Cerimónia funebre do Bombeiro Ramiro Cruz, que perdeu a vida ao serviço da A.B.V.O.H.
Ouve-se do bronze o som confragedor
A anunciar que a desgraça é iminente.
O povo corre em gritos de pavor
Ao ver o fogo que devora loucamente.
Os peitos tremem! Nos rostos rictus de dor!
A casa vai arder…Desgraça! De repente,
Os assistentes soltam um unissono clamor:
Os bombeiros que se aproximam! Febrilmente,
Os moços, os herois, num impeto de Titão,
Desprezando a vida, os filhos e o mundo,
Lançam-se às chamas em fúria desmedida.
Irão morrer?! Talvez! E porque não?!
Se a morte é bela e dum sentir profundo,
Quando o dilema é : Vida pela Vida!
Dr.Nazareth Falcão
Oliveira do hospital, 6 de Setembro de 1928.
Estes dois poemas da autoria de Nazareth Falcão, uma figura que no final dos anos 20 ocupou o lugar segundo comandante do corpo-activo da Associação de Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital, constam do primeiro Bilhete de Identidade que na época identificava os Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital.
Os Bombeiros Voluntários têm raiz popular e, como tudo
o que é popular, perdura nos tempos, adaptando-se às novas
situações de evolução natural da sociedade.
A Associação teve como causa próxima da sua constituição,
um incêndio que deflagrou numa pensão existente na Vila de
Oliveira do Hospital.
As naturais dificuldades dos primeiros anos de vida não esmoreceram os seus fundadores e, o toque da sirene, até aos dias de hoje, esteve sempre disponível para dar o alerta de sinistralidade.
Financeiramente, também os primórdiso não foram fáceis, como não são hoje. Todavia, a imaginação e dedicção de muitos, contribuiram significativamente para modernizar os meios de actuação e valorizar o seu património.
Uma palavra de reconhecimento pela acção desenvolvida pelos dirigentes e operacionais, curvando-me respeitosamente à memória daqueles que perderam a vida em prol do coluntariado e da comunidade.
Para terminar, dirigindo-me a todos que leiam este meu simples testemunho, apelo para que espalhem a seguinte mensagem: