se vai tornando longa, tal como a carreira (apesar dos 13 anos de existência, apresentam cada vez mais vitalidade em palco) os Mão Morta nunca mais voltarão a ser os mesmos e estamos perante o início de um novo período desta banda que saltou de Braga para o altar de muitos admiradores que a seguem . Apesar do hit "Budapeste", os Mão Morta são uma banda de culto que se tem mantido fiel aos fans e recusado as regras do mercado discográf ico, apesar de gravarem para uma subsidiária de uma editora multinacional.

Ao vivo são o que já se sabe, fantásticos!



Discografia:

1988- "Mão Morta";

1990– "Corações Felpudos";

1991- "OD Rainha do Rock and Crawl"

1992- "Mutantes S.21"

1994- "Vénus em Chamas"

1995- "Mão Morta Revisitada"

1997- "Müller no Hotel Heissicher Höf"

1998- "Já há muito tempo que nesta latrina o ar se tem tornado irrespirável"


Gene Loves Jezebel

Esta banda que nasceu a partir de uma aventura de dois gémeos; Jay e Michael Aston juntamente com o amigo Ian Hudson e uma caixa de ritmos formaram, em Gales, os "Slav Arian". Foram depois para Londres e encontraram uma cidade rendida ao movimento gótico, com o qual não se identificavam muito, mas começaram a ter oportunidade de dar uns concertos e chamaram a atenção de Peter Kent (manager dos Bauhaus) e fundador da editora Situation2, com quem os Gene assinaram o 1º contrato.

O seu som característico era então violentamente experimental, embalado em ritmos escuros e pouco dado ao vulgar e ortodoxo. Depois do primeiro disco chegaram a chamar a atenção de John Cale (dos míticos Velvet Underground) que os quis produzir.


As digressões multiplicaram-se, assim como as alterações na formação. Ao 3º disco os Gene Loves Jezebel apontavam para um rumo mais audível e por muitos considerado mais comercial. Chegava a altura de fazerem primeiras partes dos Echo and The Bunnymen e dos New Order, lançando, já na Geffen Records, Kiss of Life. O tema "Jealous" atirou-os para os tops, e depois de uma troca de editora, vem Heavenly Bodies que os consagra definitivamente, sobretudo em Portugal, onde este álbum foi um autêntico êxito e os Gene Loves Jezebel passaram a dar alguns concertos.

Pela formação dos Gene Loves Jezebel já passaram muitos e bons músicos, senão veja-se, dos cinco bateristas, três serviram nomes como SPK, Associates, Roxy Music ou Klaxon 5. E desde o excêntrico guitarrista Albie de Luca (que também f oi membro dos Fury O) ao baixista Peter Rizzo (que ainda continua a tocar com os Gene), muitas sensibilidades e estilos musicais passaram por esta banda deixando uma marca ao longo da sua evolução.

Ultimamente, os Gene continuam a preparar material novo e a dedicar-se a outros projectos, como é o caso de Michael Aston criou os "The Immigrants", que depois voltaram à acção sob o nome de "Edith Grove" e de Jay Aston que lançou um ál bum a solo há muito pouco tempo, onde também colabora o guitarrista James Stevenson.


Discografia:

1983- "Promisse"

1994- "Immigrant"

1996- "Discover"

1987- "The House of Dools"

1990- "Kiss of Life"

1992- Heavenly Bodies

1995- From The Mouth Of Babes (Some of The Best of Gene Loves Jezebel)



9 – Sábado

Smoke City

Os Smoke City são uma banda inovadora, que conjuga influências tropicais e batidas para aquecer a sua musicalidade de cariz "pop". A vocalista Nina Miranda é imagem de marca; filha de um bras ileiro e de uma inglesa. Foi educada entre o Brazil, a França e a Inglaterra ( não é por outra razão que os três idiomas aparecem na vocalização de "Flying Away") enquanto sonhava em ser cantora de ópera e aplicada estudante de arte.

É dificil catalogar o tipo de música dos Smoke City, de fusão pós-trip-hop a qualquer coisa entre Portishead, Björk, Nico, Astrid Gilberto, Serge Mendez, Santana, Jane Birkine e Salsoul Orquestra, podem dar os vossos palpites.

A recente carreira desta banda inglesa, sofreu um "abanão" com a inclusão do tema "Underwater Love" num anúncio televisivo das calças Levi's e no 3º volume de uma conceituada colectânea de nome "Rebirth of Cool".

Os Smoke City sabem bem o que querem e "não querem fazer nada igual a alguma coisa que já tenha sido feita", apesar de admitirem muitas influências como Bob Marley, todo o tipo de ritmos sul africanos e indianos, Carmen Miranda, Bea tles, John Coltrane, Led Zeplin, entre muitos outros...

Pegando em atmosferas eléctricas por um lado e colocando o samba e a bossa nova do outro lado da balança, os Smoke City tentam inovar num campo em que os assemelham a uns Portishead, mas que eles distinguem categoricamente, segundo Ni na Miranda, a música da sua banda não é triste, as letras reflectem um estado de espírito leve e divertido; esse lado optimista vem das suas influências e vivências brasileiras e essa é uma grande diferença!

É essa atmosfera de mistura anglo-saxónica e brasileira, com um cheirinho de França que vai fechar esta noite de sábado da Queima das Fitas.



Discografia:

1997- "Flying Away"


Primitive Reason



Um dos projectos que, desde o seu surgimento, mais fez pular os jovens portugueses são estes Primitive Reason que se formaram a partir de elementos com experiências musicais distintas e de diferentes naturalidades.

Do Reggae ao Metal, passando pelo Ska os entusiásticos admiradores multiplicam-se, de guitarras pesadas ao agradável saxofone, as músicas repartem-se por ambientes tão opostos que não deixam ninguém indiferente.

Do reconhecimento da imprensa (não só portuguesa!) aos prémios já conseguidos, dos Primitive Reason, que recentemente tiveram movimentações na formação da banda, espera-se um novo álbum, quanto a concertos, já se sabe o que se pode esperar, muito salto, muito divertimento e muito boa música!


Discografia:

1996- "Alternative Prison"


Turbo Junkie


De Vila do Conde chegou uma banda que surpreendeu pela forma como consegue fazer temas simples, com uma base no rock, mas um refúgio, por vezes qu ase tribal ou de extremo bom gosto da música estrangeira (repare-se na versão de "Bonnie & Clyde", de Serge Gainsburg, em que Viviane, dos "Entre Aspas" dá uma ajuda) que lhes confere muito carisma.

"Switch On" foi um dos singles de novas bandas portuguesas que mais rodou nas rádios e a atmosfera criada em concerto é muito boa e tem dado os seus frutos.

Actualmente com um novo trabalho a surgir nos escaparates, os Turbo Junkie vêm pela primeira vez à Queima de Coimbra mostrar porque é que não deviam ter sido ignorados em edições passadas.

Discografia:

1997- Used


10 – Domingo

Sérgio Godinho

Músico, cantor, escritor de canções, realizador, poeta, contador de história; Artista multifacetado de talento amplamente reconhecido que soube evoluir ao longo do tempo e ao longo das músicas. Do cariz intervencionista ante 1974 até às novas correntes musicais a Sérgio Godinho não se pode apontar o dedo!

Soube sempre rodear-se de nomes tão diversificados como reconhecidos; desde Fausto e Vitorino a Da Weasel e Tomás Pimentel, passando por Kalú, Rui Junior, Rádio Macau, João Aguardela, Manuel Faria (ex Trovante) e ainda José Mário Bran co, entre muitos outros...

Não é qualquer músico que consegue conjugar num só disco ambientes sonoros díspares. Do tradicional ao trip-hop, pelo meio um cheirinho a reggae e jazz, todos estes géneros são componentes indispensáveis do seu último trabalho "Doming o no Mundo".

Discografia:

1971- "Os Sobreviventes"

1972- "Pré-Histórias"

1974- "À Queima Roupa"

1976- "De pequenino se torce o destino"

1978- "Pano Cru"

1979- "Campolide"

1981- "Canto da Boca"

1983- "Coincidências"

1984- "Salão de Festas"

1985- "Era Uma Vez Um Rapaz"

1986- "Na Vida Real"

1989- "Aos Amores"

1990- "Escritor de Canções" (ao vivo)

1993- "Tinta Permanente"

1995- "Noites Passadas" (ao vivo)

1997- "Domingo no Mundo"


Gaiteiros de Lisboa

Depois de se terem dedicado a "Invasões Bárbaras", os Gaiteiros de Lisboa confirmaram com "Bocas do Inferno" que têm já uma imagem de marca como é difícil criar em Portugal.

Pertencendo a um género normalmente marginalizado ou pelo menos não devidamente reconhecido, buscando raízes a um imaginário popular de todos nós, temas como Triângulo-Mângulo provam que ninguém, por mais que queira, consegue ignorar a música de cariz popular.

Lembrando um Giacometti pela forma como recuperaram sons e instrumentos musicais há muito perdidos no nosso riquíssimo espólio cultural, e reinventado o conceito tradicional, os Gaiteiros de Lisboa ofereceram uma nova roupagem à música contemporânea que se pratica neste canto à beira mar plantado.

A comissão organizadora da Queima das Fitas apresenta-os a todos os seus colegas com uma vontade imensa de mostrar que nem só de guitarras vive o homem.


Discografia:

1994- "Invasões Bárbaras"

1997- "Bocas do Inferno"


Clã

«Livres de preconceitos e sem medo de misturar influências.

Esse é o lema que os Clã quiseram trazer para a música em "LusoQualquerCoisa", o seu álbum de estreia perfilado numa linha de acid-jazz e pop, a que se junta como condimento a pronúncia do norte da vocalista.

E para que tudo corresse pelo melhor para esta banda do Porto, Carlos Tê deu uma ajuda nas letras e na produção do disco.» in "Musicnet"

Com um início que remonta a 1992 e com dois álbuns gravados, o segundo dos quais ("Kazoo") lançou grandes temas como "GTI" e "O Problema de Expressão", esta banda foi conquistando a sua posição na música nacional. Os Clã são uma lufada de ar fresco que poderá trazer muitas surpresas numa noite em que os Gaiteiros de Lisboa e Sérgio Godinho fazem o resto da festa.

Discografia:

1996- "Lusoqualquercoisa"

1997- "Kazoo"


11- Segunda-feira

Sitiados

O panorama musical português conheceu, no inicio da década de 90 novos contornos com a apresentação de uma banda com características muito próprias. Temas de raíz popular com gotas do folk-rock! Com um «target» de ouvintes relativamente vasto, os Sitiados e as suas «vidas de marinheiro» fizeram pular muitos jovens de norte a sul, da urbe à aldeia. O pop fácil, descobridor e aventureiro, dançável e irreverente, revelou novas estrelas de qualidade reconhe cida internacionalmente. Depois do 1º álbum de originais, o surrealismo POP-ARTístico do que se seguiu catapultou os Sitiados para as arenas principais deste Portugal!

Para além de projectos paralelos interessantíssimos no âmbito das novas tendências da música contemporânea, como o jungle e o drum n' bass que nos chega do "Megafone" do seu vocalista, João Aguardela e os seus marinheiros prometem um espectáculo dinâmico e enérgico para o palco principal da Queima das Fitas de Coimbra 98.

Discografia:

1992-"Sitiados"

1993-"E Agora?"

1995-"O Triunfo dos Electrodomésticos"

1996-"Sitiados"


Quinta do Bill

No inicio, a carreira começou "Sem Rumo", mas cedo começaram a manter e aumentar a legião de fiéis ao género misto de som celta e pop rock com letras que não se limitam a rimar.

Em 1994 criam um hino da juventude nacional com "Os Filhos da Nação", o tema título valeu-lhes a ribalta e o disco chegou a vender mais de 20 mil cópias.

Depois, já com um caminho mais certo lançaram-se "No Trilho do Sol", agora apostam em "Dias de Cumplicidade", cujo single "Voa" já roda nas rádios; merecem destaque algumas faixas como a "Dizer A_Deus", dedicada a Jaques Cousteau.

Com toda a energia que os caracteriza, os Quinta do Bill mostram agora uma abordagem mais pop mas que, com certeza, vai continuar a "puxar" por mais uma grande plateia da Queima.


Discografia:

1992- "Sem Rumo"

1994- "Filhos da Nação"

1996- "No Trilho do Sol"

1998- "Dias de Cumplicidade"


Feed

Chegam do Porto e trazem no bolso uma vitória no concurso "Termómetro Unplugged" e uma vontade incrível de pôr a plateia a vibrar com o poder da sua música movimentada, do rock ao ska, tudo com muito ritmo e muita animação.

De bailarinas a cuspidores de fogo, o concerto promete aquecer o início do palco 1 na noite de segunda-feira.

Já com um single "Fake Plastic Minds" a rodar, os Feed, muito acompanhados ( e louvados) pela comunicação social, apostam numa cartada forte na mais tradicional de todas as festas estudantis.


12 – Terça-feira

Ena Pá 2000

Quem é que em Portugal mais goza com a música do que os Ena Pá 2000?



Virtuosos tocadores e malabaristas de palco com largos anos de experiência no ramo, proporcionam momentos inesquecíveis com agradáveis subtilezas linguísticas e semânticas num jogo em que todos são convidados a entrar.

Uma banda aparentemente vulgar que de vulgar não tem nada, as duas valquirias indicam o caminho a seguir ao longo da travessia pouco católica do Cónego Lello, também vulgarmente conhecido, no seio e nos seios das artes plásticas por Manuel João.

"...Manuel João, cultiva o jardim secreto da pintura, aparecendo publicamente como líder e vocalista dos grupos rock Ena Pá 2000 e Irmãos Catita. Prima pelo ecletismo e irreverência, não conseguindo esconder porém a grande cultura music al nos temas que (des)constrói para as suas bandas..."

Portadores de um prestígio que corre fronteiras (pelo menos regionais) e artistas firmados no seio (outra vez) da Televisão e Rádio (pirata ou nem por isso), os Ena Pá 2000 continuam a tentar fazer cada vez pior, mas o seu virtuosismo musical é notório.

Preparem-se então para o "mui-esperado" espectáculo multi-usos (que não tem nada a ver com o pavilhão da Expo) que já não descia a esta cidade há uns anos...

Meninos e Meninas.... Senhores e Senhoras.... Os únicos, inimitáveis e imbatíveis ENA PÁ 2000 !!!

Discografia:

1993- "Enapália 2000"

1995- "És Muita Linda"

1996- "Opus Gay"


Rui Melo e os Fun-gá-gá

Desde 1995 a contribuir para a boa disposição sobretudo em bares da grande Lisboa já chegaram a ser considerados pela crítica como uma das melhores bandas de noite da capital. Quanto à música o reportório é composto de versões muito próprias de temas que abrangem 3 décadas da música portuguesa. Com o novo nome de Rui Melo e os Fun-gá-gá e liderados por Rui Me lo ( contando na formação com músicos que já trabalharam com Luis Represas e Quadrilha entre outros), apresentam-se na Queima das Fitas a tocar antes da banda que mais divertiu os portugueses nos últimos verões: Ena Pá 2000!

Ao nível de actuações em festas académicas, como a semana académica da Univ. de Aveiro e muitas recepções ao caloiro pelo país fora, a boa disposição tem sido prepo nderante espectáculo após espectáculo!

Coimbra não vai ser excepção...


Supersonic

Amados por uns, odiados por outros, os Oasis são uma das bandas que mais vende discos em todo o mundo.

Os Supersonic são uma banda coimbrã que tem nos Oasis a sua principal referência e baseia a sua actuação em covers da famosa e controversa banda dos manos Gallagher que nos chega das terras de Sua Mages tade.

Para iniciar uma noite do Parque que se segue ao tradicional Cortejo da Queima das Fitas,estes Supersonic interpretam temas que a maior parte das rádios rodaram sem parar e que todos sabem de cor no palco principal do parque Dr.M anuel Braga.


13 - Quarta-feira

Xutos e Pontapés

Formaram-se no final de 1978 e depois do primeiro concerto foram catalogados como banda de punk. Em 81 e quando Zé Leonel já havia deixado a voz a cargo de Tim, são distinguidos por António Sérgio, no progr ama radiofónico "Rotação". No ano seguinte já constituiam uma das preferências do público português segundo a Rádio Renascensa, que, curiosamente, no seguimento do 1º àlbum da banda, veio a censurar três das suas músicas ("Avé Maria", "Sémen" e "Mãe").


10 anos após a sua fundação atingiam a marca de platina (mais de 90 mil unidades vendidas) pelo single que continha a "Casinha" e já têm uma média de 4 mil pessoas por espectáculo. Um ano mais tarde sagram-se vencedores num concerto para mais de 100 mil pessoas em plena Festa do Avante, no culminar de uma tourné que contou com um milhão de pessoas a assistir !

Os seus elementos embarcam em projectos paralelos, como é o caso de Kalu e Zé Pedro que fundam o Johnny Guitar e ajudam Jorge Palma a pôr de pé o Palma's Gang, enquanto Tim é convidado para os Resistência, fenómeno musical de massa s que já todos sabemos a história. Tim acabaria também por se juntar a Jorge Palma, mais tarde, nos Rio Grande.

Na comemoração do 15º aniversário, muitos são os convidados de renome que asseguram a primeira parte. Ainda nesse ano são convidados a tocar com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, no Estádio do Restelo.

Uma carreira cheia de êxitos que já lhes valeu um Prémo Carreira, atribuído pelo Blitz e muitas semanas de permanência no top nacional de vendas.

Discografia:

1982- "Xutos e Pontapés 78-82"

1985- "Cerco"

1987- "Circo de Feras"

1988- "88"

1990- "Gritos Mudos"

1992- "Dizer Não de Vez"

1993- "Direito ao Deserto"

1996- "Xutos e Pontapés ao vivo na Antena 3"

1997- "Dados Viciados"

1998- "Tentação"


Xana


Vai ficar para sempre na memória de todos como vocalista e principal cara dos Rádio Macau, apesar de já se encontrar no seu segundo trabalho a solo.

A voz de Xana é um manifesto de atitude e coerência. Desde os tempos dos Rádio Macau que ela se tornou um emblema da música portuguesa da linha da frente. "Manual de sobrevivência", o novo álbum de Xana, é um documentário sobre os tempos que correm, tanto pelas palavras cantadas como pelas atmosferas criadas.

Depois da estreia a solo com "As meninas boas vão para o céu, as más para toda a parte" ( um dos melhores nomes para disco que apareceu nos últimos anos!), este "Manual de Sobrevivência" mostra mais coerência e até maturidade musical ap resentando uma produção mais refinada, apesar do género ser o mesmo bom Rock a que Xana já nos habituou. Mas a versatilidade é uma virtude e repare-se no tema "Diamantes"... imaginem como é que Xana sobreviverá ao vivo...! De certeza que não vão precisar de manual!


Discografia: ( a solo)

1995 – "As Meninas Boas Vão Para o Céu, As Más Para Toda a Parte"

1998- "Manual de Sobrevivência"


Flak

Companheiro de Xana nos Rádio Macau, também Flak se resolveu estrear a solo, desta feita com um álbum de nome homónimo "Flak".

Neste disco explora muito bem as letras que escreveu e chega a ter temas verdadeiramente surpreendentes, como é o caso de "De Azul em Azul", que tem a mais valia repartida entre a voz de Xana e os passos seguros no ambiente trip-hop que Flak aqui ensaia tão bem!

"Sei onde me vou perder" foi o primeiro single escolhido e retrata a grande parte do disco, onde se nota uma paixão pela guitarra "a la Brit Pop" como que lembrando, por exemplo, uns Boo Radleys .

Depois do trabalho que tem desenvolvido ( e muito bem, diga-se) com Jorge Palma, tanto em "Palma's Gang" como nos concertos de palma "a solo" ( e lembre-se a participação entre os dois no cd "Espanta Espíritos") Flak resolveu pôr de pé um projecto antigo...neste concerto vai mostrar o outro lado de Flak, a sua faceta ao vivo onde este virtuoso guitarrista mostra que quem sabe, não esquece.


Discografia: ( a solo)

1998 - "Flak"


14 - Quinta-feira

Luis Represas



Este grande senhor da música portuguesa comecou a mostrar o ar da sua graça nos Trovante, onde se encarregava da voz, de letras e de uma guitarra. O sucesso e reconhecimento que esta banda alcançou dispensam mais referências,e, quanto ao resto, com a voz, as letras e a guitarra depois dos Trovante, começou uma carreira a solo.

O seu primeiro trabalho deu-lhe alento para coninuar, pois "Feiticeira" (Um tema em que também participou Pablo Milañes) foi das musicas que mais air-play conquistou nesse ano.

Actualmente já vai no 3º trabalho de originais (lançado há pouco tempo e intítulado "A Hora do Lobo") com direito a um disco duplo ao vivo lançado depois de "Cumplicidades".

Para fechar esta edição de 1998 da Queima das Fitas vamos ter no palco principal uma actuação de um senhor que dispensa qualquer tipo de apresentações.


Discografia: ( a solo)

1993- "Represas"

1996- "Cumplicidades"

1996- "Luis Represas ao Vivo no CCB"

1998- "A Hora do Lobo"


Danu

Aqui está uma grande surpresa para a queima de 98 !

É já uma sensação por terras irlandesas e ainda na última tournée que fez aos Estados Unidos, em Março de 97, entusiasmou plateias e enche todos os espaços em que tocou. A verdade é que estes Danu estão a revolucionar toda a cena tradi cional e com idades entre os 21 e os 25 anos, mas com muita experiência musical, eles sabem divertir qualquer pessoa num espectáculo bem à irlandesa.

Timmy Murray ocupa-se da guitarra (ele que é o irmão mais novo do engenheiro de som dos Chieftains Martin Murray), enquanto na flauta trabalha um senhor chamado Tom Doorley. No que toca a instrumentos típicos familiares ao violino, tem os Daire Bracken e Eamonn Doorley (já ambos ganharam prémios em festivais por se terem destacado enquanto solistas).

Para ajudar à festa só faltam Benny McCathy ( que costumava trabalhar em palco com Donal Claney) e Don Gough (nascido num meio musical e festivo pois a sua família é proprietária do conceituado bar irlandês Mouney's Pub, em Waterford ) todos aplicados em instrumentos tradicionais.

Todos estes sete elementos vinham de duas bandas distintas (uma de Dublin e a outra de Waterford) e reuniram-se em 1996; ainda nesse ano participaram no 26º "Anual Celtic Festival" em Lourien, França, do qual se sagraram vencedores, o que lhes valeu o prestigío de passarem a ser considerados cabeça de cartaz.

O nome Danu tem influências mitológicas e refere-se às pessoas do deus Danu, que eram uma raça divina que habitava o sub-solo da irlanda antes das invasões celtas; este "povo" era perito em poderes mágicos e conhecimento sobrenatural; construiram o seu próprio mundo subterrâneo debaixo das montanhas "Tir Na Nog"- a terra da eterna juventude. Ainda hoje alguns prestam culto ao símbolo em forma de cruz que representa a união e harmonia entre a energia masculina e feminina.

Energia é o que não falta a esta musica, que é, sem dúvida, poderosa e contagiante. Ninguém vai ficar quieto ao som de Danu!


Realejo

A sanfona e um cordofone tocado com teclas onde é preciso girar uma manivela são dois instrumentos essenciais neste grupo coimbrão. Os Realejo surgiram, segundo Fernando Meireles ( que toca tais instrumentos para além de construir e recuperar sanfonas e outros instrumentos que o grupo utiliza ) na sequência da revitalização do instrumento que dá nome à ba nda que já soma 8 anos de idade.

Já com dois CD editados, o último "Cenários" é um disco mais vivo, mais solto, mais ritmado e consequentemente mais dançável que já colocou um Teatro Académico Gil Vicente ao rubro .

Com uma média superior a 30 concertos por ano e um concerto de uma grande banda celta a segui-los em cartaz, estão geradas as condições para uma grande última noite da Queima das Fitas.


Discografia:

1995- "Sanfonia"

1998- "Cenários"