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"Manual
de Pirotecnia - Autor" VOLTAR
Sobre o Autor "Gustavo
Miguez", e a industria.
No inicio dos anos 60, na cidade de São Paulo, no
Brasil, como assistente técnico para o Instituto
Nacional de Propriedade Industrial, visitei inúmeras
industrias, em situação privilegiada, pois estava
encarregado da elaboração das Patentes.
Quando adveio o governo militar, a industria bélica ,
principalmente a industria pirotécnica, recebeu um
impulso. A esse tempo, trabalhando para as Industrias
Caramuru, vim a conhecer o Sr. Biagino Chieffi, o chaiman
da industria de fogos. Industrial poderoso, dirigia as
varias fabricas da Caranmuru, e outras no Brasil e
exterior. Alem de exportar fogos de artifícios para o
mundo todo e ser responsável pelos maiores espetáculos
pirotécnicos, (entre outros o da Disneylandia nos EEUU,)
tinha um ramo nas Forcas Armadas. Como as fabricas na
região do Vale do paraíba, já com meio século de
funcionamento, não podiam atender a demanda de artefatos
militares, instalou-se uma nova fabrica. Esta fabrica ,
em S. Isabel, com pouco mais de 50 empregados
inicialmente , veio a ser a Índios, que por duas décadas
manteve-se na vanguarda da industria pirotécnica
americana.
Quando assumi a direção industrial , da Índios, nos
anos 70, ela despontava como uma revolução no ramo, por
obra e visão do seu presidente , o Sr. Cláudio Leonardi.
Industrial arrojado, tinha uma nova perspectiva ,
acreditando na tecnologia . Retirou a pirotecnia do
artesanato, e criou uma verdadeira industria, com o apoio
das Forcas Armadas , principalmente da Marinha brasileira
.
A Índios, produzia basicamente pirotécnicos para
salvatagem. Foguetes, fumigenos e similares de uso em
navios, aeronaves e outros..
Na Índios, foi construído , com o apoio do Centro
Tecnológico da Aeronáutica, o primeiro laboratorio para
pirotécnicos da América. Entre outras coisas era útil
a industria de lampadas elétricas para teste de
luminosidade. Podia-se medir desde luz de um palito de fósforos
até um vela de magnésio de um milhão de candelas.
A parte técnica , desde a confeção de um palito de fósforo,
até os sofisticados foguetes submarinos, exposta nas
paginas seguintes, são fruto dos anos de trabalho na Índios.
Em l978 , visitamos fabricas européias de fogos, que
produziam artefatos para salvatagem. Fabricas militares
de artefatos bélicos. E muitos artesoes de pirotecnia
Dentre os que muito me ensinaram , recordo-me
especialmente do Sr. Herbert, natural de Colônia na
Alemanha , que vinha da fabrica Rugieri, passara por
varias fabricas no mundo e ficou na Índios por dois anos.
Engenheiro meticuloso, primava pela qualidade. Outro
mestre extraordinário foi o Major Abelardo, engenheiro
chefe da Fabrica da Estrela, do Rio de Janeiro, responsável
pela Caramuru , e pelo inicio da Índios. Aprendi muito
também com artesoes, como o metre Bidu, chafe de setor
da fabrica de Jacarei, Santa Branca e recentemente em S.Antonio
do Monte em Minas Gerais.
Assim como muitos nesta arte da pirotecnia , tive
momentos bons e momentos dificeis. Para mim também
chegou o dia triste do acidente . Uma estufa incendeia e
40% do corpo com queimaduras graves. Houve apenas dois
acidentes em mais de dez anos, mas na industria pirotécnica,
eles são sempre graves.
Deixei a industria pirotécnica , definitivamente em l989.
Escrevi este manual ao longo de l0 anos. É pratico.
Exatamente o livro que eu queria ter lido no inicio dos
anos 60.
E agradeço a todos que me ajudaram nesses anos,
especialmente a Sérgio Leonardi, Joel Leonardi Biagino
Chieffi Sobrinho.,e Edwin de Carvalho Blunt .
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