resumido por Margarida Afonso
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No limiar do século XXI , cada vez mais as organizações tentam prever o que o futuro trará por forma
a desenvolver as suas estratégias e planos competitivos.
As previsões acerca de qual será a direcção
mudança são vagas, no entanto é claro que o conhecimento e as estratégias do passado não serão suficientes
para garantir o sucesso futuro da organização. A mudança de força de trabalho industrial para "knowledge
workers" aumentou a necessidade de aprendizagem contínua e de mudança nas organizações. A evolução tecnológica
permite a acomulação, disseminação e reutilização rápida do conhecimento, o que cria na organização uma
vantagem competitiva relativamente às outras organizações.
Muitos acreditam que apenas as organizações
mais fortes e com maior capacidade adaptativa sobreviverão. O processo de aprendizagem é cada vez mais
uma estratégia competitiva. Mas para aprender à necessário que a organização desaprenda aquilo que já
não está adequado ao novo ambiente, o que nem sempre é fácil.
A cultura de uma organização tem
um papel importante na capacidade de aprendizagem dessa mesma organização. Sendo vista como a personalidade
da organização, embebida nos valores, práticas e processos da organização e responsável por definir comportamentos
aceitáveis, clarificar critérios de tomada de decisão e criar um ambiente de trabalho, muitas vezes
essa cultura pode tornar-se um obstáculo, talvez o maior, à aprendizagem organizacional, aprendizagem
essa que é proactiva, intencional, reflectiva, sistemática, e que transforma informação em conhecimento
útil.
As organizações têm que tornar-se aprendentes (learning organizations) se pretendem sobreviver.
No entanto a cultura da organização é também uma importante forma de coesão dos seus membros. Devem criar-se
formas de coexistência da cultura da organização com a aprendizagem/transformação dessa mesma organização,
tendo em consideração, principalmente, os seguintes aspectos:
- Aprendizagem organizacional
as organizações devem entender como os seus valores, práticas e processos apoiam ou desencorajam a aprendizagem,
por forma a compreender quais os factores que no seu caso específico, mais influenciam a aprendizagem.
- Resistência à aprendizagem
é importante reconhecer onde e quando a resistência à mudança
ocorre; acontecendo muitas vezes na necessidade de desaprender antigas práticas para poder aprender novas.
- Liderança
um dos aspectos mais importantes da criação de um novo ambiente cultural é o empenhamento
da liderança da organização, uma vez que lhe cabe fornecer direcções e apoio ao novo ambiente, de aprendizagem,
com novas regras e práticas organizacionais.
- Práticas Culturais
os líderes e gestores
devem fazer um esforço consciente para alterar os elementos culturais que se provam impedir ou inibir
a aprendizagem organizacional.
- Aprender a aprender
as organizações têm que lutar para
se tornar aprendentes, encarando a mudança como algo positivo e tentando tornar a gestão dessa mudança
uma core competence.
A cultura das organizações tradicionais tenta resistir à aprendizagem contínua
o que torna o processo difícil, em parte porque as nossas assumpções culturais nos predispõem a assumir
certos factos como dogmas em vez de os manter sob permanente análise . O grande desafio é instigar a
aprendizagem e mudança institucionais respeitando os factores culturais da organização.
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