Segundo Michael Dertouzos, a era da informação de amanhã pode ser traduzida numa imagem simples: «
um mercado de aldeia do século XXI, onde pessoas e computadores compram, vendem e trocam informação.
»
Hoje em dia, a web deixou de ser apenas uma inovação tecnológica para se tornar num movimento
cultural envolvendo milhares de pessoas. Cada vez mais são criadas empresas na área da web que fornecem
soluções globais desde hardware a software e programação, tendo-se instalado uma corrida pela hegemonia.
O mercado da informação, mercado da era digital, tem que assentar numa infraestrutura partilhada,e propriedade
de todos, e não apenas de uma organização. O desafio está em conseguir promover a cooperação entre concorrentes.
O impacto deste mercado digital será enorme, prevendo-se que venha a atingir metade do produto
nacional nos países industrializados. Este facto leva a que grandes grupos económicos pretendam obter
o domínio desta área e se é verdade que será difícil o monopólio de uma só organização , pode acontecer
o monopólio de uma mega-aliança. Haverá um vencedor nesta corrida? Provavelmente haverá vários vencedores,
uma vez que as diferentes tecnologias têm vantagens próprias e podem cada uma contribuir positivamente
para o mercado digital. Aliás o campo é tão vasto que será difícil para uma organização abarcá-lo. As
empresas deverão concentrar-se naquilo que sabem fazer melhor, isto é, nas suas core competences.
Outro aspecto importante deste novo mercado digital é que será multimodal, isto é, envolverá multiplos
média em sintonia.. A publicidade no mercado digital será também radicalmente diferente deixando de ser
focalizada num produto prédefinido e acabado e passando os produtos a ser feitos por medida. O consumidor
faz o pedido e, a partir daí, inicia-se a produção do produto à medida do pedido do consumidor, em módulos,
e por equipas especializadas. ambém a medicina beneficiará com a chegada do mercado de informação no
sentido em que não só baixarão os custos como também acelerá a rapidez a aumentará a qualidade dos serviços.
A tecnologia permite uma revolução no próprio processo de aprendizagem dos seres humanos, permitindo,
por exemplo, o ensino à distância. Assim assistiremos, segundo Michael Dertouzos, "à emergência centros
de especialistas do saber, com execução muito rápida do trabalho, a preços competitivos. Cada vez mais
o mercado intelectual ganha importância no mundo dos negócios, de tal forma que já existe o CKO - Chief
Knowledge Officer - tal como existe o CEO - Chief Executive Officer e o CFO - Chief Financial Officer.
A informação e o saber são cada vez mais importantes.
Segundo o autor, o mundo da informação
é muito parecido, do ponto de vista económico, com o mundo físico no sentido em que o produto (a informação)
só tem valor para as pessoas a quem se dirige. Neste mundo os intermediários não desaparecerão, tornar-se-ão
cada vez mais desejados, por permitirem seleccionar a informação relevante disponível no mercado. "Os
de maior valor acrescentado serão os que actuarem nos nichos de mercado de informação com maior potencial
de personalização do serviço".
Humanismo e Tecnocracia
"Com o mercado da informação, esta
polarização poderá ser ainda mais agravada, se até lá não for contrariada". A melhor solução seria uma
unificação na qual o melhor da tecnologia possa ser utilizado de forma eficaz e em prol da maioria da
população.
|