Ensino à distância - Breve introdução histórica

 

A origem da palavra "tele" (de tele-ensino, assim também designado o ensino à distância) vem do grego, que significa "ao longe", ou nosso caso, "à distância".

A educação à distância não surgiu no vácuo, tem uma longa história de experiências, sucessos e fracassos. A sua origem remonta já longe, das cartas de Platão e das epístolas de São Paulo. Avançando um pouco mais no tempo, há já registos de experiências de educação por correspondência iniciadas no final do século XVIII, e com largo desenvolvimento dos meados do século XIX (chegando aos dias de hoje a utilizar meios que vão desde os impressos a simuladores on-line, em redes de computadores, avançando em direcção da comunicação instantânea de dados em formato de voz e imagem, suportada por fibras ópticas ou mesmo via satélite).

Este tipo de educação já é usado com grande repercursão em dezenas de países, desde a Rússia, onde há programas que se iniciaram em 1850, até aos Estados Unidos, passando por França, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Costa Rica, Venezuela, Colombia, Moçambique, Angola, Nigéria, Zaire, Filipinas, Nova Zelândia, Austrália, China, entre muitos outros.

 

 

Ensino à distância – Definição

 

"Educação À distância (Ferstudium) é ama forma sistemáticamante organizada de auto-estudo, onde o aluno se instrui a partir do material de estudo que lhe é apresentado, onde o acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são levados a cabo por um grupo de professores. Isto é possível de ser feito através da aplicação de meios que comunicação capazes de vencer longas distâncias. O oposto de educação à distância, é a educação directa, ou educação face-a-face: um tipo de educação que tem lugar com o cantacto directo entre professores e estudante". – G. Dohmem (1967)

 

Após esta "teórica" definição, eis alguns pontos sumarizados que marcam o ensino à distância:

A distância é um grande desafio, mas não é jamais a fronteira final da educação. Aquele que trabalha e não tem horários compatíveis com os rígidos horários escolares, aqueles que têm dificuldades físicas de locomução, aqueles que querem criar o seu próprio programa de estudo poderão receber na educação à distância, a saída moderna e eficiente para as suas demandas.

Com o surgimento de tecnologias interactivas sofsticadas, educadores e educandos passaram a utilizar ferramantas como e-mail, Internet (nomeadamente o uso do WWW), BBS’s, audioconferência baseada em telefone e videoconferência. A realidade virtual, quando melhor desenvolvida, será muito útil para o ensino de matérias que requerem exercícios e experiências simuladas.

A título de exemplo, Millbank( 1994) estudou a eficiência de uma mistura de audio e vídeo para ensino colectivo. Quando ele introduziu a interactividade em tempo real, a taxa de retenção de informação por parte dos alunos passou de 20% para 75%.

Uma vez que os cursos estejam preparados, é possível, e económicamente vantajoso utilizá-los em grande número de estudantes.

Uma grande quantidade de alunos, principalmente adultos, ao mesmo tempo em que têm uma enorme necessidade de prosseguir seus estudos ou de aperfeiçoar-se, por motivos variados, principalmente a falta de condições de subordinar-se à disciplina de horários e locais das escolas presenciais, não conseguem ascesso ao ensino. No caso daqueles que já têm uma profissão e estão a trabalhar em horário integral, é quase impossível compatibilizar seus horários profissionais e suas responsabilidades familiares com um novo curso. Assim, a educação a distância aparece como o único meio adequado de dar-lhes acesso a um novo saber.

 

 

O que não é Ensino à distância

 

Há quem denomine o ensino à distância como "estudo aberto", "educação não tradicional", "estudo exetrno", etc, etc. Contudo, nenhuma dessas denominações serva para descrever com exatidão educação à distância; são termos genéricos que em certas ocasiões, incluem-na, mas não representam somente a modalidade à distância. Por exemplo : Um livro intitulado "Faça você mesmo", um texto isolado de instrução programada, uma programação insulada de rádio, não são formas de educação à distância. Esta pressupõem um um processo educativo sistemático e organizado que exige não somente a dupla via de comunicação, como também a instauração de um processo continuado, onde os meios (técnicos de comunicação) devem estar presentes na estratégia de comunicação.

 

 

Distância …

 

Ao contrário do que muitos dizem, a educação à distância não cria a separação entre o aluno e o professor. Ela busca reduzir as distâncias que a vida criou, mas não se intimida com elas, nem lhes é submissa.

O termo "distância" que indica a separação física entre o aluno e o professor não exclui o contacto directo dos alunos entre si, ou do aluno com alguém que possa apoia-lo no processo de aprendizagem. A este tipo de contacto directo, os teóricos do ensino à distância chamaram-lhe de "presencialidade".

Haver ou não momentos de presencialidade no processo de aprendizagem, depende da estratégia usada. Em algumas destas estratégias, educadores e alunos encontram-se diáriamente para resolver problemas, receber material, etc.. Outras há em que os educadores e alunos se encontram periódicamente. Há ainda outras em que o único momento presencial é o da avaliação final, e há aqueles em que o momento presencial nunca acontece (uma situação de avaliação que, por exemplo, permita consultas de documentos de qualquer natureza, não tem porque ser presencial).

 

 

Ensino à distância VS Ensino presencial

 

Eis um tema que tem sido largamente debatido em congressos internacionais sobre educação à distância. Hoje, a nível teórico, é uma questão já superada…O mesmo não acontece do ponto de vista prático … A necessidade de capital para investir em recursos que possibilitem o ensino à distância é ainda uma dor de cabeça. Para instituições de ensino presencial, existe o dito dilema de escolher onde alocar os recursos; nos projectos de ensino à distância, ou de ensino presencial ?

O receio de investir numa àrea onde o sucesso (por enquanto) não é uma coisa garantida, torna-se um catalizador para o desenvolvimento do ensino à distância.

O importante ambas as estratégias (ensino à distância / ensino presencial) possam contribuir para ampliar em quantidade e qualidade as oportunidades educacionais que a instituição coloca à disposição da sociedade.

 

 

O tele-ensino e a Internet

 

A utilização da Internet para transmitir informação interactiva, está a crescer a um ritmo pelo menos tão grande como o da própria Rede.

O aumento exponêncial do número de utilizadores, devido à diminuição vertiginosa dos custos de ligação, e dos próprios equipamentos, torna já possível pensar em alcançar grandes grupos de pessoas, no interior de uma empresa, ou simplesmente unidas por um interesse comum, para proporcionar-lhes formação profissional, que de outro modo seria muito caro, ou mesmo impossível, pelas deslocações e rigidez de utilização do tempo que os métodos tradicionais impõem.

Na Universidade do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, foi realizado um estudo comparativo entre duas aulas, com o mesmo programa, uma clássica, presencial, e a outra virtual. Embora os meios utilizados nesta última tenham sido rudimentares, comparados com os sistema actuais, o estudo revelou um aproveitamento pelos alunos da aula virtual 20 % superior ao realizado pelos seus colegas que assistiram à aula convencional. O Professor Jerald G. Schutte, que realizou o estudo, refere nas suas conclusões, que estima que esta diferença se deve tanto ao contexto tecnológico como à colaboração entre os estudantes, estimulada pela falta da possibilidade de dirigir perguntas directamente a um professor em aula.

A Internet tem aqui um lugar de extrema importância, visto ser ela que possibilita, a baixos custos, implementar este novo tipo de ensino, moderno e mais acessível a todos. A sua crescente dimensão permite que este projecto alcance medidas promissoras de sucesso, por ser cada vez maior o seu número de utilizadores. Permite assim projectar com alguma segurança, planos que visem a mudança do ensino presencial para esta nova era do ensino à distância. Dentro de pouco tempo, com o avanço vertiginoso das tecnologias e da internet em si, será possível aprender o que quer que seja, confortavelmente em casa, ao ritmo de cada um.

 

 

WWW e o ensino à distância – um caso de estudo

 

O Departamento de Engenharia Informática da Universidade do Minho dispõe já de um sistema de tele-ensino através da internet e está a ser usado pelos alunos do 4º ano de Engenharia Informática de Gestão e por alunos do Mestrado de Informática.

 

A estrutura organizativa deste sistema está representada na figura 1, e é desenvolvido do seguinte modo :

 

 

Como se pode ver, existe a preocupação de ciriar aqui um espírito de trabalho de equipa, onde os alunos se ajudam e interagem mutuamente, juntamente com o professor.

 

Objectivos e Actividades

 

No final do curso, é suposto os alunos terem alcançado os seguintes objectivos :

 

Avaliação e Experiência

 

Os alunos são avaliados tendo em conta a sua performance dia-a-dia, assim como diversos trabalhos que lhe eram pedidos, de modo a atintigerm os objectivos pedidos (por exemplo : "a comparação entre dois cursos hipermédia específicos disponíveis na WEB", "especificação, implementação e uso de um ambiente como o MOO").

 

Neste caso de estudo (Universidade de Minho), visto que os alunos não tinham bases de educação à distância, foi decidido que as primeiras sessões fossem dadas num ambiente normal, numa sala de aulas com acesso a computadores ligados à internet, de modo a providenciar uma pequena introdução ao ambiente de educação à distância.

É obvio que os alunos nao tinham necessidade de usarem os meios virtuais para "falarem" com os colegas ou professor, visto que estavam fisicamente na mesma sala. De qualquer modo, a ideia foi bastante bem aceite, despertando um certo interesse, e até curiosidade perante dquele sistema.

Esta decisão teve com consequência, a saturação da rede, visto registarem-se um grande número de acessos em simultanêo (28) às páginas WEB.

Nesta fase experimental, a principal queixa por parte dos alunos teve a ver com o facto de entre as várias partes da sua avaliação, havia uma que consistia num questionário de resposta múltipla.

Os alunos argumentaram que este tipo de questionários tendem a avaliar meros conhecimentos adquiridos, e não capacidades e técnicas operacionais e cognitivas.

 

Neste ponto levanta-se uma questão pedagógica, mas que face às tendências da educação actual, se desvanece, já que actualmente a educação não está muito orientada para opções fundamentalistas, orientando-se na direcção das opções técnicas.

 

Como balanço final, a satisfação dos alunos neste projecto é francamente positiva. Nota-se um empenho substancialmente maior por parte dos alunos relativamente ao modo tradicional.

 

Bibliografia

Páginas WEB encontradas nos seguintes motores de pesquisa :