3. Advento do ATM

As empresas de telecomunicações dos E.U.A. estão a investigar sobre a instalação de fibra óptica e ligações oceânicas com larguras de banda da ordem dos Gigabit/s e gostariam de suportar de um modo integrado tráfico em tempo real de voz e vídeo, que pudesse tolerar algumas falhas, mas não atrazos, bem como tráfico de dados (não necessariamente em tempo real) que pudesse tolerar algum atrazo, mas não falhas. O problema para transportar tráfico com prioridades tão diferentes no mesmo meio de forma integrada é que o pico da largura de banda destas fontes de tráfico pode ser muito alto em alta resolução do vídeo, mas a duração para o qual os dados são actualmente transmitidos pode ser muito pequena. Noutras palavras, os dados chegam de repente e tem de ser transmitidos à taxa de pico da chegada dos dados, mas a média de chegada de tempo entre sucessivos dados pode ser muito larga e aleatoriamente distribuída. Para este tipo de conexões, seria uma considerável perca de largura de banda reservar uma conexão com uma largura de banda correspondente ao seu pico , quando em média só 1 em cada 10 buckets carregam dados. Seria bom que essa largura de banda pudesse ser usada para qualquer outra conexão. E deste maneira o modo de transferência STM torna-se ineficiente na gestão da largura de banda da ligação. No julgamento dos peritos da indústria, o ATM é definitivamente o produto indicado para as telecomunicações integradas multimédia, e comunicações de dados para as economias globais do fim do século e do início do século XXI.

Consequentemente apareceu o ATM. O ATM foi proposto pela Bellcore, uma entidade que desenvolve investigação e que está ligada à AT&T nos E.U.A., e a várias empresas de telecomunicações na Europa, e é por causa disso que poderá haver dois padrões no futuro. A ideia base aqui foi identificar sempre a ligação pelo número do pacote, carregar apenas o identificador de conexão com os dados em todos os pacotes, sendo o tamanho dos pacotes pequeno e fixo, para caso alguns se percam, devido a congestão, ou qualquer outra razão, os dados perdidos não sejam muitos e sejam facilmente recuperados. Isto soa muito a permuta de pacotes, por isso chama-se 'permuta rápida de pacotes com os tamanhos dos pacotes fixos e pequenos' ('fast packet switching with short fixed lengh packets').

Os dois pontos finais na rede ATM são associados um com o outro através de um identificador, chamado Identificador de Circuíto Virtual (VCI-Virtual Circuit Identifier) em vez de um número do bucket como é feito no STM. O VCI é suportado pela porção de cabeçalho do pacote rápido. O pacote rápido é ele próprio carregado no mesmo tipo de bucket que antes, mas já não tem rótulo ou designação para o slot. Os termos pacote rápido, pacote, célula e bucket são usados indiferentemente na literatura ATM e referem-se à mesma coisa.


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