‘A educação era capaz de produzir filósofos-reis’ - Platão

‘A educação deve livrar o aluno da tirania do presente’ - Cícero

‘A função da educação era de ensinar os jovens como proteger a sua liberdade’ - Jefferson

‘A educação serve para libertar os jovens dos constrangimentos não-naturais de uma ordem social malévola e arbitrária’ - Rosseau

‘A educação serve para ajudar o aluno a funcionar sem certeza, num mundo de mudanças constantes e ambiguidades que confundem.’ - Dewey






O Conceito de Educação é um conceito dificil de definir, tendo sofrido alterações ao longo dos tempos. Na antiguidade os factos eram transmitidos pela sua demonstração, cativando deste modo a atenç&a tilde;o dos ‘alunos’. Mas com o aumento abrupto e exponencial da informação, e também de pessoas sedentas de informação, não se soube encontrar um método de ensino capaz de transmitir os factos com uma componente prática, chegando-se ao actual estado de ensino teórico e rigido.





O CLÁSSICO CONCEITO DE EDUCAÇÂO

Na concepção tradicional de Educação, o aluno chega á escola com a ‘cabeça vazia’ , cabendo à escola colocar-lhe um conjunto de conhecimentos factuais e habilidades intelectuais, testando periódicame nte a aquisição destes conhecimentos através de provas e exames. As habilidades intelectuais mais valorizadas são a linguística ( capacidade de ler, compreender e escrever textos ) e a lógica-matemática ( c apacidade de processar informação quantitativa). Deste modo, o aluno atravessa um percurso, em que etapa após etapa, dum modo previamente estabelecido lhe são despejados conhecimentos que tem de assimilar com o objectivo &uacut e;nico de passar para a próxima fase. Deste modo, o conjunto de factos que lhes eram transmitidos não eram sinónimos de conhecimento adquirido, porque basicamente este método apenas incentivava a memorização dos f actos e não as capacidades cognitivas tais como a interpretação, julgamento e decisão dos factos, ignorando os estilos individuais de aprendizagem de cada aluno.

‘A ideia orientadora é ‘moldar’ os alunos para o mundo fabril que os espera, usando técnicas semelhantes a uma linha de montagem; salas de aulas isoladas e limitadas em recursos; mesas e cadeiras alinhadas em filas; o profess or desempenhando a função de dono e empregador principal do conhecimento; e a apresentação da informação limitada aos livros-texto e do quadro negro duma forma linear e sequêncial.’

 Neste modelo de educação, há poucas oportunidades para a simulação de eventos naturais ou imaginários, tanto para aumentar a compreensão de conceitos complexos como para estimular a im aginação. Outro grande, inconveniente deste modelo, é o facto de haver uma grande divisão do conhecimento (matemática, geografia, história, fisica, …) não havendo a possibilidade de ver os possiveis interre lacionamentos entre eles.

 




O NOVO CONCEITO DE EDUCAÇÂO COM O ADVENTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS

O conceito anterior tornou-se incapaz de lidar com as constantes mudanças que a sociedade se depara. O aumento do volume de informação disponível ao cidadão comum, e em especial aos profissionais que têm como parte do seu trabalho diário a tarefa de tomar decisões; a dificuldade em lidar com sistemas com maior ou menor grau de integração e necessidade de fazer relacionamentos entre novos campos do conhecimento antes isolados; o estabelec imento de novos padrões de comportamento social; a migração do trabalho regular para o trabalho em casa; a constante formação e reciclagem dos profissionais; a internacionalização do conhecimento; ….

Por todos estes motivos, a escola deve ser um espaço privilegiado, rico em recursos que promova a aprendizagem, num ambiente onde os alunos possam construir os seus conhecimentos segundo os estilos individuais de aprendizagem que os caracteriza. Ut ilizando para o efeito sistemas interactivos com apoio tecnológico, onde a motivação para a aprendizagem surge no aluno, cabendo apenas à escola dotá-lo de capacidades que permitam no seu futuro professional aprender qua lquer assunto que lhe interesse. Nesta filosofia de educação, o professor deixaria de ser um ‘passador’ de conhecimento, mas sim um guia, um conselheiro, um parceiro do aluno na procura da informação e da verdade, tornando assi m mais activo o papel do aluno na educação. Deste modo, futuramente não irá ser necessário gastar tantos recursos para fazer a reciclagem dos trabalhadores, visto que o período de formação será ; mais curto, como é do conhecimento empresarial ‘Tempo é dinheiro’ .

 




 TIPOS DE FORMAÇÂO COM O ADVENTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS

O primeiro passo para um novo conceito de educação foi o nossa bem conhecida TELE-ESCOLA. Os alunos interessavam-se mais pelas aulas pelo facto do professor estar na televisão a explicar a matéria. Após a ssistir à aula eram realizados questionários, previamente elaborados pela tele-escola, para testar o conhecimento adquirido. Este método permitia que em escolas sem professores credenciados ou com falta deles, os alunos pudessem ter a cesso a uma educação credível sem serem obrigados a deslocar-se a maiores distâncias.

Mas tinha como desvantagem o facto de ser pouco interactivo, os alunos limitavam-se a assistir ás aulas como se estivessem a assistir a um filme, faltava a interactividade e a percepção de quando é que o aluno t inha entendido ou não. Outro problema era a rigidez dos horários, a aula era retransmitida pela televisão estatal, num determinado horário e o aluno era obrigado a assistir á aula nesse horário marcado. O factor d e interesse dos alunos, progressivamente ia diminuindo pelo facto de se tornar um pouco monótono.

  




Posteriormente apareceram os cursos de formação, no inicio apenas de linguas estrangeiras, onde as pessoas podiam aprender ao seu ritmo. Deste modo, uma pessoa em casa podia estudar, utilizando manuais, cassetes gravadas ou m esmo até videos que lhe eram fornecidos pelos centros de formação. Caso tivesse dúvidas podia contactar ‘um professor’ por telefone ou por correio. Este método de formação não era um bom métod o, pois mesmo que o aluno tivesse interesse pelo assunto em estudo, raramente iria ter uma ajuda decente da parte do ‘professor’ de modo a conseguir o esclarecimento pretendido e em tempo útil.

 




Os programas multimédia interactivos, são uma potente ferramenta de apoio à educação, utilizando as suas capacidades visuais e sonoras como factor principal de cativação do aluno.

Cada vez mais estão à aparecer programas multimédia interactivos com fins educativos, principalmente programas culturais, históricos, geográficos e artisticos. Produtos tais como o museu do Louvre Virtual , onde o utilizador sem sair de casa pode ver as obras expostas e ficar a conhecer algo mais sobre elas. Existem bastantes produtos já no mercado e a preços bastante a acessiveis, desde dicionários, enciclopédias, programas de formação, etc… Actualmente a nível nacional, o governo está apostado em criar vários produtos multimédia que divulgem e que ajudem a aprendizagem da história e cultura portuguesa.

  




Mas com o advento da INTERNET e com a sua constante divulgação e facilidade de acesso, não sendo necessário dispender muitos recursos para se poder aceder, muitas instituições e empresas viram-na c omo um excelente meio de fornecer formação sem grandes investimentos, com a vantagem de não estar restringido a uma dada localização geográfica. Assim pessoas de todo o mundo, por mais remota que seja a sua locali zação, já não estão privadas do acesso á formação, necessitando apenas de uma ligação à INTERNET. Várias foram as intituições ( universidades, centros de for mação profissional), que não se querendo atrasar nesta nova vaga das tecnologias de informação lançaram mãos á obra, começando a investir seriamente neste novo tipo de formação. O maior revez que este tipo de formação sofreu e ainda sofre é a falta de preparação da sociedade actual em que todos ficam ‘com um pé atrás’ com esta história dos computadores virem a substituir o H omem. Muitos são os professores que estão reticentes a mudarem o seu estilo de ‘passagem’ de informação, talvez porque ainda não tiveram um maior contacto com estas novas tecnologias.

Na minha opinião, acho que os computadores não irão ‘roubar‘ os lugares dos professores, mas sim irão alterar significativamente o modo de transmissão do conhecimento, tornando-se mais interessante para os alunos. Num fu turo muito optimista, iríamos ter alunos desejosos de ir ás aulas e sedentos de mais conhecimento, o que não acontece actualmente, como constatam as estatisticas (percentagens de reprovação e analfabetismo).

A estrutura da W.W.W. é um excelente meio de busca de informação, permitindo que o utilizador siga a sua intuição e curiosidade para encontrar locais com informação nova e interessante. Informaç&atil de;o textual, sonora e visual vindas de todos os cantos do mundo, sobre assuntos inimagináveis e disponibilizadas de forma a permitir a sua divulgação, começando também aprender a distinguir informação &uac ute;til de informação …

 




CONCLUSÃO

As escolas actuais não estão preparadas para o desafio que está no horizonte, onde os profissionais terão que trabalhar em sistemas com manipulação de informação (dados, representa&cc edil;ões orais e visuais) em vários tipos de actividade, desde a solução de problemas, á sua identificação e ao planeamento estratégico.

É mais que óbvio que a educação vai ter que sofrer profundos investimentos e remodelações das entidades competentes (principalmente da parte dos governos e de todas as pessoas envolvidas) de modo a tornarem os paises mais competitivos e modernos. Porque ‘como toda a gente diz a juventude é o mundo de amanhã’.

‘A Escola ideal é uma escola onde a aprendizagem ocorre com e não a partir dos computadores’. Mas para se tornar uma escola tão ideal, a tecnologia deve apoiar o professor, não tornando o seu trabalho mais dific il, oferecendo assim uma maior flexibilidade pedagógica.

  

João Pedro Matos da Costa

  




Bibliografia

A Escola do Futuro da Universidade de São Paulo - Fredric M. Litto

The Work of Nations - Robert B. Reich

Great Teaching in One Computer Classroom - David A. Dockterman

Technopoly : The Surrender of Culture to Technology - Neil Postman