[ Cartas aos meus Amigos ]

[ Qualquer sugestão é bem vinda ]

  Terceira carta aos meus amigos
  1. A mudança e a crise
  2. Desorientação
  3. Crise na vida das pessoas
  4. Necessidade de dar orientação à própria vida
  5. Direcção e mudança de situação
  6. O comportamento coerente
  7. As duas propostas
  8. Chegar a toda a sociedade a partir do meio imediato
  9. O meio em que se vive
  10. A coerência como direcção de vida
  11. A proporção nas acções como avanço em direcção à coerência
  12. A oportunidade das acções como avanço em direcção à coerência
  13. A adaptação crescente como avanço em direcção à coerência

Estimados amigos:

Espero que a presente carta sirva para ordenar e simplificar as minhas opiniões a respeito da situação actual. Também queria considerar certos aspectos da relação entre os indivíduos e entre eles e o meio social em que vivem.

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1. A mudança e a crise

Nesta época de grande mudança estão em crise os indivíduos, as instituições e a sociedade. A mudança será cada vez mais rápida tal como as crises individuais, institucionais e sociais. Isto anuncia perturbações que talvez não sejam assimiladas por amplos sectores humanos.

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2. Desorientação

As tranformações que estão a ocorrer tomam direcções inesperadas, produzindo uma desorientação geral em relação ao futuro e ao que se deve fazer no presente. Na realidade, não é a mudança que nos perturba, já que nela observamos muitos aspectos positivos. O que nos inquieta é não saber em que direcção vai a mudança e para onde orientar a nossa actividade. .

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3. Crise na vida das pessoas

A mudança está a ocorrer na economia, na tecnologia e na sociedade; sobretudo está a operar-se nas nossas vidas: no nosso meio familiar e laboral, nas nossas relações de amizade. Estão a modificar-se as nossas ideias e o que acreditávamos sobre o mundo, sobre as outras pessoas e sobre nós mesmos. Muitas coisas estimulam-nos, mas outras confundem-nos e paralisam-nos. O comportamento dos demais e o nosso parece-nos incoerente, contraditório e sem direcção clara, tal como sucede com os acontecimentos que nos rodeiam.

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4. Necessidade de dar orientação à própria vida

Portanto, é fundamental dar direcção a essa mudança inevitável e não há outra forma de fazê-lo senão começando por si mesmo. Em cada um deve dar-se direcção a estas mudanças desordenadas cujo rumo desconhecemos.

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5. Direcção e mudança de situação

Como os indivíduos não existem isolados, se realmente direccionam a sua vida, modificarão a relação com os outros na sua familia, no seu trabalho e onde lhes caiba actuar. Este não é um problema psicológico que se resolve dentro da cabeça de indivíduos isolados, mas sim mudando a situação em que se vive com outros mediante um comportamento coerente. Quando celebramos êxitos ou nos deprimimos por causa dos nossos fracassos, quando fazemos planos para o futuro ou nos propomos introduzir mudanças na nossa vida, esquecemos o ponto fundamental: estamos em situação de relacção com outros. Não podemos explicar o que nos acontece, nem escolher, sem referência a certas pessoas e a certos âmbitos sociais concretos. Essas pessoas que têm especial importância para nós e esses âmbitos sociais em que vivemos põem-nos numa situação precisa, a partir da qual pensamos, sentimos e actuamos. Negar isto ou não tê-lo em conta cria enormes dificuldades. A nossa liberdade de escolha e acção está delimitada pela situação em que vivemos. Qualquer mudança que desejemos operar não pode ser traçada em abstracto, mas sim em referência à situação em que vivemos.

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6. O comportamento coerente

Se pudéssemos pensar, sentir e actuar na mesma direcção, se o que fazemos não nos criasse contradição com o que sentimos, diríamos que a nossa vida tem coerência. Seríamos fiáveis para nós mesmos, ainda que não necessariamente fiáveis para o nosso meio imediato. Deveríamos conseguir essa mesma coerência na relação com outros, tratando os demais como queremos ser tratados. Sabemos que pode existir uma espécie de coerência destrutiva, como observamos nos racistas, nos exploradores, nos fanáticos e nos violentos, mas está clara a sua incoerência na relação porque tratam os outros de um modo muito diferente daquele que desejam para si mesmos. Essa unidade de pensamento, sentimento e acção, essa unidade entre o trato que se pede e o trato que se dá, são ideais que não se realizam na vida diária. Este é o ponto. Trata-se de um ajuste de condutas a essas propostas; trata-se de valores que, tomados com seriedade, direccionam a vida, independentemente das dificuldades que se enfrentem para realizá-los. Se observarmos bem as coisas, não estaticamente mas sim em dinâmica, compreenderemos isto como uma estratégia que deve ir ganhando terreno à medida que passe o tempo. Aqui sim valem as intenções, ainda que as acções não coincidam no princípio com elas, sobretudo se aquelas intenções são mantidas, aperfeiçoadas e ampliadas. Essas imagens do que se deseja conseguir são referências firmes que dão direcção em todas as situações. E isto que dizemos não é tão complicado. Não nos surpreende, por exemplo, que uma pessoa oriente a sua vida para conseguir uma grande fortuna, no entanto, essa pessoa pode saber antecipadamente que não a conseguirá. De qualquer maneira, o seu ideal impulsiona-a ainda que não tenha resultados relevantes. Então, por que razão não se pode entender que mesmo sendo a época adversa ao trato que se pede com o trato que se dá, mesmo sendo adversa a pensar, sentir e actuar na mesma direcção, esses ideais de vida possam dar direcção às acções humanas?

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7. As duas propostas

Pensar, sentir e actuar na mesma direcção e tratar os outros como se deseja ser tratado, são duas propostas tão singelas que podem ser entendidas como simples ingenuidades pela gente habituada às complicações. No entanto, atrás dessa aparente candura, há uma nova escala de valores em cujo ponto mais alto se põe a coerência, uma nova moral para a qual não é indiferente qualquer tipo de acção, uma nova aspiração que implica ser consequente no esforço para dar direcção aos acontecimentos humanos. Por trás dessa aparente candura, aposta-se no sentido da vida pessoal e social que será verdadeiramente evolutivo ou caminhará para a desintegração. Já não podemos confiar que velhos valores dêem coesão às pessoas num tecido social deteriorado dia-a-dia pela desconfiança, o isolamento e o individualismo crescente. A antiga solidariedade entre os membros das classes, associações, instituções e grupos vai sendo substituída pela concorrência selvagem a que não escapa o casal nem a irmandade familiar. Neste processo de demolição, não se elevará uma nova solidariedade com base em ideias e comportamentos de um mundo que já era, mas sim graças à necessidade concreta de cada um de direccionar a sua vida, para o que terá de modificar o seu próprio meio. Essa modificação, se é verdadeira e profunda, não se pode pôr em andamento por acção de imposições, por leis externas ou por fanatismos de qualquer tipo, mas sim pelo poder da opinião e da acção mínima conjunta entre as pessoas que fazem parte do meio em que se vive.

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8. Chegar a toda a sociedade a partir do meio imediato.

Sabemos que ao mudar positivamente a nossa situação estaremos a influir no nosso meio e outras pessoas compartilharão este ponto de vista, dando lugar a um sistema de relações humanas em crescimento. Teremos que perguntar-nos: Por que razão deveríamos ir mais além de onde começamos? Simplesmente por coerência com a proposta de tratar os outros como queremos que nos tratem. Ou não levaríamos aos outros algo que se mostrou fundamental para a nossa vida? Se a influência começa a desenvolver-se é porque as relações, e portanto os componentes do nosso meio, se ampliaram. Esta é uma questão que deveríamos ter em conta desde o começo, porque mesmo quando a nossa acção começa a aplicar-se num ponto reduzido, a projecção dessa influência pode chegar muito longe. Não tem nada de estranho pensar que outras pessoas decidam juntar-se na mesma direcção. Afinal de contas, os grandes movimentos históricos seguiram o mesmo caminho: começaram pequenos, como é lógico, e desenvolveram-se graças a que as pessoas os consideraram intérpretes das suas necessidades e inquietudes. Actuar no meio imediato, mas com o olhar posto no progresso da sociedade é coerente com tudo o que se disse. De outro modo, para que faríamos referência a uma crise global que deve ser enfrentada resolutamente, se tudo terminasse em indivíduos isolados para quem os outros não têm importância? Por necessidade das pessoas que coincidam em dar uma nova direcção à sua vida e aos acontecimentos, surgirão âmbitos de discussão e comunicação directa. Depois, a difusão através de todos os meios permitirá ampliar a superfície de contacto. O mesmo acontecerá com a criação de organismos e instituições compatíveis com este projecto.

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9. O meio em que se vive

Já comentámos que é tão veloz e tão inesperada a mudança, que este impacto se está a receber como crise na qual se debatem sociedades inteiras, instituições e indivíduos. Por isso, é imprescindível dar direcção aos acontecimentos. No entanto, como poderia uma pessoa fazê-lo, submetida como está à acção de eventos maiores? É evidente que só se pode direccionar aspectos imediatos da vida e não o funcionamento das instituições nem da sociedade. Por outro lado, pretender dar direcção à própria vida não é coisa fácil, já que cada um vive em situação, não vive isolado, vive num meio. Este meio, podemos vê-lo tão amplo como o Universo, a Terra, o país, o Estado, a província, etc. Contudo, há um meio imediato que é onde desenvolvemos as nossas actividades. Esse meio é familiar, laboral, de amizades, etc. Vivemos em situação com referência a outras pessoas e esse é o nosso mundo particular do qual não podemos prescindir. Ele actua sobre nós e nós sobre ele de um modo directo. Se temos alguma influência, é sobre esse meio imediato. Mas acontece que tanto a influência que exercemos como a que recebemos estão afectadas, por sua vez, por situações mais gerais, pela crise e a desorientação.

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10. A coerência como direcção de vida

Se se quisesse dar alguma direcção aos acontecimentos, haveria que começar pela própria vida e, para fazê-lo, teríamos de ter em conta o meio em que actuamos. Ora bem, a que direcção podemos aspirar? Sem dúvida, àquela que nos proporcione coerência e apoio num meio tão variável e imprevisível. Pensar, sentir e actuar na mesma direcção é uma proposta de coerência na vida. No entanto, isto não é fácil porque nos encontramos numa situação que não escolhemos completamente. Estamos a fazer coisas que necessitamos, mesmo que em grande desacordo com o que pensamos e sentimos. Estamos metidos em situações que não governamos. Actuar com coerência, mais que um facto, é uma intenção, uma tendência que podemos ter presente, de maneira que a nossa vida se vá direccionando para esse tipo de comportamento. É claro que unicamente influindo nesse meio, poderemos mudar parte da nossa situação. Ao fazê-lo, estaremos direccionando a relação com outros e outros partilharão essa conduta. Se a isso se objecta que algumas pessoas mudam de meio com certa frequência, por causa do seu trabalho ou por outros motivos, responderemos que isso não modifica nada o exposto, já que sempre se estará em situação, sempre se estará num dado meio. Se pretendemos coerência, o trato que dermos aos outros terá de ser do mesmo género que o trato que exigimos para nós. Assim, nestas duas propostas encontramos os elementos básicos de direcção até onde chegam as nossas forças. A coerência avança contanto avance o pensar, o sentir e o actuar na mesma direcção. Esta coerência estende-se a outros, porque não há outra maneira de fazê-lo, e, ao estender-se a outros, começamos a tratá-los do modo que gostaríamos de ser tratados. Coerência e solidariedade são direcções, aspirações de condutas a conseguir.

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11. A proporção nas acções como avanço em direcção à coerência.

Como avançar em direcção coerente? Em primeiro lugar, necessitaremos de uma certa proporção no que fazemos quotidianamente. É necessário estabelecer quais são as questões mais importantes na nossa actividade. Devemos priorizar o fundamental para que as coisas funcionem, depois o secundário e assim seguindo. Possivelmente atendendo a duas ou três prioridades, teremos um bom quadro de situação. As prioridades não podem inverter-se, também não podem separar-se tanto que se desequilibre a nossa situação. As coisas devem ir em conjunto, não isoladamente, evitando que umas se adiantem e outras se atrasem. Frequentemente, cegamo-nos pela importância de uma actividade e, desta maneira, desequilibra-se-nos o conjunto... no final, o que considerávamos tão importante também não se pode realizar, porque a nossa situação geral ficou afectada. Também é certo que às vezes se apresentam assuntos de urgência a que devemos dedicar-nos, mas é claro que não se pode viver postergando outros que são importantes para a situação geral em que vivemos. Estabelecer prioridades e levar a actividade em proporção adequada, é um avanço evidente em direcção à coerência.

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12. A oportunidade das acções como avanço em direcção à coerência.

Existe uma rotina quotidiana dada pelos horários, os cuidados pessoais e o funcionamento do nosso meio. No entanto, dentro dessas pautas há uma dinâmica e riqueza de acontecimentos que as pessoas superficiais não sabem apreciar. Há aqueles que confundem a sua vida com as suas rotinas, mas isto não é assim de todo, já que muito frequentemente têm que escolher dentro das condições que lhes impõe o meio. Na verdade, vivemos entre inconvenientes e contradições, mas convirá não confundir ambos os termos. Entendemos por "inconvenientes" as moléstias e impedimentos que enfrentamos. Não são enormemente graves, mas claro que se são numerosos e repetidos aumentam a nossa irritação e fadiga. Certamente, estamos em condições de superá-los: não determinam a direcção da nossa vida, não impedem que levemos adiante um projecto. São obstáculos no caminho, que vão desde a menor dificuldade física a problemas em que estamos a ponto de perder o rumo. Os inconvenientes admitem uma gradação importante, mas mantêm-se num limite que não impede de avançar. Coisa diferente acontece com o que chamamos "contradições". Quando o nosso projecto não pode ser realizado, quando os acontecimentos nos lançam numa direcção oposta à desejada, quando nos encontramos num círculo vicioso que não podemos romper, quando não podemos direccionar minimamente a nossa vida, estamos tomados pela contradição. A contradição é uma espécie de inversão na corrente da vida que nos leva a retroceder sem esperança. Estamos a descrever o caso em que a incoerência se apresenta com maior crueza. Na contradição, opõe-se o que pensamos, o que sentimos e fazemos. Apesar de tudo, sempre há possibilidade de direccionar a vida, mas é necessário saber quando fazê-lo. A oportunidade das acções é algo que não temos em conta na rotina quotidiana e isto é assim porque muitas coisas estão codificadas. Mas, no que se refere aos inconvenientes importantes e às contradições, as decisões que tomamos não podem estar expostas à catástrofe. Em termos gerais, devemos retroceder diante de uma grande força e avançar com resolução quando essa força se debilite. Há uma grande diferença entre o temeroso que retrocede ou se imobiliza ante qualquer inconveniente e aquele que actua sobrepondo-se às dificuldades, sabendo que, precisamente, avançando pode torneá-las. Acontece que, às vezes, não é possível avançar, porque se levanta um problema superior às nossas forças e arremeter sem cálculo leva-nos ao desastre. O grande problema que enfrentemos será também dinâmico e a relação de forças mudará, ou porque vamos crescendo em influência ou porque a sua influência diminui. Quebrada a relação anterior, é o momento de proceder com resolução, já que uma indecisão ou uma postergação fará com que novamente se modifiquem os factores. A execução da acção oportuna é a melhor ferramenta para produzir mudanças de direcção.

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13. A adaptação crescente como avanço em direcção à coerência.

Consideremos o tema da direcção, da coerência que queremos conseguir. Adaptar-nos a certas situações terá a ver com essa proposta, porque adaptar-nos ao que nos leva em direcção oposta à coerência é uma grande incoerência. Os oportunistas padecem de uma grande miopia com respeito a este tema. Eles consideram que a melhor forma de viver é a aceitação de tudo, é a adaptação a tudo; pensam que aceitar tudo, sempre que provenha de quem tem poder, é uma grande adaptação, mas é claro que a sua vida dependente está muito longe do que entendemos por coerência. Distinguimos entre a desadaptação, que nos impede de ampliar a nossa influência; a adaptação decrescente, que nos deixa na aceitação das condições estabelecidas; e a adaptação crescente, que faz crescer a nossa influência em direcção às propostas que temos vindo a comentar.

Sintetizando:

1. Há uma mudança veloz no mundo, motorizada pela revolução tecnológica, que está a chocar com as estruturas estabelecidas e com a formação e os hábitos de vida das sociedades e dos indivíduos.

2. Este desfasamento gera crises progressivas em todos os campos e não há razão para supôr que se vai deter, antes pelo contrário, tenderá a incrementar-se.

3. O inesperado dos acontecimentos impede prever que direcção tomarão os factos, as pessoas que nos rodeiam e, em suma, a nossa própria vida.

4. Muitas das coisas que pensávamos e acreditávamos já não nos servem. Também não estão à vista soluções que provenham de uma sociedade, instituições e indivíduos que padecem do mesmo mal.

5. Se decidirmos trabalhar para fazer face a estes problemas, teremos que dar direcção à nossa vida, buscando coerência entre o que pensamos, sentimos e fazemos. Como não estamos isolados, essa coerência terá que chegar à relação com os outros, tratando-os do mesmo modo que queremos para nós mesmos. Estas duas propostas não podem ser cumpridas rigorosamente, mas constituem a direcção de que necessitamos, sobretudo se as tomarmos como referências permamentes e as aprofundarmos.

6. Vivemos em relação imediata com outros e é nesse meio onde temos que actuar para dar direcção favorável à nossa situação. Esta não é uma questão psicológica, uma questão que se possa resolver na cabeça isolada dos indivíduos: é um tema relacionado com a situação que se vive.

7. Sendo consequentes com as propostas que tratamos de levar adiante, chegamos à conclusão que o que é positivo para nós e para o nosso meio imediato, deve ser alargado a toda a sociedade. Junto a outros que coincidem na mesma direcção, implementaremos os meios mais adequados para que uma nova solidariedade encontre o seu rumo. Por isso, apesar de actuar tão especificamente no nosso meio imediato não perderemos de vista uma situação global que afecta todos os seres humanos e que requer a nossa ajuda, assim como nós necessitamos da ajuda dos outros.

8. As mudanças inesperadas levam-nos a pensar seriamente na necessidade de direccionar a nossa vida.

9. A coerência não começa e termina em cada um, está antes relacionada com um meio, com outras pessoas. A solidariedade é um aspecto da coerência pessoal.

10. A proporção nas acções consiste em estabelecer prioridades de vida e operar com base nelas, evitando que se desequilibrem.

11. A oportunidade do actuar tem em conta retroceder perante uma grande força e avançar com resolução quando esta se debilita. Esta ideia é importante para efeitos de produzir mudanças na direcção da vida, se estamos submetidos à contradição.

12. É tão inconveniente a desadaptação num meio em que não podemos mudar nada, como a adaptação decrescente, na qual nos limitamos a aceitar as condições estabelecidas. A adaptação crescente consiste num aumento da nossa influência no meio e em direcção coerente.

Recebam com esta carta os meus melhores cumprimentos.

Silo
17/12/91


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