I. A pergunta
Indaga sobre a felicidade e o sofrimento. Propõe uma
direcção de superação do sofrimento.
II. A
realidade
Discute a natureza do "real", comprometendo
o que se percepciona na conformação do ser humano.
III. A
paisagem externa
Destaca que toda a paisagem externa varia de acordo
com o que sucede no interior de quem a percepciona.
IV. A paisagem
humana
Mostra a paisagem humana, comprometendo a
interioridade do sujeito. Nega que os bandos ou
facções actuais tenham direito a exigir respostas
elaboradas por eles próprios aos problemas que se
apresentam a indivíduos e sociedades. Afirma a
necessidade de definir a acção no mundo humano.
V. A paisagem
interna
Explica que na base da actividade humana estão as
crenças. Porém, destaca que a paisagem interna não
é só um campo de crenças, mas também de
recordações, percepções e imagens. Faz notar que
a relação paisagem interna-externa é uma estrutura
em que ambos os termos são correlatos que podem ser
tomados como actos ou objectos alternadamente.
VI. Centro e
reflexo
Indica a possibilidade de situar-se no centro da
paisagem interna, a partir de onde qualquer
direcção que se escolha é reflexo daquela. Por
outro lado, mostra que a aprendizagem se realiza pelo
fazer, não pelo contemplar.
VII. Dor,
sofrimento e sentido da vida
Estabelece diferenças entre dor física e sofrimento
mental. Na frase: "humanizar a Terra", põe
a chave do sentido da vida, destacando a primazia do
futuro sobre os outros tempos.
VIII. O
cavaleiro e a sua sombra
Este capítulo quebra a monotonia das explanações
anteriores, com uma mudança de estilo. Não
obstante, volta aos problemas dos tempos na vida e
neles procura a raiz da recordação, da percepção
e da imagem. Essas três vias são consideradas
depois como as "três vias do sofrimento"
na medida em que a contradição inverte os tempos da
consciência.
IX. Contradição
e unidade
Continua a exposição sobre o jogo dos tempos. Marca
diferenças entre problemas quotidianos ou
dificuldades e a contradição. Quanto a esta, define
as suas características. Efectua propostas de
mudança na organização da paisagem interna.
X. A acção
válida
Explica que não só a contradição gera sofrimento,
como também toda a inversão na corrente crescente
da vida. Destaca a importância da "acção
válida" como acto de unidade superador da
contradição. Este capítulo tece uma velada
crítica aos fundamentos da moral conquanto não
estejam elaborados com base na necessidade de dar
unidade ao ser humano, dando referências para
superar a contradição e o sofrimento.
XI. Projecção
da paisagem interna
Destaca que os actos contraditórios ou unitivos
comprometem o futuro de quem os produz e daqueles que
estão em contacto com ele. Nesse sentido, a
contradição individual "contamina" outros
e a unidade individual produz também efeitos nos
demais.
XII. Compensação,
reflexo e futuro
Como pano de fundo, neste capítulo está a antiga
discussão entre determinismo e liberdade. Passa-se
revista muito veloz à mecânica dos actos, como jogo
de acções compensatórias e também como reflexo da
paisagem externa, sem deixar de lado o acidente como
outro fenómeno que inabilita todo o projecto humano.
Finalmente, destaca a procura do crescimento da vida
sem limite como salto sobre as condições
determinantes.
XIII. Os
sentidos provisórios
Esboça uma dialéctica entre "sentidos
provisórios" e "sentido da vida".
Põe como máximo valor a afirmação da vida e
insinua que a rebelião contra a morte é o motor de
todo o progresso.
XIV. A fé
Considera a impressão de suspeita que se experimenta
ao escutar a palavra "fé". Estabelece
depois diferenças entre fé ingénua, fé fanática
e fé ao serviço da vida. Dá à fé especial
importância como energia mobilizadora do entusiasmo
vital.
XV. Dar e
receber
Estabelece que o facto de dar (à diferença do
receber, que é centrípeto e morre no próprio
sujeito) abre o futuro, e que toda a acção válida
vai nessa direcção. É pelo dar que se pode
modificar a direcção de uma vida contraditória.
XVI. Os
modelos de vida
Explica os "modelos" como imagens que
motivam actividades em direcção ao mundo exterior.
Faz notar a modificação que sofrem essas imagens
com a mudança da paisagem interna.
XVII. O guia
interno
Refere que existem modelos na paisagem interna que
são exemplos de acção para o sujeito. A esses
modelos pode-se chamá-los "guias
internos".
XVIII. A
mudança
Estuda-se a possibilidade da mudança voluntária na
conduta do ser humano.