" O Mercado da Informação "

por Michael Dertouzos

Executive Digest
Dezembro 1997


resumido por Margarida Afonso

Segundo Michael Dertouzos, a era da informação de amanhã pode ser traduzida numa imagem simples: « um mercado de aldeia do século XXI, onde pessoas e computadores compram, vendem e trocam informação. »

Hoje em dia, a web deixou de ser apenas uma inovação tecnológica para se tornar num movimento cultural envolvendo milhares de pessoas. Cada vez mais são criadas empresas na área da web que fornecem soluções globais desde hardware a software e programação, tendo-se instalado uma corrida pela hegemonia. O mercado da informação, mercado da era digital, tem que assentar numa infraestrutura partilhada,e propriedade de todos, e não apenas de uma organização. O desafio está em conseguir promover a cooperação entre concorrentes.

O impacto deste mercado digital será enorme, prevendo-se que venha a atingir metade do produto nacional nos países industrializados. Este facto leva a que grandes grupos económicos pretendam obter o domínio desta área e se é verdade que será difícil o monopólio de uma só organização , pode acontecer o  monopólio de uma mega-aliança.  Haverá um vencedor nesta corrida? Provavelmente haverá vários vencedores, uma vez que as diferentes tecnologias têm vantagens próprias e podem cada uma contribuir positivamente para o mercado digital. Aliás o campo é tão vasto que será difícil para uma organização abarcá-lo. As empresas deverão concentrar-se naquilo que sabem fazer melhor, isto é, nas suas core competences.

Outro aspecto importante deste novo mercado digital é que será multimodal, isto é, envolverá multiplos média em sintonia.. A publicidade no mercado digital será também radicalmente diferente deixando de ser focalizada num produto prédefinido e acabado e passando os produtos a ser feitos por medida. O consumidor faz o pedido e, a partir daí, inicia-se a produção do produto à medida do pedido do consumidor, em módulos, e por equipas especializadas. ambém a medicina beneficiará com a chegada do mercado de informação no sentido em que não só baixarão os custos como também acelerá a rapidez a aumentará a qualidade dos serviços.

A  tecnologia permite uma revolução no próprio processo de aprendizagem dos seres humanos, permitindo, por exemplo, o ensino à distância. Assim assistiremos, segundo Michael Dertouzos, "à emergência centros de especialistas do saber, com execução muito rápida do trabalho, a preços competitivos.  Cada vez mais o mercado intelectual ganha importância no mundo dos negócios, de tal forma que já existe o CKO - Chief Knowledge Officer - tal como existe o CEO - Chief Executive Officer e o CFO - Chief Financial  Officer. A informação e o saber são cada vez mais importantes.

Segundo o autor, o mundo  da informação é muito parecido, do ponto de vista económico, com o mundo físico no sentido em que o produto (a informação) só tem valor para as pessoas a quem se dirige.  Neste mundo os intermediários não desaparecerão, tornar-se-ão cada vez mais desejados, por permitirem seleccionar  a informação relevante disponível no mercado. "Os de maior valor acrescentado serão os que actuarem nos nichos de mercado de informação com maior potencial de personalização do serviço".

Humanismo e Tecnocracia

"Com o mercado da informação, esta polarização poderá ser ainda mais agravada, se até lá não for contrariada". A melhor solução seria uma unificação na qual o melhor da tecnologia possa ser utilizado de forma eficaz e em prol da maioria da população.

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