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"Manual
de Pirotecnia - Foguetes" VOLTAR | PÀGINA
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Em um foguete a reação química combustivel-oxidante
produz grande quantidade de gases a alta temperatura e
elevada pressão. Essa energia química é convertida em
energia cinética na túbera de exaustão.
Os propelente podem ser sólidos, líquidos ou gasosos,
ou uma combinação deles. Na pratica ou são sólidos ou
líquidos, estabelecendo-se clara preferencia pelos sólidos.
São mais simples e econômicos, embora a idéia geral é
que sejam misturas complexas. Ao contrario, os combustíveis
são comuns , como álcool ,gasolina , carvão plástico,
ou pólvora.
Na parte superior ilustra-se o principio de
funcionamento do motor de qualquer foguete , demostrando
como ocorre a reacão. Na parte inefrior ilustra-se um
corte lateral e outro transversal do grao que é uma peca
feita unicamente do composto quimico que queima
totalmente . O desenho é tubular conico, significa que
significa uma saida rapida.
Todavia , lograr o efeito desejado, depende muito de
outros produtos que proporcionam a combinação adequada
ao desenvolvimento da energia necessária.
Para efeitos comparativos entre propelentes usa-se o ISP,
impulsão especifica que é o quociente da impulsão
total pelo peso do propelente, onde a impulsão total é
a integral da curva de empuxo pelo tempo de queima.
Empuxo é a forca que o propelente faz, medida em quilos.
Simplificando, usamos uma balança comum, colocando o
motor no prato, com a túbera para cima. Queimando, ele
faz forca para baixo e o ponteiro da balança marca em
quilos essa forca.
A temperatura inicial de queima , o calor desenvolvido
antes de iniciar o vôo, é outro fator decisivo. Por
exemplo, um motor-foguete a l32*F queima em 2.5 segundos
a 2.500 Psi. O mesmo a 12*F queima em seis segundos com
750 Psi.
E se as temperaturas elevadas aumentam a performance, as
baixam a reduzem e ate inutilizam o grão. Nas
temperaturas muito baixas o propelente fica frágil e
lento.
Sob o aspecto químico o calor facilita a queima
aumentando a velocidade de combustão. Sob o aspecto físico
, o frio, provoca fissuras e rachaduras que aumentam a
superfície original de queima e podem levar a explosão.
E inacreditável o numero de variáveis que prejudicam um
motor foguete, quando fora da faixa 0-50* graus centígrados.
Se frio explode porque o congelamento trouxe rachaduras.
Se ignita, não funciona porque o calor de partida é
pouca para iniciar o grão frio. Se ascende o (descolamento)
lançamento . Se descola, o vôo é errático,
desequilibrada porque a queima é erosiva, falhando. Se
mantém o vôo fica com velocidade reduzida chegando ao
alvo muito tempo depois do previsto.
Outro fator importante é a pressão dentro do motor.
Alem do calor é necessário manter a pressão interna,
em altos níveis , pois a maioria dos propelente não
sustenta uma queima uniforme em baixas pressões. Se ao
contrario a pressão subir demais , as paredes podem não
suportar e ocorre explosão.
Nos foguetes, a explosao é quase sempre uma explosão física
, e não uma explosão química . . A câmara se rompe
por falta de resistência a pressão. Essa diferença é
valida porque o "desculatramento", ou
rompimento da túbera por falta de resistência mecânica
é muito comun Principalmente nos casos da tubeira ser
uma tampa do corpo do motor. Não se pode confundir com
uma detonação proveniente de degeneração química ,
onde o grão torna-se explosivo. Essa diferenciacão é
importante do ponto de vista mecanico da construcão do
corpo do foguete
O foguete sinalizador é do tipo usado em barcos e
navios - 40 cm -. O foguete anti-granizo é de uso
agricola com até um metro de altura e aletas . O foguete
rotativo é de multiplos usos e varia de 15 a 70 cm . O
foguete para submarino é de sinalizacão com 70 cm . O
foguete de vara é o conhecido rojão de fogos de
artificio - 10 até 30 cm.
Composites
Chamamos composite as composicoes quimicas propelentes.
Os propelentes sólidos feitos com um oxidante e uma
resina são composites fabricadas por extrusao, com ou
sem solvente, prensagem e moldagem , ou polimerizacao
direta.
Nos foguetes de nitrocelulose a extrusao do grão é o
processo mais usado. Com pólvora negra a prensagem é a
solução ideal. Nas composites com resinas termoplásticas
também.
Contudo o processo mais conhecido é a moldagem ou
polimerizacao direta que significa endurecer a composição
formando o grão por meios físico-químicos.
O processo é simples . É como fazer uma peca de plástico.
Com mais cuidado, é claro. Misturam-se os produtos não
oxidantes em uma masseira ou batedeira, com revestimento
apropriado.
Coloca-se a resina, quase sempre liquida( de um ou dois
componentes, acelerada ou não) previamente catalisada.
Ainda pastosa a mistura é derramada em um molde ou
colocada diretamente no corpo do motor. Colocam-se os
moldes do nucleo do grão e leva-se a um tratamento
termico.No caso de asfalto esfria-se, no caso da maioria
das resinas , aquece-se em estufas por horas ou semanas (até
polimerizar.
Examina-se o grão com raio X ou ultra-som. Processa-se
sempre na ausência de ar, no vácuo , para evitar bolhas
na mescla , e misturas po'-ar que resultam explosivas.
Vibradores, socadores ou prensas ajudam a homogeneizar o
grão.
Quando ao corpo do motor, convém um isolamento térmico
periférico e terminal. Um revestimento de grafite ou cerâmica
refrataria na túbera : fechamento por flanges com anéis
de vedação resistentes; aterramento (elétrico)
constante; inibição das faces do grão que não devem
queimar, e colocação de iniciadores.. Alias a iniciação
é ponto chave. Um dos fundamentos da boa queima é a
ignição concomitante em todas as faces de combustão.
Um retardo imprevisto na distribuição do fogo pode ser
problema serio.
INICIAÇÃO DO GRAO
Os processos de iniciação do grão dependem do desenho
do grão
Ha grãos tubulares, multi-perfurados, liso e macissos.
Basicamente temos iniciadores internos e externos. Nos
internos usa-se uma carga iniciadora na parte mais
interna, oposta a túbera, de modo a produzir um jato de
fogo paralelo as faces internas de queima do grão. Usa-se
mistos ou pólvora lenta, que na pratica resulta
acelerada, fornecendo a chama e o calor necessários em
centésimos de segundo.
Nos iniciadores externos coloca-se a a carga junto a saída,
próximo a área convergente da túbera, junto a face
mais externa do grão. Usa-se uma pólvora lenta que
queima lançando "fagulhas"para ignitar o grão.
Não raro usa-se cobrir toda a face de queima com a pólvora
iniciadora. Uma "pintura "bem fina, que pode
ser mesmo de laca nitrocelulose e polvora.O squib pode
ser localizado no terminal superior, ou inferior,
penetrando pela túbera. Esta espoleta pode ser presa ao
lançador, mantendo a túbera vedada. Ao comando elétrico,
detona , ignita a pólvora iniciadora e abre a túbera.
De qualquer forma túbera deve ser lacrada durante a
armazenagem do motor-foguete.
Propelentes
O propelente mais antigo é a pólvora negra.
Em outro capitulo veremos os tipos e meios de fabrico.
Como propelente ele é um composto com um milênio de uso
eficaz. Não é dos mais potente, mais já esteve na
maioria absoluta dos motores que o homem construiu. Forma
um grão muito sensível, com tendência as rachaduras e
com uma velocidade baixa de exaustão. Como iniciadora de
grão é praticamente insuperável.
Os propelente homogêneos, a base de pólvora de base
simples ou base dupla (nitrocelulose simples, ou com
nitroglicerina) foram bastante usados. A balistite como 5l,4%
de NC e 43,2% de NG tem um impulso 5 vezes superior a PN
(pólvora negra).E não produz fumaça. É instável,
sujeita a detonacao , com fabricação trabalhosa e razoável
toxidade. Na proporção de 0,1 a l2% este propelente
recebe dietiltftalato como plastificante, o nitrato de
potássio como agente balístico ou supressor de chama, a
difenilamina com estabilizante, o negro de fumo ou
nigrosina como opacificante e não raro estearina como,
lubrificante.
O tipo galcite é um propelente feito com 25% de oleo e
asfalto, e 75% de perclorato de potássio. O impulso é 3
vezes superior a pólvora negra e muito estável a
temperatura. Fácil de fabricar, bastante seguro, não
apresenta higroscopicidade, mas produz fumaça densa .
Uma variante é feita com 80% de perclorato de amônio,
asfalto e aditivos.
A NDRC consiste em 46,5% de picrato de amônio e partes
iguais de nitrato de sódio com 7% de aglutinante
resinoso.
Temos ainda as composites feitas de nitrato de amônio 76%
e acetato de celulose l4%. Outra com perclorato de amônio
e PVC; com perclorato de potássio ou de amônio e
poliuretano. Todas com impulso especifico 3 a 5 vezes a
PN e não superiores a balistite . Sem embargo estáveis
e fáceis de fabricar, com pouca fumaça e seguras.
Um tipo de composite para foguetes médios e feita a base
de 66% de nitrato de amônia, l2 a l5% de polibutadieno
hidroxilado ou carboxilado, com diversos aditivos,
inclusive 10 de alumínio em pó. Usa-se também
perclorato de amônio no lugar do nitrato, aumentando a
segurança e diminuindo a higroscopidade , com ligeira
alteração no empuxo.
As composições de sucesso, exatamente as que tem se
mantido em uso, com resultados aceitáveis para a
industria, usam como oxidante , perclorato de amônio,
nitrato de amônio perclorato de litioe perclorato de
potassio
E como combustíveis o asfalto , polibutadieno, borracha
poliuretanica e polisulfeto, PVC, coopolimeros acrilicos,
acetato de celulose e resinas fenolicas ou epoxi.
Foguetes como o Sonda usam polibutadieno. O antigo Falcom
polisulfetos, o Polaris , Vanguard e Matra francês, eram
a base de polisulfetos. O missel Magic era com butalene,
outros de origem britânicos ainda usam polibutalenos.
Sempre com perclorato de amônio como oxidante. Os
aditivos, variam muito. Desde a difenil guanadine ate
oxido de ferro e magnésio. Outros seria hidretos de
litio, zirconio e principalmente berilo. A dechlorane, o
borohidreto de litio, e combinações de hidrazina também
tem uso.
O processo de fabricação é fator de máxima importância.
Alguns fabricantes, optam por determinadas composições
de propelentes em razão direta das instalações e métodos
já implantados. Nos foguetes grandes, os custos assumem
importância singular.
Foguete rotativo
O desenho acima é o esquema da tubera do foguete
rotativo.Um . foguete excepcional. Convenientemente
carregado é uma arma eficaz, pois ate 400 metros é de
precisão milimétrica. Com um foguete desses de 57mm
carregando meio quilo de explosivos, é possível acertar
uma lata de cerveja a meio quilometro. Mas não se aplica
apenas a fins militares. Presta-se para sinalizadores ,
para dissipar nuvens de granizo na área agrícola, e ate
para lançar retinidas(cordas).
O modelo menor de , de 30mm e 17 cm de comprimento é
praticamente uma bala. Pesando aproximadamente 200
gramas, com l00 de carga útil possuí um motor de apenas
5o g. de composite. Alcança duzentos metros em tiro
tenso e 500 ou mais em parabolico.
A sua construção compreende um corpo de liga de alumínio,
tubo de parede de 0.4mm, ogiva plástica, espoleta de
impacto ou trem de fogo; carga útil isolada e montada na
parte superior. O motor- foguete em tubo de alumínio
fechado nos extremos por recravamento periférico, com ou
sem passagem do trem de fogo; túbera em aço estampado
em forma de disco com 7mm x 30mm de diâmetro e 4 furos
de 2mm diâmetro.
A tubera é a responsável pela estabilidade do foguete e
por isso exige cuidados na fabricação. Melhor possuir
um molde ou matriz de moldagem ou fundição. Não
havendo , a construção manual inicia-se com um disco de
aço onde se fazem treis perfurações sobre a linha
imaginaria de um circulo de l5 a 20mm de diâmetro. A
inclinação dos furos é de 50 a 55* com ligeira divergência.
Isso significa que o diâmetro do circulo imaginário traçado
de um lado do disco é 2mm maior quedo lado oposto,
correspondente a parte interna da túbera. O diâmetro
dos furos varia de 2 a 3mm considerando o propelente. O
calculo do diâmetro exato seria bem complexo. Um modo
simples de se aproximar é por comparação. Tendo um
foguete de igual carga e propelente , mas de túbera
simples tradicional,( furo único central )calculamos a
área quadrada do furo de sua túbera e dividimos por
treis. O resultado é a área quadrada do furo de devemos
fazer. Basta determinar o diâmetro.
Se usamos quatro furos, a área quadrada de passagem dos
gases dos quatro somadas, deve ser igual a área quadrado
do furo único do foguete que usamos para comparação.
nos foguetes pequenos o calculo de túberas exige otimização
pela via experimental. Fazem-se ensaios com túberas
maiores e menos que as calculadas, aumentando ou
diminuindo a garganta da área convergente. Neste não ha
área divergente considerável.
Não tendo outro foguete com o mesmo propelente para
comparação ha que se basear no calculo e ir para o
banco de ensaios.
As dimensões citadas acima , referem-se a propelentes
com impulsão igual ou ligeiramente superior a PN.
Nestes casos alem dos treis furos periféricos de
estabilizado do foguete ha um furo central de dois diâmetros
para alojar o ignitor, que pode ser elétrico, ou um
simples espoleta colocada direta(iniciação externa) no
furo .
A aparência do foguete completo, é de um projetil.
Colocado em um tubo lançador, liso, com lmm de folga no
diâmetro, basta percutir a espoleta, com um pino da base
do lançador. Ou por comando elétrico, com squib.
O propelente queima nos primeiros 50 metros ou menos. O
alinhamento e estabilidade de vôo é feita pelo giro .
Sendo de velocidade subsônica, o tempo de funcionamento
é de um segundo. Com isso os materiais do corpo e túbera
não são muito exigidos. Até o baquelite pode ser usado
na construção, sem maiores problemas , no lugar do aço
e do alumínio.
Na figura , ilustra-se um foguete completa usado para
iluminação. Transporta um misto iluminativo de 50 a 100
mil candelas, com paraquedascapaz de iluminar um campo de
futebol por 30 segundos.
O custo é reduzidíssimo.
COMPOSITE
As composites, usadas para propelentes de foguetes , são
misto de queima rápida. Um tipo eficaz para pequenos
foguetes usa a seguinte formula:
Nitrato de Potássio 77%
Enxofre 5%
Alumínio Escuro 1%
Resina fenolica em pó l7%
Este é o foguete
convencional achado no comercio no mundo inteiro.. Atinge
400 mts altura.Peso 350 grs. Paraqueda 50 a 60 cm de
diametro. Peso do sinal 70 gr. Perso do Motor 40 a 50 gr.
Depotagem 1 gr.
O processo de fabricação inicia-se passando o nitrato
seco em peneira de malha l00. Usar logo em seguida .
Misturar tudo em vasilha plástica , e passar duas vezes
por malha 60. Colocar em tambor de bolas de madeira ou
porcelana e bater 4 horas. retirar, ,pesar e colocar no
corpo do motor já revestido e levar para prensagem a 500
kg/cm2. Colocar em uma estufa a l20* (temperatura na peça).
manter na estufa sob pressão, usando um grampo de rosca
com tampa. Se deixar destampado o bloco prensado(grão)
se descomprime. Tempo de estufa 5 horas.
Esse processo de cura depende da escificacao da resina,
conforme o fabricante. Uma resina comum , do tipo usada
para a fabricacao de rebolos de esmeril ou pecas elétricas)
tem um tempo rápido de cura(2 minutos a l50*) No nosso
caso não podemos passar de l20*, então a cura se
prolonga por varias horas. A l80, ou 250* a peca se
inflama , e sob pressão, explode.
Coloração esverdeada depois de pronta.
Um misto retardador é feito com a mesma composição,
mais oxido de ferro vermelho 5% e pó fino de vidro(aerosil)
5% com prensagem a l000kgcm2.
Para um grão de propelente de foguete com empuxo de
poucos quilos a composição acima é muito boa. O corpo
do motor deve ser forrado com isolamento térmico(papel
impregnado, papel amianto, fibra de vidro, lmm de
espessura) . A prensagem é em camadas com núcleo , ou
seja queima restrita, liso , maciço. O iniciador aplica-se
com um adesivo(polvorim e goma) e o misto retardador,
pode ser usado na extremidade oposta a túbera para
servir de trem de fogo para ação na carga do foguete.
{Pode-se usar nitrato de amônio, com melhor rendimento.
Observar a malha próxima a l00. Uma granulometria única
não é o ideal. O processo deve mudar , pois o nitrato
de amônio é perigoso. }
Uma variante pode ser o uso de perclorato de amônio, sem
prensagem, apenas acomodado. Com isso o impulso
especifico aumenta, a queima melhora e não ha borras. O
perclorato deve ser tipo micro esferas.
Corpo do Foguete
O foguete de vara ou rojão é o foguete mais simples. É
o motor preso a uma vareta . Os menores tem um motor de l0mm
de diametro e uma vareta de 30 cm de comprimento. Nos
maiores a vareta tem mais de um metro do comprimento.
Vareta leve e reta. Ela é responsavel pelo alinhamento e
direcionamento de voo do foguete.
Nos foguetes sinalizadores ha um corpo tubular que aloja
a carga e o motor foguete, com um prolongamento provido
de furos que serve para direcionar o foguete. Nos
artefatos maiores temos ogivas afuniladas e aletas para
efeitos aerodinamicos.Portanto, o motor -foguete é
apenas uma parte .
O corpo, aletas e ogiva são partes importantes que
obedecem as leis da fisica . O projeto total do foguete
é materia complexa. Covem consultar livros que tratam
dos detalhes contrutivos.Contudo os propelentes solidos
acima referidos servem para a maioria dos foguetes,
rojoes ou misseis.
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