Penacova






 Lugares a Visitar

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Património Histórico
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Locais de Interesse Turístico
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LOCAIS DE INTERESSE TURÍSTICO

Segue o encanto de curva em curva, de recanto a recanto. Lá em baixo corre o rio e, em frente, erguem-se encostas soberbas de arvoredo. Espreitam suaves os raios de Sol. Alarga-se o vale e nasce na meia encosta a vila de Penacova. Assim, é o passeio para quem vem de Coimbra.

Depois é subir ao penedo de Castro, de onde tudo se vê - os penhascos da Livraria do Mondego, os meandros, os areais e os campos da borda de água, ou, na linha do horizonte, a Capela da Senhora do Monte Alto.

E, mais abaixo. como que deslumbrado por este panorama sublime empoleirando-se à séculos, em apertado terreiro, o casario risonho de Penacova que honra os seus visitantes com o miradouro de Emídio da Silva, a Igreja Matriz, as Capelas de S. João e Santo António.

LOCAIS A VISITAR

Pérgola Raúl Lino - Penacova
Mirante Emídio da Silva - Penacova
Igreja Matriz-Penacova
Capelas de S. João e Santo António - Penacova
Penedo de Castro - Penacova
Mosteiro de Lorvão - 7 Km de Penacova
Moinhos da Portela de Oliveira - 9 Km de Penacova
Moinhos de Gavinhos - 5 Km de Penacova
Moinhos da Serra da Atalhada - 12 Km de Penacova
Moinhos da Serra da Aveleira - 14 Km de Penacova
Barragem da Raiva - 10 Km de Penacova
Barragem da Aguieira - 17 Km de Penacova
Vimieiro (Rio Alva) - 17 Km de Penacova Penacova
Fornos de Cal do Casal de Santo Amaro - 5 Km de Penacova
 
PATRIMÓNIO HISTÓRICO
 
Igreja Matriz de Penacova

Dedicada a Nossa Senhora da Assunção. O actual edifício data quase todo da grande reforma da segunda metade do século XVI. Tem várias capelas no estilo do maneirismo coimbrão, dignas de interesse. Na sacristia guarda-se uma lápide romana do século I que atesta o povoamento e romanização da vila nesta época. Os condes de Odemira e mais tarde duques de Cadaval, que eram os donatários da vila, tinham nesta igreja a capela privativa de Nossa Senhora da Graça. A Igreja pertencia ao padroado do Mosteiro de Santa clara, de Coimbra. 

Pelourinho de Penacova

Encontra-se hoje transformado em cruzeiro. Situa-se junto ao local do antigo castelo, tendo na sua base algumas pedras medievais, dele procedentes. O castelo, que deveria ter sido construído nos séculos IX-X, desapareceu por completo. Foi um baluarte cristão nas lutas contra os muçulmanos devendo ter sofrido alguns reveses, pelo que a vila acabou por ter que ser repovoada por D. Sancho I que lhe deu foral em 1192. O foral manuelino tem a data de 31 de Dezembro de 1513.

Capela de Nossa Senhora do Mont'Alto

Situa-se no alcantilado Mont'Alto, a norte de Penacova.
É um santuário de Montanha, modesto mas airoso, cujas origens podem remontar até à época pré-histórica. A construção actual é do século XVIII, mas tem elementos mais antigos. Foi no passado um importante centro de romaria a que concorriam todas as populações em redor. Dada a sua formidável posição estratégica foi o monte ocupado pelas forças anglo-lusas, durante batalha do Buçaco.

Capela de Nossa Senhora da Moita

Encontra-se na povoação de Gondelim, freguesia de Penacova, havendo a seu respeito curiosas lendas. Numerosos documentos do Mosteiro de Lorvão atestam a existência desta povoação no século X. Ali se instalaram os pais da célebre Mumadona, fundadora de Guimarães.

Pelourinho de Carvalho

Situa-se a antiga vila de Carvalho nas faldas da serra do mesmo nome, ou do Cântaro (abas do Buçaco). O povoamento primitivo data de meados do século XI. Nos começos do século XII pertencia a Domingos Feirol que, com sua mulher, D. Belida, foi o instituidor do morgado de Carvalho, o qual, esteve na origem da vila e concelho.
Aqui existiu o solar dos Carvalhos, família que deu às praças de África diversos capitães, com destaque para Álvaro de Carvalho, capitão-mor de Mazagão no cerco de 1562. Os morgados de Carvalho foram também os ascendentes dos condes de Oeiras e marqueses de Pombal.
A vila teve foral manuelino em 8 de Junho de 1514. O pelourinho é também do século XVI, da época manuelina. Tem uma pinha muito singela ornada com o escudo nacional de coroa aberta e a cruz, de Cristo.

Capela de Santo António do Cântaro

No modesto povoado de Santo António do Cântaro, ao lado da antiga estrada de Coimbra a Viseu, situa-se esta capela, pertencente à freguesia de Carvalho. Foi sede da albergaria instituída em 1215 por Bartolomeu Domingues, mas já posta em prática por sua mãe, D. Belida, senhora de Carvalho, com a obrigação de três camas permanentes e, nos meses de Julho, Agosto e Setembro, um cântaro cheio de água e um púcaro, para os viandantes se dessedentarem. Foi cenário de lutas durante a batalha do Buçaco.

Igreja Matriz de S. Pedro de Alva

Pertence a duas épocas construtivas: os séculos XVI e XVIII. A povoação teve até ao princípio do presente século o nome de Farinha Podre e foi um dos concelhos constitucionais, extinto em 1852, abrangendo a região natural da Gasconha. Anteriormente era um morgado anexo ao senhorio de Góis, donde um ramo da família tomou o apelido de Farinha.

Mosteiro de Lorvão

A fundação deste mosteiro remonta ao século VI, de acordo com as memórias relatadas pelos cronistas monásticos, corroboradas por uma pedra de ornato visigótico que se encontra incrustada na torre dos sinos. Foi o seu primeiro abade um certo Lucêncio, mais tarde bispo de Conímbriga, que assistiu a um concílio de Braga em 561. Os monges que o vieram fundar dedicaram-no aos mártires orientais S. Mamede e S. Pelágio. Deveriam ter seguido uma regra do monarquismo hispânico, dado que a regra de S. Bento só veio a ser adoptado no século XI.

Nebulosos e lendários são os primeiros séculos da instituição pois os mais antigos documentos escritos fidedignos apenas surgem na sequência da reconquista cristã de Coimbra de 878. A partir desta época o Mosteiro de Lorvão desempenhou um importante papel no fomento agrário e repovoamento da região. As doações dos fieis e ricos-homens conduziram-no a grande prosperidade, permitindo-lhe cada vez mais alargar a sua esfera de influência, só interrompida com a nova investida dos muçulmanos em 987, mas definitivamente afastados em 1064. Os seus abades converteram-se em figuras de primeiro plano; atingiu-se um alto nível cultural. testemunhado pelos livros copiados e iluminados como o livro das Aves (1183) e o Comentário ao Apocalipse (1189).

Em 1205 sofreu o mosteiro profunda reforma, operada pela ex-raínha de Leão e filha de D. Sancho I, D. Teresa. A fama que ela deixou de suas virtudes. bem como sua irmã, D. Sancha, fundadora do mosteiro de Celas, em Coimbra levou-as a alcançar a honra dos altares, em 1705. Os restos mortais das duas santas encontram-se hoje na capela-mor da igreja. Esta reforma fez de Lorvão a primeira comunidade feminina da ordem de Cister em Portugal.

Por volta de 1337 o mosteiro foi colocado sob a invocação de Santa Maria, como era uso nas casa Cistercienses. Na longa história cisterciense de Lorvão contam-se vários períodos de grande fervor religioso e de não menor esplendor artístico, sendo memoráveis os abadessados de D. Catarina d'Eça (1472-1521), D. Bernarda de Alencastre (1560-1564), D. Bernarda Teles de Meneses (1712-1715 e 1721-1724), além de outros. Não faltam também, épocas de perturbação umas vezes relacionadas com a eleição das abadessas, como no caso de D.Filipa d'Eça (1537), outras com a conjuntura política, como durante as invasões napoleónicas ou após a revolução liberal.

Foi, aliás, a revolução de 1820 que provocou a decadência irremediável da comunidade, dando início à depredação de todas as riquezas acumuladas durante séculos. Espoliadas dos seus bens, as últimas monjas de Lorvão acabaram praticamente na miséria.

Quase tudo o que resta hoje em Lorvão é fruto das reformas dos edifícios operadas nos séculos XVII e XVIII. O mosteiro ficou então com quatro dormitórios, noviciaria. hospício e hospedaria, coro, igreja, dois claustros, refeitório, sala capitular, enfermaria, botica, cartório, oficinas, celeiro e outras dependências. Alem da igreja, coro e claustros, restam apenas os cascos; do hospício e dois dormitórios. Na fachada voltada ao exterior destacam-se os arcos da portaria e da igreja.

A Igreja é uma construção magnífica, levada a cabo entre 1748 e 1761, luminosa de proporções clássicas e monumentais e decoração sóbria. Segue o estilo joanino de Mafra, mas numa visão mais intimista, que é a do rococó. Nela são especialmente merecedores de atenção: a porta da entrada de pau preto com aplicações de bronze dourado; as grandes telas de Pascoal Parente, nos altares sob o zimbório, representando S. Bernardo e S. Bento; os túmulos de prata de Santa Teresa e Santa Sancha, feitos em 1715 pelo ourives portuense Manuel Carneiro da Silva, que se encontram nos altares da capela-mor.

Na Sacristia podem-se admirar três grandes tábuas pintadas em 1623 por Miguel de Paiva, além de outras obras de pintura, designadamente dos italianos Agostino Masucci e Pascoal Parente.

Na Sala do Capítulo encontra-se provisoriamente instalado o museu que tem algumas peças de grande merecimento artístico. Para além de pinturas, cerâmica, mobiliário e tapeçaria dos séculos XVII e XVIII, destacam-se as esculturas de S. Bento e S. Bernardo, de cerca de 1510, além de um Cristo do século XV. Entre os paramentos salienta-se o véu da píxide, bordado a ouro e aljôfar, e das peças de ourivesaria são notáveis uma virgem com o Menino, do início do século XVII, e a custódia, de cerca de 1760, primorosa obra de ourivesaria de Lisboa. 

A separação entre a Igreja e o coro é feita através de uma grade de ferro forjado com aplicações de bronze dourado, única no seu género no país. Sobre ela se ergue o órgão de 61 registos, obra de António Xavier Machado Cerveira, datado de 1795 e com a característica invulgar de ter duas fachadas opostas, compostas de um delicado rococó.

Num dos altares do coro encontra-se a formosa imagem de Nossa Senhora da Vida, do século XIV, também conhecida por Santa Maria do Lorvão. Mas o que ali mais desperta a admiração é, sem dúvida, o vasto cadeiral, terminado pouco antes de 1748, pela delicadeza dos ornatos, pela espiritualidade dos santos esculpidos sobre as cadeiras e pela nota de fantasia dada pelas máscaras existentes na parte inferior dos assentos. O jacarandá preto do Brasil e a nogueira, únicos materiais utilizados, na sua cor natural, contribuem em grande parte para acentuar a sua beleza.

O claustro é um recinto acolhedor e harmonioso, edificado em duas grandes campanhas: 1597 (arcadas do piso térreo) e 1677 (sobreclaustro). É bordejado por 13 capelas devocionais. Hoje despojadas, construidas durante todo o século XVII, a partir de 1601.