Projectos na Educação Especial


Deficiência Auditiva


A algum tempo atrás, o que podiamos observar no uso do computador por surdos, eram projectos/software para treino de voz ou aquisição de vocábulos sendo utilizada a língua portuguesa como meio para tal. Hoje, porém, parece surgir uma nova linha de desenvolvimento de software que é regida, em primeiro lugar, pelo respeito à língua natural dos surdos, a língua de sinais, seja na sua interface ou na sua utilização. A seguir, alguns exemplos de projectos e/ou software para surdos:

Construção de materiais de apoio pedagógico à comunicação/interacção de portadores de deficiência auditiva com o microcomputador e a linguagem LOGO: Este trabalho propôs uma compreensão e construção de códigos não-verbais de sinalização que possuíssem o mesmo significado semântico dos comandos LOGO. Quanto à construção dos sinais, percebeu-se que as representações iniciais dos comandos atem-se ao efeito visual dos mesmos processados no ecrã, bem como a tendência do grupo foi a de combinar sinais existentes e não a construção de sinais para os comandos. A construção do protótipo do Manual LOGO para portadores de deficiência auditiva e "Software de apoio" foram alguns resultados deste projecto.

Ambiente computacional de aprendizagem como factor de desenvolvimento da comunicação no portador de deficiência auditiva: Desde 1990, a Universidade Católica de Petrópolis aborda, com indivíduos surdos, o desenvolvimento do processo de adquisição da linguagem simbólica e a consequente expansão do processo de comunicação, não se restringindo, no ambiente LOGO de aprendizagem, à comunicação homem-máquina. Mas amplia-se para uma colocação onde a máquina é apenas uma ferramenta de um processo ambiental mais abrangente.

SELOS: sistema de ensino assistido pelo computador para crianças com perdas auditivas: Este trabalho apresenta um sistema para ensino da língua oral e de sinais para crianças surdas que se encontram no primeiro nível escolar. Entre os objectivos do sistema pode-se citar:

Conforme a descrição, os componentes que se tem como opção são: o alfabeto, os alimentos, as frutas, o tempo, os animais e os números. Cada um destes representa um ambiente gráfico e sonoro incorporando o uso de vídeo constituindo um ambiente multimédia.

Protótipo hipermédia como ferramenta de auxílio à aquisição de vocabulário em portadores de deficiência auditiva: Tem por objectivo servir como ferramenta de apoio/estímulo ao processo de adquisição de vocabulário trabalhando com associação de figuras e seus respectivos nomes, sendo que as palavras são representadas através da sua escrita na língua portuguesa, do alfabeto manual e da Língua de Sinais.

Treino computadorizado para elocução de vogais para deficientes auditivos: Este trabalho além de apresentar o algoritmo de extracção das freqüências formantes e sua utilização numa representação gráfica para treino de vogais, também descreve um sistema, na sua versão preliminar, para auxílio no treino de surdos. Tal sistema, organizado na forma de jogo, possui 3 módulos:

Este sistema não tem limites de idade. Como durante o jogo o usuário recebe pontuações, para que possa ser utilizado também por crianças pequenas, o sistema de premiação utilizado foi feito com a utilização de equipamentos externos que provocam sensações tácteis e/ou visuais com o intuito de despertar a atenção para a importância da voz.

Mecanismos cognitivos: interação de crianças surdas em rede telemática: É investigado o desenvolvimento cognitivo e a reconstrução representativa de crianças surdas em rede telemática a partir de um enfoque piagetiano. A comunicação em rede telemática foi centrada na língua escrita, permitindo que a apropriação desta se motivasse pela possibilidade de servir como real veículo de comunicação.

O desenvolvimento de noções de mecânica por surdos num ambiente informatizado:Este trabalho apresenta um projecto desenvolvido no ambiente Lego-Logo para construção de conceitos principalmente relacionados à mecânica e à automação. O projecto teve basicamente 2 fases:

Sign Talk: O objectivo principal deste trabalho é desenvolver uma ferramenta para possibilitar a comunicação à distância entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, ouvintes e ouvintes; através da língua portuguesa e da língua de sinais. Paralelo a este, outros benefícios estarão presentes:

O sistema de escrita de sinais utilizado é o Sign Writing.

Sistema de multimédia para comunicação surdo-surdo e surdo-ouvinte em línguas brasileira e americana de sinais via rede de computador: Este trabalho descreve um sistema de multimédia para comunicação, via rede de computadores, entre surdos e entre surdos e ouvintes. Tal sistema contém muitos sinais da Língua Brasileira de Sinais e os seus correspondentes na Língua Americana de Sinais, bem como suas palavras em Português e Inglês nas formas escrita e falada. Os sinais estão distribuídos em categorias semânticas e podem ser seleccionados para compor frases por meio de aparelhos de input alternativo como ecrãs sensíveis ao toque, detectores de sopro, movimento, direcção do olhar, ou gemidos.

Telemática: um novo canal de comunicação para deficientes auditivos: Entre os objectivos deste projecto podemos citar:

Sistema de Representação Interna e Externa de Língua de Sinais: Uma das maiores dificuldades na educação de surdos é a que se refere à aprendizagem da leitura e da escrita da língua falada. Isso ocorre porque para um domínio da escrita é preciso um conhecimento da língua falada, o que para os surdos não pode ocorrer de maneira natural. A língua dos surdos, a que eles percebem e produzem de maneira natural, é a língua de sinais (L1). A língua portuguesa, é considerada como uma segunda língua (L2), uma língua estrangeira, e, como tal, necessita de metodologias e recursos adequados para sua transmissão e adquisição, que considerem a língua L1 como língua de referência. Neste sentido, o processo de adquisição da leitura e escrita citado acima, e na maioria dos trabalhos sobre aquisição da linguagem pelos surdos, se refere à segunda língua e não à língua de sinais, uma vez que não há ainda utilização de uma escrita da língua natural dos surdos. Um ouvinte, quando confrontado com uma palavra desconhecida, usualmente recorre a um diccionário e provavelmente sana suas dúvidas. O mesmo, entretanto, não é válido para um surdo que, quando utiliza um diccionário, na maioria das vezes, não resolve suas dúvidas e, sim, adquire novas. Tal conseqüência tem uma explicação razoável: a explicação dos vocábulos não está direccionada para surdos e sim para ouvintes pois está escrita na linguagem dos ouvintes. Vindo ao encontro desta necessidade, pretende-se desenvolver um tradutor automatizado de e para língua de sinais objectivando instrumentalizar a adquisição de vocábulos tanto da língua de sinais quanto da língua portuguesa com o intuito de propiciar uma melhor comunicação do surdo. Para tal, estuda-se a Língua de Sinais, sua estrutura, o processo de adquisição de leitura e escrita pelo surdo, um método para representar computacionalmente os sinais e o sistema de escrita de sinais chamado Sign Writing  para, finalmente, construir um tradutor automatizado de língua escrita para língua de sinais e vice-versa.

Além destes, podemos encontrar software para ensino de língua de sinais que faz uso de animações e filmes.