Os Problemas Éticos e Sociais da
Clonagem Humana


por

Lara Osório
Departamento de Engenharia Informática
Universidade de Coimbra
3030 Coimbra, Portugal
lara@student.dei.uc.pt

Resumo: Descreve os efeitos sociais e algumas questões éticas da clonagem humana a partir das diferentes posições tomadas em relação a este assunto. Permite-nos assim, uma reflexão sobre o assunto para ser possível a criar-mos uma opinião.

Palavras Chave: Clonagem humana, clonagem reprodutiva, clonagem terapêutica, clone.

1 - Introdução
A clonagem humana é um assunto actual sobre o qual existe uma grande polémica da parte de quem o conhece, mas também por parte daqueles cuja ignorância sobre o assunto é grande (sociedade).

Tentará este artigo perceber quem apoia e quem está contra este evento e as razões para essa posição.

Será feita uma breve reflexão sobre os efeitos desse evento na sociedade e as questões éticas do mesmo.

Este artigo tentará explicar a razão de tanto medo em relação à clonagem humana por parte da sociedade, pois as pessoas querem poder continuar a falar em “ter filhos” em vez de, no futuro, falarem em “fazer crianças”.

2 – Quando se fala em Clonagem humana a que nos referimos?
Actualmente quando se fala de Clonagem Humana, maior parte das pessoas pensa logo na criação de seres humanos idênticos a outro, mas a clonagem humana não é só isso.

A Clonagem Humana pode ser reprodutiva ou não reprodutiva (terapêutica). A primeira tem por objectivo criar um ser geneticamente idêntico a outro, como um gémeo. A segunda tem por base a criação de órgãos e tecidos para fins terapêuticos.

3 – Quem apoia?
Quem apoia a Clonagem Humana, são alguns cientistas, principalmente aqueles que se envolveram com a clonagem de animais.

Estes explicam que a Clonagem Humana iria proporcionar a disponibilização de material biológico humano para transplantes de orgãos e tecidos lesados ou degenerados.

Eles fundamentam a sua opinião, com base em casos extremos tais como “A menina que está às portas da morte por falta de um transplante” ou com base “nos pais que perderam o filho” e esta seria uma maneira de o recuperar. Além destes casos sentimentalistas eles afirmam que esta técnica traria enormes benefícios, tais como: o regenovescimento, reverter os ataques de coração, infertilidade, plásticas (reconstrução de tecidos), implantes de órgãos, criação de órgãos e tecidos para substituir, eliminar genes defeituosos, prevenir o Síndroma de Down, curar a leucemia (sendo este um dos primeiros benefícios que se espera da Clonagem Humana), cancro, curar doenças genéticas, etc.

Alguns destes cientistas afirmam que embora a clonagem humana possa ser simplesmente para fins terapêuticos também poderia ser para a reprodução, mas que o objectivo deles é só o de fins terapêuticos.


4- Quem é contra?
Neste momento, as principais barreiras da clonagem humana sõa as políticas, religiosas e morais. Estas principais barreiras são aquelas que formam um dos grandes temas do questionamento ético actual.

5 – A Ética e a Clonagem Humana

    5.1 – Segundo a Igreja
Um comunicado da santa Sé confirma que o início da vida humana não pode ser percebido por convenção de um determinado estado de desenvolvimento do embrião, mas si no primeiro da existência desse embrião. Este propões aos cientistas que eles sigam o caminho da experiência com células-mãe de adultos, que cientificamente tem mostrado efeitos válidos e que respeita a dignidade da vida humana como resposta à experiência de clonagem humana, anunciado no dia 25 de Novembro por um laboratório dos Estados Unidos.

As experiências de Clonagem Humana podem ser vistas como uma ameaça, uma vez que “o verdadeiro humanismo não pode nunca admitir métodos e experiências que constituem ameaças programadas de maneira cientifica e sistemática contra a vida humana”.

Terá sentido “os nascidos como resultado de uma clonagem começariam sua vida como uma anomalia nos termos da relação com os pais e os familiares”.
    5.2 – Segundo a Sociedade Bioética
Segundo esta sociedade, a Clonagem Humana é antiética, pois crê não ser preciso desenvolver embriões para depois destrui-los uma vez que afirma que existem técnicas alternativas para se obter células-mães, como por exemplo o aproveitamento das células do cordão umbilical dos recém-nascidos, que é repleto de células que podem ser utilizados para a regeneração de tecidos.

O presidente da Sociedade de Valencia de Bioética, José Hernandéz Yago, chega a afirmar que o desenvolvimento de um embrião para depois ser destruído é um desrespeito à dignidade humana.

Entre os problemas éticos levantados no que diz respeito aos clones humanos, são riscos e incertezas que estão associados ao corrente desenvolvimento tecnológico da Clonagem Humana.

Esta técnica ainda não foi testada com humanos e os cientistas não podem controlar a possibilidade de mutação ou outra anomalia biológica.

6 – A Sociedade e a Clonagem Humana
A clonagem bem sucedida de uma ovelha adulta enunciado na Escócia é um dos mais recentes exemplos como uma experiência científica se torna num problema social.

O medo de que um clone não seja um “indivíduo” mas meramente uma cópia de “carbono” de alguém criou um sentimento de ofença mental pois a representação mental foi rapidamente configurada a bébés produzidos numa “fábrica biológica”.

Alguns oponentes à Clonagem Humana acreditam que a estes indivíduos serão pedidos caminhos errados no campo moral e vedar o “direito” a um futuro aberto. Por exemplo, a criança pode ser constantemente compara ao adulto do qual foi clonada e pior ainda os pais podem limitar as oportunidades de crescimento e desenvolvimento dessa criança: a criança clonada de um jogador de basquetebol, pode-lhe ser negadas oportunidades educativas que não tenham a ver com a carreira de basquetebol.

Finalmente, a atitude dos pais pode levar a criança a pensar que ela é uma cópia e não um original.

E como responder a estas questões?

Por um lado, a existência do direito a um futuro aberto, por outro lado, a especulação “É alguém exactamente igual a mim geneticamente”.

Se o clone é visto como tendo apenas um pai biológico chamando uma reprodução assexual e visto assim como uma forma de descendência, o problema fica reduzido mas no ponto de vista genético é mais um gémeo do que uma reprodução assexual e então o clone tem dois pais biológicos, não um, eles são os mesmos pais do clonado, logo o clonar levanta problemas de ambiguidade.


O clone tem um pai biológico ou dois?

Quem tem a responsabilidade dessa criança?

Qual a identidade social?

A identidade e a linhagem sempre foi um dos graves e acesos problemas levantados.

Qual a determinação legal que prevalece e que sentido lhe é dado para a encontrar?


Na sociedade actual, a falta de definição legal e o espaço deixado pelo Direito ou pelo menos aparente falta de medidas poderá abrir caminho a um novo tipo de crime e incontáveis sifras negras. Concluindo, neste momento a legislação não regulamenta nem fiscaliza este assunto.
7 - Conclusão
Este trabalho permite reflectir sobre os problemas causados pela clonagem humana e todas as ambiguidades que ele levanta nos campos políticos, morais e religiosos.

Apesar disso, este tema continua a ser bastante polémico e uma vez que a legislação é inexistente, ou quase, temos que nos limitar a acreditar nas palavras dos cientistas.

Sendo alguns desses cientistas os mesmos que defenderam e apoiaram a clonagem de animais será possível acreditar que não queiram praticar a Clonagem Reprodutiva, ficando-se apenas pela terapêutica.
Referências

    Artigos em páginas web