" Inteligência Emocional "

por Daniel Goleman

Executive Digest
Setembro 1997


resumido por Margarida Afonso


Cada vez mais o sucesso depende de outros factores além da inteligência e espírito de trabalho. As relações interpessoais, a capacidade de trabalho em grupo, a capacidade de ouvir e de se colocar na posição de outros, a capacidade de ouvir a nossa consciência tornaram-se fundamentais num mundo cada vez mais ligado por redes e em que cada vez mais o trabalho é tarefa de uma equipa. Para ter sucesso, álem de inteligência "intelectual" é necessário ter também inteligência emocional.

A pedra basilar da inteligência emocional é a autoconsciência, isto é, o reconhecimento de um sentimento enquanto ele decorre. O sentimento desempenha um papel crucial na nossa navegação pelas decisões que temos que tomar. Todos nós sentimos por vezes sinais intuitivos sob a forma de impulsos límbicos, vindos daquilo a que António Damásio chama "balizadores somáticos". Eles são uma espécie de sinais que nos alerta para o perigo potencial mas também nos alerta para oportunidades de ouro. Segundo  Goleman, "a chave para tomar boas decisões pessoais é ouvir os sentimentos".

O objectivo é o equilíbrio e não a supressão dos sentimento. Todos os sentimentos têm o seu valor e significado. Controlar as emoções é a chave para o bem estar emocional. Há sentimentos que destabilizam emocioalmente as pessoas, como raiva, ansiedade ou melancolia e que podem ser combatidos por exemplo, minando as suposições irreais que alimentam a raiva, ser céptico relativo às dúvidas que causam a ansiedade ou praticar exercício físico, jogos, etc ou engendrar um pequeno triunfo, que ajudam a eliminar a melancolia.


A motivação própria

É muito importante que as pessoas se sintam motivadas. Quanto mais motivadas e presistentes forma maior capacidade e potencialidade terão para atingir os seus objectivos. O controle emocional - adiar a recompensa e dominar a impulsividade - está subjacente a qualquer realização. Uma fonte de optimismo e presistência pode muito bem ser um comportamento inato, no entanto pode também ser adquirido pela experiência. Seja qual for a sua origem está-lhe subjaccente a ideia de autoeficácia, a convicção que  se domina os acontecimentos da própria vida e se é capaz de vencer os desafios. O desenvolvimento de uma aptidão, ao tornar a pessoa mais apta e mais disposta a correr riscos e a procurar desafios, reforça o sentimento de auto-eficácia.

Reconhecer as emoções dos outros

A empatia, habilidade de reconhecer o que os outros sentem, desempenha um papel fundamental numa vasta gama de áreas da vida. Nasce da autoconsciência. Só sendo capazes de reconhecer as próprias emoções seremos capazes de reconhecer as dos outros.

Uma vez que 90% da comunicação é não verbal, devemos estar particularmente atentos a estas pois é extremamente reveladora dos sentimentos do seu emissor. As pessoas empáticas são mais sensíveis a esses sinais que indicam aquilo de que os outros necessitam e tornam-se mais aptas para profissões que envolvam contacto e negociações com outras pessoas, tais como a gestão, por exemplo.

Gerir relacionamentos

A arte de nos relacionarmos com os outros é também a aptidão de gerir as emoções dos outros, que está na base  da popularidade, da liderança e da eficácia interpessoal. Gerir as emoções dos outros requer a maturação de duas habilidades emocionais: autocontrolo e empatia.

Álem da inteligência emocional deve também existir e desenvolver-se a inteligência interpessoal. Segundo Thomas Hatch e Howard Gardner, há quatro componentes da inteligência interpessoal: organizar grupos, negociar soluções, relacionamento pessoal e análise social.




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